JORNALISTA BALEADO
Amaury Ribeiro: ‘Já tinha sido avisado de que estavam atrás de mim’, 24/09/07
‘Em entrevista ao telejornal Bom Dia DF, o jornalista Amaury Ribeiro Júnior afirmou ter recebido ameaças dias antes de ser baleado na Cidade Ocidental. O repórter do Correio Braziliense estava aguardando um informante que lhe ajudaria em uma matéria sobre a cooptação de menores por quadrilhas na região. Ele afirmou que chegou a sentir que o ‘ambiente estava diferente’ antes de sofrer o atentado. ‘Eu já tinha sido avisado’, disse em entrevista.
‘Eu acho que me arrisquei demais ao voltar ao local. O que me levou lá foi indignação’, explicou Amaury. O jornalista chegou a ser transferido de hospital e permanece sob proteção policial por 24 horas. Sobre o futuro, o repórter, com 20 anos de jornalismo investigativo, descarta novas reportagens envolvendo o tráfico e a violência. ‘Eu acho que é o momento de pensar em outra pauta, outras reportagens. O que pude dar nesse caso eu já dei’, desabafa.
A região do entorno do Distrito Federal, onde Amaury foi baleado, é considerada uma das mais perigosas do País. Os índices de criminalidade superaram os da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.
Perícia
No sábado (22/09), a Polícia Federal tentou fazer a perícia da cena do crime, mas as únicas evidências deixadas foram a camisa e os sapatos do jornalista que foram lavados pelo dono do bar onde o jornalista foi baleado. Os buracos de balas foram tapados com cimento, o que deixou os policiais surpresos.
Na sexta-feira (21/09), Amaury prestou depoimento informal à Polícia Civil do Distrito Federal, que já traçou um perfil do atirador. José Roberto Arruda, governador de DF, se disse ‘espantado’ com as informações que o repórter apurou sobre a violência na região.
Afastamento
A delegada da Cidade Ocidental, Adriana Fernandes, foi afastada do caso após afirmar que a polícia considerava a hipótese do atentado ter sido uma tentativa de assalto. A possibilidade é descartada pela Polícia Federal e pela Polícia Civil do Distrito Federal. O delegado José Luis Martins assumiu o inquérito.’
MÍDIA & POLÍTICA
Essa CPI das ongs pode ser um pega-pra-capar, 21/09/07
‘Embora a imprensa ainda não tenha se interessado em justa proporção sobre o assunto, vem aí uma CPI e conseqüente batalha parlamentar sobre os critérios para distribuição de dinheiro público entre ONGs.
Só 45 dessas entidades levaram ‘a título de investimento’, mais de R$ 17 milhões do Ministério do Trabalho e há forte desconfiança de que pelo menos uma parte desse dinheiro foi devidamente embolsado ou desbaratado por sindicalistas pelegos e espertos.
Surpreendentemente, a gota decisiva para esse novo agito político foi uma franca explicação do Controlador Geral da União, Jorge Hage, o homem encarregado de cuidar da probidade no aparelho de Estado e pessoa sempre considerada como acima de qualquer suspeita. Mas cedeu ao vício brasileiro do compadrismo, achando que amigos dos tempos de faculdade poderiam receber um dinheirinho público sem cumprir os rigores da lei e dos costumes republicanos.
Como diagnosticou, com razão, o líder do PSB no Senado (cujo partido faz parte da coligação governista), Renato Casagrande: ‘As declarações do ministro Jorge Hage não ajudam em nada a esclarecer o que aconteceu com esses convênios. Essa questão tem que ser muito bem fiscalizada.’ O líder dos Democratas (da oposição) foi obviamente mais duro: ‘A CPI das ONGs vai sair. Estamos em cima. O objetivo é justamente investigar fatos como esse. Acho injustificável e desastrosa essa declaração do ministro da CGU, Mesmo assim, não vamos nos antecipar no julgamento final desses repasses. Vamos aguardar a criação da comissão para investigar’.
Quem de nós duvida de que, entre as mais de 400 mil ONGs brasileiras, uma razoável parte encobre lindas picaretagens? E quem de nós duvida de que, atrás das siglas de muitas ONGs, estão pessoas encasteladas no Parlamento (em bancadas governistas e de oposição) ou muito perto delas? Dessas 45 que o Ministério do Trabalho contratou, a fonte ‘benfeitora’ foi o programa Primeiro Emprego, como todos sabemos, um dos mais rotundos fracassos do governo, encerrado por carência de resultados, segundo rara autocrítica em informações oficiais sobre ações do aparelho de Estado.
E quem de nós duvida que a CPI, se finalmente instalada (há quatro meses o requerimento do senador piauiense Heráclito Fortes-DEM vagueia por várias mesas) terá grande dificuldade para apontar os verdadeiros cérebros de cada uma dessas picaretagens? O Ministro do Trabalho, se fosse o primeiro a depor, demonstraria a transparência de seu partido (PDT) e do Governo, revelando quanto e a que pessoas deu dinheirinho para criar empregos.
Recomendo o acompanhamento do belo trabalho de reportagem do Congresso em Foco no levantamento de informações sobre o assunto.
Alô Jabor, Miriam e Diogo: a idéia desse Ferro é boa!
Oba, finalmente uma idéia – o Partido da Imprensa – sai da cabeça desse deputado. Que tal a Globo fazer um programa semanal com esse título, no qual vocês três entrevistariam um parlamentar – na lei do quanto pior, melhor? Garanto audiência recorde (sem trocadilho) em qualquer horário. Todos os jornalistas poderiam enviar sugestões de perguntas e Fernando Ferro seria o primeiro entrevistado.
