Cirurgiões plásticos do Reino Unido que anunciam seus serviços de maneira ‘irresponsável’ foram criticados pela Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos Estéticos (BAAPS, sigla em inglês). A associação notou que alguns anúncios publicitários em veículos como jornais e revistas mostravam imagens de seios anatomicamente impossíveis e procedimentos inviáveis, e abriu uma queixa na Advertising Standards Authority, agência que controla o mercado publicitário britânico.
Com o objetivo de colocar fim ao uso de imagens de modelos modificadas digitalmente e à promoção de descontos e financiamentos para cirurgias, a BAAPS lançou uma campanha, na semana passada, com diversos exemplos de fotos modificadas. Uma delas mostra os seios de uma mulher colocados no corpo de outra mulher, com a frase ‘Encontre Amy antes de seu implante de silicone; encontre Amy depois’. Outra empresa oferecia desconto de quase US$ 500 como incentivo para que a cirurgia seja feita logo. Já a terceira chegou ao cúmulo de disponibilizar uma ‘cirurgia facial’ feita durante o horário de almoço – o que é impossível de ser realizado.
Turismo estético
A associação representa 1/3 dos cirurgiões estéticos do Reino Unido. Além dos anúncios, a BAAPS criticou também o ‘turismo estético’, em que pessoas vão para determinados países realizar plásticas a preços mais baixos e acabam tendo que passar por cirurgia reparadora na volta para casa, pois o resultado, muitas vezes, não é satisfatório. ‘A plástica é um procedimento sério que requer expectativas realistas e que só deve ser realizada depois de uma consulta prévia, com um médico qualificado, em uma clínica apropriada’, afirma Douglas McGeorge, cirurgião plástico e presidente da associação. ‘A BAAPS está cada vez mais preocupada com o padrão e o estilo da propaganda de cirurgia estética de hoje, destinada a encorajar as pessoas a passar por procedimentos cirúrgicos’.
A maior parte dos anúncios citados pela associação estava em revistas femininas. McGeorge destacou que as peças influenciam, em especial, adolescentes. ‘Se alguém estiver com um problema, é necessário oferecer um conselho, e não vender um procedimento cirúrgico’, opina. Informações de Audrey Gillan [The Guardian, 18/9/08].