Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Cirurgiões plásticos vendem gato por lebre

Cirurgiões plásticos do Reino Unido que anunciam seus serviços de maneira ‘irresponsável’ foram criticados pela Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos Estéticos (BAAPS, sigla em inglês). A associação notou que alguns anúncios publicitários em veículos como jornais e revistas mostravam imagens de seios anatomicamente impossíveis e procedimentos inviáveis, e abriu uma queixa na Advertising Standards Authority, agência que controla o mercado publicitário britânico.


Com o objetivo de colocar fim ao uso de imagens de modelos modificadas digitalmente e à promoção de descontos e financiamentos para cirurgias, a BAAPS lançou uma campanha, na semana passada, com diversos exemplos de fotos modificadas. Uma delas mostra os seios de uma mulher colocados no corpo de outra mulher, com a frase ‘Encontre Amy antes de seu implante de silicone; encontre Amy depois’. Outra empresa oferecia desconto de quase US$ 500 como incentivo para que a cirurgia seja feita logo. Já a terceira chegou ao cúmulo de disponibilizar uma ‘cirurgia facial’ feita durante o horário de almoço – o que é impossível de ser realizado.


Turismo estético


A associação representa 1/3 dos cirurgiões estéticos do Reino Unido. Além dos anúncios, a BAAPS criticou também o ‘turismo estético’, em que pessoas vão para determinados países realizar plásticas a preços mais baixos e acabam tendo que passar por cirurgia reparadora na volta para casa, pois o resultado, muitas vezes, não é satisfatório. ‘A plástica é um procedimento sério que requer expectativas realistas e que só deve ser realizada depois de uma consulta prévia, com um médico qualificado, em uma clínica apropriada’, afirma Douglas McGeorge, cirurgião plástico e presidente da associação. ‘A BAAPS está cada vez mais preocupada com o padrão e o estilo da propaganda de cirurgia estética de hoje, destinada a encorajar as pessoas a passar por procedimentos cirúrgicos’.


A maior parte dos anúncios citados pela associação estava em revistas femininas. McGeorge destacou que as peças influenciam, em especial, adolescentes. ‘Se alguém estiver com um problema, é necessário oferecer um conselho, e não vender um procedimento cirúrgico’, opina. Informações de Audrey Gillan [The Guardian, 18/9/08].