(*) Milton Coelho da Graça, 76, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’
Comunique-se
Ciro Gomes: ‘a imprensa brasileira é um desastre’, 24/09/07
‘A edição datada de 26/09 de Carta Capital traz matéria e entrevista com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) antecipando uma possível candidatura à presidência da república em 2010. No pingue-pongue, Ciro é direto ao falar da mídia nacional.
‘A imprensa brasileira, atualmente, é um desastre. A mídia faz a novelização escandalosa da política, mas é uma imprensa nepotista, com os grandes grupos nas mãos de seis famílias, apesar do esforço de guerra para parecer isenta. Mas, ainda assim, é melhor tê-la, mesmo com todos os defeitos’, enfatiza.
Apontado pelo entrevistador como dono de uma relação conflituosa com a imprensa, Ciro diz estar mais tranqüilo: ‘Eu sou muito franco, e isso nem sempre é compreendido. Não tenho assessor de imprensa por não achar necessário. O que eu tinha, usava para me proteger da imprensa, mas eu estava era atrapalhando a carreira dele’.
Ao longo da entrevista, Ciro elogia o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB-MG) e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), considera a hipótese de acabar com o Senado um absurdo, fala das origens e perfis comuns entre PT e PSDB, ‘mas vivem em conflito’. E ganha bastante espaço para criticar Fernando Henrique Cardoso, ‘o presidente que mais mal fez ao Brasil em todos os tempos’.
Prêmio Comunique-se
A edição traz também texto de Mino Carta sobre sua entrada na galeria Mestres do Jornalismo do Prêmio Comunique-se, por ter ganho três vezes seguidas na categoria Executivo de Veículo de Comunicação. Em um texto similar ao seu discurso na entrega do prêmio – e com as mesmas estocadas -, Carta escreve que o prêmio é ‘o alvissaneiro oposto de outros prêmios jornalísticos’ por seus vencedores serem escolhidos pelos usuários do Comunique-se.
No entanto, Carta diz que a vitória de Ana Paula Sousa na categoria Repórter de Cultura – Mídia Impressa é mais importante por ela ser uma outsider. ‘A escolha mostra, de forma mais peremptória do que no meu caso, o sinal de alguma percepção atenta e funda por parte dos votantes do Prêmio Comunique-se’.’
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Hugo Chávez diz que sofre ataques da imprensa e de legisladores brasileiros, 24/09/07
‘Caracas, 24 set (EFE).- O presidente venezuelano, Hugo Chávez, denunciou no domingo (23/09) que está sendo atacado por setores de imprensa e legisladores do Brasil como parte de uma estratégia imperialista contra a unidade regional, mas negou ter insultado o Congresso nacional em Manaus.
Chávez afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que ele era ‘muito consciente’ e reforçou seu apoio ao desejo da Venezuela de fazer parte do Mercosul, para o qual resta a aprovação dos Congressos de Brasil e Paraguai.
Para o presidente venezuelano, se essa tentativa fracassar significaria ‘uma vitória do império americano, porque são eles que estão por trás de tudo, fazendo sua jogada’.
Chávez alertou sobre uma campanha para impedir uma aliança entre Brasil e Venezuela, mas afirmou que Lula sabe dessa estratégia, que serviria para ‘manter a dominação’ da América do Sul.
O presidente também comentou as declarações do senador Tião Viana (PT-AC) – que o chamou de louco e disse que Chávez não possuía estatura para ser presidente – e afirmou ter sido vítima de ‘uma agressão totalmente gratuita’.
‘É absolutamente falso que eu tenha ido a Manaus para fazer questionamentos sobre o Governo, o Senado ou o Congresso, nem sobre as instituições do Brasil’, ressaltou.
Além do PT, o chefe da bancada no Congresso do PSDB, Arthur Virgílio, confirmou que vetará no Congresso a entrada da Venezuela no Mercosul.
‘Caso dependa do PSDB, a Venezuela de Chávez não terá sua entrada no Mercosul aprovada’, disse Virgílio, acrescentando que o partido fará ‘o possível e o impossível’ para impedi-la. (c) Agencia EFE’
JB
EM CRISETiago Cordeiro
JB atrasa salários de parte da redação, 21/09/07
‘Os salários de editores e de parte dos profissionais do Jornal do Brasil estão atrasados em cerca de dez dias. De acordo com funcionários, o atraso é uma constante na empresa, mas os dez dias trouxeram preocupação e irritação entre os jornalistas. A reportagem procurou representantes da diretoria do JB para comentar a respeito, mas ninguém foi encontrado. Contudo, profissionais da redação confirmaram o atraso.
‘O sindicato já fez tanta coisa nesses casos. O Azis [Filho, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro (SJPRJ)] já foi até processado. Eles têm que nos procurar para fazermos uma assembléia. O sindicato só pode atuar quando houver denúncia’, explicou Suzana Blass, presidente do SJPRJ. De acordo com ela, não houve nenhum comunicado dos profissionais e nas últimas mobilizações e campanhas do Sindicato, nenhum representante do jornal compareceu.’
MERCADO EDITORIAL
Sai o Metro Magazine, primeiro gratuito do Rio, 21/09/07
‘Os passageiros do metrô carioca receberam na sexta-feira (21/09) a primeira edição do Metro Magazine, o primeiro jornal gratuito do Rio de Janeiro. Com 16 páginas em cores, tiragem de 50 mil exemplares e publicação semanal sempre as sextas, o jornal faz um passeio pelos principais temas da última semana e adianta alguns da próxima.
Em sua maioria, os textos não são assinados e as imagens são de divulgação. Um artigo, de autoria do jornalista Sergio Rego Monteiro, analisa o crescimento dos jornais gratuitos pelo mundo. A equipe conta com um editor responsável, Antonio Cunha; três editores, Giselle Nolasco, Fernanda de Francisco e Monique Arruda; e uma estagiária, Daniela Savaget. A impressão é feita na gráfica da Ediouro.
Apesar do nome, o Metro Magazine não tem distribuição exclusiva no metrô e nem participação da empresa concessionária. O projeto é da Phenix Comunicação, que já lançou uma revista mensal homônima em São Paulo no ano de 2002 e, segundo o presidente da agência, Alberto Carlos Araújo, pavimentou o caminho para o Publimetro. No Rio, eles já editam o Guia Aqui Imóvel, publicação gratuita com anúncios imobiliários.
O conteúdo e os pontos de distribuição do Metro Magazine podem ser conhecidos no site www.metromagazine.com.br.’
INTERNET
Bruno Rodrigues
Quando o usuário é o pesadelo, 21/09/07
‘Flávia Pipoca é antenada. Editora de conteúdo de um grande portal na internet, para Flávia não há dúvida quando o assunto é webwriting. Nossa colega participa de workshops sobre o tema no Brasil e no exterior, é figurinha fácil em listas de discussão, é mestre em criar textos objetivos, criativos e impecáveis. Informação digital é com ela, e o mundo online corre em suas veias. Ou seja, Flávia Pipoca é tudo!
Mas – coitada! – Flávia Pipoca está angustiada. Suas noites têm sido um horror, terríveis pesadelos a atormentar sua mente. A equipe de Flávia já percebeu que sua líder anda nervosa, estressada, irritada. Mas não há o que fazer – o Usuário a descobriu.
Pelo que se ouve nos corredores, tudo teria começado com um e-mail, reclamação de um acionista sobre um texto do site. ‘Quanto blá-blá-blá’, ele esbravejava em letras garrafais.
Foi então que Flávia Pipoca pirou. Começou a falar sozinha, e muitos juram tê-la ouvido sussurrando frases que sempre terminavam em ‘…o meu conteúdo!’. Quem ousava encará-la era fuzilada com ódio, como um espião em território inimigo. A cada e-mail ‘abusivo’, novas olheiras, mais ranger de dentes, outros olhares.
Contudo, na noite de ontem, anunciou-se a tragédia. Era final de expediente, e mais uma mensagem adentrou a caixa de e-mails de Flávia Pipoca. ‘Nunca vi informações tão resumidas sobre um assunto tão importante’, reclamava um pesquisador sobre as páginas de responsabilidade social do site.
Flávia Pipoca dispensou a carona do estagiário, mandou às favas o happy-hour com as amigas, e rumou para casa. Sentou-se no sofá da sala, as luzes apagadas, e contou cada segundo no relógio até meia-noite. Havia um estranho sorriso em seus lábios quando saiu de casa, de volta ao escritório.
Pelo que o faxineiro contou à polícia naquela madrugada, deve ter sido uma cena aterradora. Rodopiando entre os computadores, gargalhando alto, Flávia Pipoca comemorava a execução do recurso final: o envio de uma delicada mensagem de agradecimento pela constante visitação a cada um dos usuários cadastrados no site… Contudo, atachado ao e-mail, seguia, sorrateiro, o temido vírus tô_nem_aí.exe, pronto para a vingança – a partir daquela noite, nenhum usuário poderia mais enviar novas mensagens pelo ‘Fale Conosco’ do site da vitoriosa Flávia Pipoca!
Ela estava livre: nenhuma sugestão, nenhuma reclamação.
Nossa amiga foi internada em uma unidade de terapia intensiva da clínica de Figmund Seud, especialista em distúrbios da internet – aquele que, há alguns anos, cuidou de executivos em frangalhos com a quantidade indecente de e-mails a responder.
Ao longo de várias semanas, o doutor Seud explicou à transtornada Flávia Pipoca os conceitos da nova realidade em que vivemos, na qual o usuário não só pode, quanto deve interferir em todo o conteúdo informativo dos sites.
A seguir, reproduzo três bons conselhos que surtiram efeito ao longo do tratamento da estressada Flávia, e que podem ajudá-lo a entender o novo momento:
• O usuário é seu cliente
Não há como adivinhar do quê seu usuário precisa – há que perguntar a ele . A equação certa para disponibilizar um conteúdo sempre perfeito deve ser o equilíbrio entre o objetivo do site e qual tipo de informação o usuário – seu cliente – necessita. Desta forma, todos saem ganhando: o site, que comunica o que é essencial, e o usuário, que acessa um conteúdo sem excessos.
• O usuário é seu chefe
Como a informação deve ser disponibilizada é tarefa que precisa envolver um trabalho árduo de arquitetura da informação e aplicação de testes de usabilidade ao site. O usuário deve mandar e desmandar em que posição deseja achar a informação. Percebe-se, então, que construir a estrutura editorial de uma página web sem a participação do usuário, é como achar que o site está bom, apenas porque a informação está lá – em algum lugar…
• O usuário é você
Questione – sempre. Coloque-se no lugar no presidente da empresa, e ao mesmo tempo, perceba-se como usuário. O porquê de uma informação estar no site deve sempre ser dissecado.
Errar no alvo da informação é dinheiro gasto à toa para a empresa, e insatisfação sem dinheiro de volta para o usuário.
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Ainda se sente angustiado, como nossa amiga Flávia Pipoca? O doutor Figmund Seud, através deste colunista, coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos. Diga qual é sua tensão ou ansiedade que tentaremos ajudá-lo.
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No dia 24 de outubro, quarta-feira, inicio mais uma edição de meu curso ‘Webwriting e Arquitetura da Informação’ no Rio de Janeiro. Serão cinco aulas semanais, sempre à noite. Para mais informações, é só ligar para 0xx 21 21023200 e falar com Cursos de Extensão, ou enviar um e-mail para extensao@facha.edu.br. Até lá!
(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’
JORNALISMO ESPORTIVO
Cobrindo o que não se vê, 18/09/07
‘Olá, amigos. Cobrir a Fórmula 1 não é fácil. O esporte acontece em circuitos de todo o planeta, e os gastos com uma equipe, ou mesmo com um repórter acompanhando o ‘circo’ são exorbitantes para a grande maioria dos nossos veículos de imprensa. O jeito, portanto, é assistir às provas na TV e ler o máximo possível os sites especializados (quase todos europeus). Se for o caso, assinar serviços especiais de notícias e sites que tenham um arquivo vasto sobre o assunto, o que sempre é uma boa fonte de pautas.
Mas o fato principal é que, com o objeto de cobertura tão distante, fica quase impossível se fazer um trabalho individualizado, sem se deixar levar pelo que as grandes publicações européias publicam. O julgamento da McLaren, na última semana, foi um exemplo disso. Aqui no Brasil, jornais e sites tentavam adivinhar o que aconteceria em Paris, local da reunião da FIA para decidir o assunto de espionagem em que a equipe inglesa envolveu-se.
No dia do julgamento, por volta de 17h (de Brasília), o site da revista Autosport publicou que a McLaren estaria fora dos Mundiais de 2007 e de 2008. Pronto, foi o que precisou para que nossos sites se apressassem em dar, o mais rápido possível, que os ingleses haviam sido punidos da forma mais severa possível.
Minutos depois, o site inglês despublicou a sua notícia, deixando-nos absolutamente apreensivos. Pouco mais tarde, foi publicado pela Autosport a decisão correta. Por aqui, fizemos de tudo para diminuir a ‘barriga’ dada. A ausência de repórteres no local fez com que tivéssemos que buscar as fontes mais confiáveis, como o caso da revista inglesa, que acabou levando-nos para o buraco neste caso.
Este exemplo mostra como é difícil cobrir o que não se vê. O mesmo pode-se dizer da NBA, de outras categorias do automobilismo, e de outros esportes que acontecem pouco ou nada no Brasil. E ainda dizem que vida de jornalista esportivo é tranqüila…
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Não há o que discutir. A agressão do lateral Coelho, do Atlético-MG, em Kerlon, do Cruzeiro, no último fim de semana, foi de uma covardia inacreditável. O avanço da cobertura televisiva do futebol mostra por vários ângulos a boçalidade do jogador atleticano, e, tomara, ajudará a condená-lo a um gancho exemplar. Que a TV continue assim, ajudando, da forma que pode, a melhorar os espetáculos nos estádios.
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Excelente o nível dos comentários no Mundial de Judô. O SporTV acertou em cheio ao chamar nomes consagrados, como Flavio Canto, Rogério Sampaio, Branco Zanos, Vânia Ishii, e também o ótimo Ângelo Paiva, que com sua didática, ajudou os leigos a entender melhor cada golpe das lutas. Apesar dos problemas na transmissão, como o gerador de caracteres que não mostrava o tempo das lutas da parte da manhã e da tarde, a atração foi imperdível. As narrações quase sempre impecáveis, sem falar no encontro emcionado entre Vânia Ishii e a japonesa Ryoko Tani, heptacampeã mundial e tricampeã olímpica, no último dia de luta.
(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995, quando participou da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos do Brasil, criando a cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi fundador e chegou a editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de esportes da Globo.com.’
JORNALISMO CULTURAL
Festival de Cinema: quando o jornalista vira justiceiro, 17/09/07
‘Morar no Rio de Janeiro ou em Nova Iorque tem vantagens e desvantagens. Grandes cidades podem significar caos urbano com muita violência, poluição e enormes congestionamentos. Mas também podem significar eventos como o Festival Internacional de Cinema e a Bienal de Livros que acontecem na sua cidade durante a mesma semana.
Não conseguiria viver em uma cidade pequena. Mas e a violência e o caos urbano? Dá-se um jeito. Há várias formas de ‘jeitos’. Uns são simples e legais. Outros, nem tanto. Afinal, algumas pessoas são mais pacientes e tolerantes. Mas tem gente que resolve dizer basta e partir para ação direta. Diante da indiferença e impunidade, cansados de aguardar pelas soluções consideradas normais e legais, algumas pessoas comuns resolvem fazer justiça com as próprias mãos.
Desejo de matar
Esse é o tema de ‘The Brave One’, (ver trailer aqui), o melhor filme que assisti até agora nas sessões reservadas a jornalistas do Festival Internacional do Rio que começa na próxima quinta.
Prossigo na série ‘Bons filmes para jornalistas’. E o que eu não faço pelos nossos leitores. Somente neste final de semana, assisti a nove, repito, nove filmes de longa metragem. Alguns desses filmes eram tão ruins, tão ruins que eram … péssimos.
Mas ‘The Brave One’ é um ótimo filme. Com muita ação e talento discute a violência nas grandes cidades e as soluções radicais imaginadas, sonhada ou realizadas por alguns de seus cidadãos mais comuns. No Brasil, o filme deve se chamar ‘Valente’. Dirigido pelo irlandês Neil Jordan com a maravilhosa Jodie Foster no papel principal. O filme é baseado em clássicos como ‘Desejo de matar’ (1974), estrelado por Charles Bronson, e ‘Taxi Driver’ (1976) de Martin Scorcese com Robert De Niro e a própria Jodie Foster ainda em começo de vida e de carreira. Lembram?
Em ‘The Brave One’, a, agora veterana, atriz Jodie Foster interpreta uma jornalista que anda pelas ruas de NY, microfone em punho, gravando sons e impressões sobre a cidade que adora. Ela está apaixonada. Faz um jornalismo diferente e particular. Seu programa de rádio é uma crônica poética sobre o encantamento das grandes cidades.
Até que um dia o encanto se quebra. Vítima de violência inesperada, injustificável e desnecessária, tão típica das grandes cidades, ela que se perguntava ‘Como alguém consegue viver com medo?’ agora se vê diante de outra questão: como, quando e por que alguém se torna uma outra pessoa? Como uma pessoa apaixonada não mais se reconhece e se torna outra pessoa? Ela que vivia em um mundo irreal, uma paixão de ‘quase’ adolescente, agora está diante de uma situação sem solução e sem retorno. Questões típicas de gente grande que vive em grandes cidades.
Qualquer pessoa que mora no Rio ou em Nova Iorque tem ou já teve vontade de se tornar um ‘Vigilante’, um justiceiro, alguém que resolve fazer justiça com as próprias mãos.
E de forma quase compreensível e justificável jornalistas e policiais compartilham realidades e anseios comuns. No exercício da profissão, convivemos em mundos diversos e opostos. Presenciamos e investigamos crimes horríveis e quase sempre nos tornamos indiferentes ou impotentes diante de tantos casos de injustiça e impunidade. Nos tornamos outras pessoas. Mas diante de situações extremas e pessoais, desejamos soluções drásticas e sonhamos com vingança.
Mundo melhor
A crítica americana não gostou de ‘Valente’, mas o filme é sucesso de público e bilheteria nos EUA. Faturou mais de 14 milhões de dólares somente no primeiro final de semana. Os críticos acusam o filme de ser cópia do clássico ‘Death Wish’, Desejo de Matar, com o velho Charles Bronson. No filme, ele também interpreta um justiceiro que, no início, resolve matar aqueles que matam e depois, os que ‘incomodam’.
O filme de Neil Jordan traz o debate sobre a violência urbana, a pena de morte, a reação dos cidadãos comuns e suas justificativas. Grandes temas tanto em Nova Iorque como no Rio de Janeiro.
Bons filmes divertem, mas também pautam discussões relevantes e sugerem matérias importantes para os jornalistas. ‘The Brave One’ é um filme imperdível. E tanto o Festival do Rio como a Bienal do Livro são ótimos programas para os profissionais da notícia.
Apesar do caos e da violência, continuamos acreditando nos encantos das grandes cidades. Aproveitamos os festivais e bienais para refletir, ver um bom filme, ler um bom livro, sonhar com um mundo melhor.
(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Trabalhou no escritório da TV Globo em Londres e foi correspondente na América Latina para as agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. Autor de diversos livros, a destacar ‘Telejornalismo, Internet e Guerrilha Tecnológica’ e ‘O Poder das Imagens’. É torcedor do Flamengo e não tem vergonha de dizer que adora televisão.’
JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu
Água de boa fonte, 20/09/07
‘Quero me dirigir
a alguém para agradecer
os sons do mundo
(Luiz Carlos Lisboa in Nova Era)
Água de boa fonte
O considerado Fausto Osoegawa, fiel colaborador desta coluna e leitor do Planeta Bizarro do Globo.com, despacha de seu escritório no bairro paulistano da Liberdade:
Uma garrafa de água mineral é a principal suspeita de provocar forte mal-estar em um homem e de causar a morte fulminante de uma galinha na China.
O homem, da província de Hainan, começou a vomitar sangue depois de tomar a água. Para ter certeza da causa do mal-estar, os parentes deram o resto do líquido da garrafa a uma galinha para ver o que acontecia.
Segundo informações da imprensa local publicadas no Beijing News, o animal morreu em menos de um minuto.
Osoegawa, que é abstêmio, alerta de que se trata de ótima água para servir aos indesejáveis, porém Janistraquis discorda do amigo:
‘Considerado, o chinês quase morreu porque é cabra morredor, desses que esticam as canelas até com uma dose da ‘água-que-passarinho-não-bebe’; essa outra, a tal de ‘água-que-galinha-não-bebe’ é bem mais eficiente, coisa para profissionais, pois o elemento enche a cara e se livra até da ressaca!’
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De seqüestro
O considerado André Fiori, jornalista sempre alerta, despacha de seus domínios na Avenida Paulista:
Notícia no Yahoo – Avó morre após receber trote sobre seqüestro da neta. Tudo bem que até agora a polícia não achou o autor do telefonema anônimo, mas que ‘receber trote sobre seqüestro da neta’ tem um duplo sentido que pode dar a entender que foi a neta que ligou, ah, isso tem.
Tem sim, ó André; e Janistraquis garante que a pobre anciã morreu de infarto porque reconheceu a voz da netinha ao telefone…
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Martírio de Tarso
Janistraquis escutou que o ministro da Justiça, Tarso Genro, manifestou disposição de abalar-se até o principado de Mônaco para levar uns papéis indispensáveis à extradição do escroque internacional Salvatore Cacciola; escutou e comentou:
‘Considerado, isto sim é espírito de renúncia! Por alguns dias, Tarso trocará a vida mansa que leva em Brasília pelo sacrifício da viagem em primeira classe, a hospedagem num cinco estrelas e as horas de reclusão no Cassino de Montecarlo. Trata-se, sem dúvida, de um inferno petista.’
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Grande Lisboa
Leia no Blogstraquis a íntegra do poema cujo excerto é a epígrafe desta coluna. Luiz Carlos Lisboa o escreveu para ilustrar um belo momento de Música da Nova Era, das rádios Eldorado FM, de São Paulo, e Globo FM, do Rio, programa apresentado por Mirna A. Grzich.
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Jóia de família
Ilustra as melhores livrarias o Cancioneiro Vinicius de Moraes – Biografia e Obras Selecionadas, editado pela Jobim Music, com 304 páginas de afeição ao poeta e compositor. São dois luxuosos volumes que também revelam, mais uma vez, o sinfônico talento de Sérgio Augusto, autor da biografia. Todavia, modesto, como todo botafoguense da melhor estirpe, ele diz ao colunista:
‘É puro trabalho comissionado, do qual não me sinto autor, tantos nele trabalharam, como Paulo Jobim na restauração das partituras, Maria Lucia Rangel na garimpagem de cartas, artigos e memorabilia que tais, Elianne Jobim na concepção & confecção gráfica.’
Segundo Janistraquis, ninguém, mas ninguém mesmo, nem Tom Jobim nem Chico Buarque, autor do texto da contracapa do ‘Cancioneiro’, poderia ser ou ter sido melhor parceiro de Vinicius do que o Mestre Sérgio Augusto.
O ‘Cancioneiro’ custa R$ 215,00, até barato para uma jóia de família.
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Drible da foca
Janistraquis, apaixonado pelas filigranas do futebol desde os tempos em que o ponta-direita Nestor só parava de humilhar o adversário para pentear a basta cabeleira (Vascão, o Expresso da Vitória de 1949), registra aqui sua admiração pelo craque Kerlon, do Cruzeiro, inventor do ‘drible da foquinha’. Pois não é que teve gente capaz de apoiar a incompetência e ignorância desse mau elemento chamado Coelho, medíocre lateral atleticano?
Só mesmo neste país de m… a puríssima arte é condenada porque seria ‘a mais cruel forma de provocar o adversário’, segundo alguns críticos igualmente de m… Estes, lamentavelmente, condenariam hoje as travessuras de Nestor e, principalmente, Garrincha. O politicamente correto é outra m…
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Peru Molhado
O considerado Tiago Cordeiro, vivaz repórter aqui do C-se, passeava os olhos pelo site do diário carioca Extra quando encontrou fotos de Cauã Reimond e Grazieli Massafera a namorar na praia:
‘Até aí nada demais, porém, desconfiado que sou, fui olhar os créditos e lá estava: ‘Fotos do jornal O Peru Molhado…’.
Janistraquis adorou, ó Tiago, mas recorda que o esperto Peru Molhado bobeou naquele affaire mundialmente badalado, no qual Daniela Cicarelli e o namorado… bom…, bem… deixa pra lá, como dizia o imortal Stanislaw Ponte Preta.
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Stanislaw e eu
O considerado Orlei Moreira, jornalista com 40 anos de janela, diretor de jornalismo da rádio Cultura AM de Uberlândia, envia palavras elogiosas, que o colunista agradece, e junta a seguinte dúvida, para a qual pede esclarecimento:
Vira e mexe gosto de reler as obras do Sérgio Porto, o imortal Stanislaw Ponte Preta ( Samba do Crioulo Doido / Febeapá1-2-3, etc). Vejo uma semelhança incrível entre os papos que Stanislaw, na primeira pessoa, mantém com Mirinho, tia Zulmira, Bonifácio Ponte Preta e outros parentes, com as tiradas do nosso iluminado Janistraquis. É coincidência ou você teria se inspirado no estilo de Stanislaw para seus comentários?
É uma pergunta que faço com todo respeito, sem qualquer intenção de acusá-lo de plágio ou coisa parecida.
O colunista respondeu via e-mail, mas acha que deve repetir aqui a explicação dada a Orlei:
O estilo de Sérgio Porto e o meu são inteiramente diferentes, embora este colunista utilize, aqui e ali, alguma ‘tirada’ mais ou menos da mesma ‘família’, pelo fato de termos, ele e eu, um certo amor pelas coisas da política. É somente isso.
Sérgio Porto e eu nos dávamos muito bem e nos falávamos, por telefone ou na Tribuna da Imprensa do Maracanã, desde 1964, quando fiz matéria com ele e outros humoristas cariocas para a falecida revista Alterosa, dirigida por Roberto Drummond.
Sempre fui grande admirador do Sérgio, o qual era fundamentalmente humorista com alguns textos literários; eu, naquela época, somente jornalista.
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Coisa esquisita!
A considerada Vilma Homero, jornalista carioca, envia ‘olho’ de matéria d’O Globo que trata de pontos perigosos do Rio:
Turistas são acharcados no inicio da Ladeira dos Guararapes
Vilma estranhou o esquisito vocábulo:
Estariam esses turistas se encharcando devido ao calor carioca?!? Formando algum charco??? Pelo visto, repórteres de O Globo não dispõem de dicionário na redação, que lhes permita ver a grafia e significado de certas palavras. Escrevem (mal) como alguém que ouviu cantar o galo sem saber onde.
Verdade; queriam escrever ‘achacados’, do verbo ‘achacar’, cujo significado, lembra a leitora, está nos dicionários:
1. Abordar alguém para extorquir dinheiro./ vtd/
2. /gír/ Extorquir, pedir./ vint/ e/ vpr/
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Hino gaúcho
O considerado Luiz Oscar Matzenbacher dispara de seu exílio:
Como estou suspenso no Comunique-se, mando um texto que eu gostaria de ver publicado sobre a Revolução Farroupilha, cuja data comemorativa é 20 de setembro:
‘(…) Mas não basta pra ser livre, / ser forte, aguerrido e bravo. / Povo que não tem virtude, / acaba por ser escravo’.
A estrofe é do Hino do Rio Grande do Sul, cantado em 20 de setembro de 1835 na proclamação da República do Piratini, durante a Revolução Farroupilha. O povo gaúcho havia rompido com o Império Brasileiro para acabar com a extorsiva carga tributária e a escravatura, imposições do governo central. Ainda é atual, não?
Atualíssimo, Luiz Oscar, atualíssimo. Confiram no Blogstraquis a íntegra do Hino do Rio Grande do Sul.
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De abstenções
O considerado José Truda Júnior envia do alto de seu minarete em Santa Tereza, privilegiado sítio donde se avista a paisagem que realmente interessa:
Ao final da sessão secreta que julgava o presidente do Senado, Renan Calheiros, pelo crime de comer a Mônica Veloso e deixar rastros, corri ao Globo Online para ver o resultado. Pois junto da foto que mostrava um grupo de deputados-gladiadores em ação, a chamada para a matéria sobre a absolvição do senador encarregava-se de deixar os leitores de olho roxo:
Senador escapa da cassação por 40 votos a 35. Seis parlamentares se absteram. Antes do julgamento, houve até briga no Congresso
Depois de um estrago desses na redação, não será surpreendente vermos O Globo Online engajado na campanha do PT pela extinção do Senado Federal.
Se abstiveram por absteram é deverasmente de doer…
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O nome do distrito
O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal em Brasília, de cujo banheiro, em subindo-se num banquinho, é possível ver políticos a trocar a CPMF por cargos no governo, pois Roldão tirou uma folga do Correio Braziliense para examinar uma publicação do IBGE:
Encontrei um distrito do município de Palmares do Sul (RS) com o ‘nome’ de CR -1. Que coisa mais estranha! Fiz um contato telefônico com a prefeitura local e consegui saber que CR -1 era a abreviatura da Colônia Rizícola nº 1, do Instituto Rio Grandense de Arroz (IRGA). Hoje, CR-1 recebeu o batismo de Granja Getúlio Vargas. Melhor assim.
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Nota dez
O considerado Walter Galvani, jornalista e escritor gaúcho, mestre do romance e da crônica, escreveu no Diário Popular de Pelotas:
‘(…) acabei mergulhando na leitura de um ‘Pôncio Pilatos’, cuja figura histórica se confunde com a lenda, a verdade com a idealização, a falta de documentação com a inundação de textos históricos, a criatividade com a razão (…).
Leio e não estranho a coincidência – porque nada é inventado e o destino não se cria, se cumpre – com este momento em que o Senado mergulha na densa escuridão de mentir publicamente, por conveniência de seus membros e do governo, dos partidos da situação e dos partidos da oposição.
Leia no Blogstraquis a íntegra deste texto exemplar.
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Errei, sim!
‘SALVEM OS PÔNEIS! – Página do Suplemento Agrícola de O Estado de S. Paulo anunciava: Liquidação de pôneis na Água Branca. Janistraquis já preparava seu protesto junto à Sociedade Protetora dos Animais, Ibama e Anistia Internacional, quando resolveu ler os detalhes. Tratava-se, simplesmente, de uma boa oferta do Haras Estância Rio das Pedras. ‘Não se usa a palavra liquidação quando a mercadoria é algum animal’, ensinou meu secretário.’ (fevereiro de 1993)
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.
(*) Paraibano, 65 anos de idade e 45 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’
PRÊMIO C-SE
Emoções em noite de gala, 21/09/07
‘Foram vários os momentos de emoção na noite de gala desta terça-feira, durante a entrega da quinta edição do Prêmio Comunique-se, com a presença de mais de 600 convidados, entre eles alguns dos mais reconhecidos profissionais da história contemporânea do jornalismo brasileiro. Um deles foi a homenagem a Cid Moreira, a voz oficial do prêmio, que este mês completa 80 anos de vida. Foi especial a leitura que ele vez da Oração dos Jornalistas, em texto bem humorado de sua mulher, pleiteando a Deus uma força contra as agruras profissionais – ‘Não me deixe, Senhor, chegar atrasado à redação… nem ser escalado para o pescoção’, falou arrancando risos da platéia.
Outro momento mais do que especial foi a homenagem à Band, pelos seus 70 anos de vida, reunindo, no palco do Tom Brasil, nomes ilustres do jornalismo da casa (Fernando Mitre, Fernando Vieira de Mello Filho, Luciano do Valle, Sílvio Luiz, José Luiz Datena, Salomão Esper, Joelmir Beting, Ricardo Boechat, José Carlos Carboni, entre outros) e o presidente do grupo, Johnny Saad. Como pouco antes, Mino Carta, no seu pronunciamento, havia estocado os patrões, a quem – garantiu – nunca chamou de colega (do mesmo modo que nunca se referiu aos jornalistas de sua equipe de ‘meu redator-chefe’, ‘meu repórter’ etc) – Saad fez questão de chamar seus comandados de colegas, dizendo que não tinha nenhum problema com essa palavra. Mino já lá não estava para escutar.
Tadeu Schmidt, da Globo (Fantástico e Bom Dia Brasil), vencedor da categoria Jornalista de Esporte – Mídia Eletrônica, quase copiou seu irmão, o consagrado Oscar Schmidt, ao fazer os agradecimentos. Muito emocionado, por muito pouco não chegou às lágrimas.
A emoção também rolou na entrega do prêmio a Lúcia Hippolito, vencedora na categoria Jornalista de Política – Mídia Eletrônica. Ela lembrou que em 2005 se formou em Jornalismo, incentivada pelos chefes da Globo, foi finalista do prêmio em 2006 e agora em 2007 acabou sendo premiada. E aproveitou para dedicar o prêmio, entre outros, aos netos.
Luiz Roberto, escolhido Locutor Esportivo do ano, fez rasgados elogios aos seus dois outros concorrentes – Sílvio Luiz e Luciano do Valle – a quem chamou de mestres. Sílvio, ao final da fala, foi recebê-lo à beira do palco para um carinhoso e emocionado abraço.
Mino Carta, que venceu pela terceira vez seguida pelos critérios do prêmio, na categoria Executivo de Veículo de Comunicação, passou a ser o primeiro integrante da galeria Mestres do Jornalismo. Foi ladeado pela CDN – Companhia de Notícias, na categoria Agência de Comunicação, e por Heródoto Barbeiro, da CBN, como âncora de rádio, que também venceram pela terceira vez consecutiva a premiação.
No seu pronunciamento, Mino, que iniciou a fala estocando os patrões, como citei acima, não perdeu a oportunidade de alfinetar também a Abril. Disse que quando foi demitido de Veja, no auge da ditadura militar, sua cabeça foi entregue de bandeja ao ministro da Justiça, Armando Falcão (‘que Justiça?’ perguntou ele), e em troca o governo retirou a censura prévia da revista e facilitou um empréstimo de US$ 50 mil para a empresa.
Marcelo Tas, escolhido como Jornalista de Cultura – Mídia Eletrônica, foi outro que estocou Veja. Ao falar, disse que este era o segundo prêmio que estava ganhando: o primeiro foi a acusação de Veja de que ele era um blogueiro chapa branca, a despeito das críticas que segundo garantiu sempre fez ao governo. Destacou que o prêmio era a melhor resposta que poderia dar à revista.
Vencedor na categoria Jornalista de Tecnologia, Ethevaldo Siqueira, um dos mais conceituados profissionais dessa área de especialização, lembrou que está completando em 2007 40 anos de jornalismo. Detalhe: cobrindo a área de tecnologia, desde o início.
Miriam Leitão foi a única a obter dupla vitória, na noite: ganhou na categoria Jornalista de Economia tanto em Mídia Eletrônica quanto em Mídia Impressa. E também subiu ao palco para receber o prêmio de Sônia Bridi (vencedora da categoria Correspondente Brasileiro no Exterior – Mídia Eletrônica), que não pôde vir ao Brasil. Em sua fala, Miriam fez uma apologia às novas gerações de jornalistas, que, segundo ela, não só estão dando conta do recado como contribuindo para melhorar – e muito – o jornalismo. Estendeu os elogios aos dois filhos, que como ela também trilharam o caminho do jornalismo.
Sérgio Dávila, vencedor da categoria Correspondente Brasileiro no Exterior – Mídia Impressa, e Fernando Rodrigues, que ganhou na categoria Repórter de Mídia Impressa – ambos da Folha de S.Paulo – não puderam vir ao Brasil, mas acompanharam ao vivo a premiação pela internet diretamente dos Estados Unidos, onde estão morando. Fernando foi representado por Mônica Bergamo e Sérgio por Juca Varella, curiosamente ambos também vencedores na noite, respectivamente nas categorias Colunista de Notícia e Repórter de Imagem. que o representou no recebimento do prêmio, e depois repetiu a dose, subindo ao palco para receber seu próprio prêmio, como vencedor da categoria Repórter de Imagem.
Uma das curiosidades do prêmio foi que o apresentador Ricardo Boechat, finalista na categoria Âncora de TV, venceu, trocando de função no palco.
Entregue no dia em que a Record anunciou oficialmente o lançamento de seu canal de notícias, o Record News, a emissora, conforme lembraram alguns dos presentes, não fez sequer um finalista no prêmio. A única representante ‘oficial’ da emissora foi Lorena Calábria, que dividiu o palco com Ricardo Boechat e Marina Person, no comando da premiação.
(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’
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Agência Carta Maior