Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

CPI da Pedofilia vai quebrar sigilo de internautas

Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 4 de junho de 2008


 


CRIME ONLINE
Folha de S. Paulo


CPI da Pedofilia vai quebrar sigilo de 600 internautas


‘A pedido da Polícia Civil de São Paulo, a CPI da Pedofilia quebrará o sigilo de cerca de 600 internautas que acessaram a sala de bate-papo da internet chamada ‘Incesto’.


Segundo a polícia, foi por meio da comunidade virtual que o tenente da Polícia Militar Fernando Neves Braz, 34, conheceu o pai-de-santo Márcio Aurélio Toledo, 36, suspeito de distribuir imagens de sexo com crianças e de oferecer programas com menores de idade.


O senador Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI, pedirá ao UOL, que hospedava a sala, explicações. Gil Torquato, do UOL, informou que atenderá Malta e que as salas são criadas por assinantes identificados.’


 




JORNALISMO ESPORTIVO
Ruy Castro


Irmão de Nelson


‘RIO DE JANEIRO – O jornalista Mario Filho teria feito 100 anos ontem. É menos lembrado do que merece, e a posteridade não o tem tratado como a seu irmão Nelson Rodrigues. Mas, em vida, Mario foi tão célebre quanto Nelson, e seu índice de rejeição era zero. Todos o admiravam e lhe estendiam tapetes vermelhos, que ele atravessava com as sobrancelhas tesas, o charuto na boca e um exemplar do seu ‘Jornal dos Sports’ dobrado em quatro no bolso do paletó.


De 1926 em diante, Mario inventou quase tudo na crônica esportiva. Foi o primeiro a sacar que, se havia um jogaço de futebol no domingo, por que não falar dele desde a segunda-feira anterior? Era só passar a semana entrevistando e fotografando os jogadores, fazendo suspense, dramatizando o espetáculo. Foi Mario quem, em 1935, conferiu ares de eternidade ao Fla-Flu. E foi também quem fez do passado do futebol um épico, um episódio da história -mesmo que o fato que estivesse narrando tivesse se dado na véspera.


Sem Mario, o Maracanã não teria sido no Maracanã, mas em Jacarepaguá, então mais longe que Deus-Me-Livre. Em 1951 e 1952, o estádio sediou as duas únicas edições da Copa Rio, criada por ele, reunindo os grandes times do mundo e vencidas, na ordem, por Palmeiras e Fluminense. Era um cartola sem pasta do futebol, mas benigno.


E não só do futebol. Em 1932, foi o criador do concurso das escolas de samba no Carnaval. Criou também os Jogos da Primavera e os Jogos Infantis, promoveu o remo e o jiu-jitsu, escreveu livros. Com ‘O Negro no Futebol Brasileiro’, pensou que fosse entrar para a Academia Brasileira de Letras. Mas não teve tempo de se candidatar.


Não o conheci. Morreu em 1966, um ano antes que eu começasse em jornal. Tinha apenas 58 anos, idade ridícula para pegar o boné.’


 



VIOLÊNCIA
Folha de S. Paulo


Ação de milícias no Rio deve ser alvo da PF, defende deputado


‘Presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) defendeu ontem, em encontro com o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, que a Polícia Federal passe a investigar as milícias que atuam em favelas do Rio.


O tema do encontro foi o seqüestro e tortura sofridos por equipe de reportagem do jornal ‘O Dia’, na favela do Batan (zona oeste), no dia 14.


‘A Polícia Federal tem deveres e obrigações legais num caso como esse’, disse o deputado. Após o encontro, Beltrame falou que o caso estará esclarecido em breve.


A direção de redação de ‘O Dia’ respondeu por e-mail à Folha sobre medidas de segurança que teria tomado para infiltrar os jornalistas na favela nas duas semanas anteriores à tortura. ‘A equipe mantinha rotina de contatos com três pessoas da redação. Os números eram de conhecimento restrito. (…) Repórter e fotógrafo faziam comunicação isoladamente. Qualquer um dos três contatos poderia ser avisado e acionar esquema de emergência’, disse o diretor de redação, Alexandre Freeland.


Ontem, os senadores Romeu Tuma (PTB-SP) e Pedro Simon (PMDB-RS) se lembraram do caso durante sessão em homenagem aos 200 anos da imprensa brasileira.’


 



POLÍTICA
Luiz Francisco


Radialista desiste de disputa em Salvador e dá apoio a ACM Neto


‘O radialista Raimundo Varela (PRB) desistiu ontem da pré-candidatura a prefeito de Salvador e anunciou apoio ao deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM). ‘Não é desistência, é questão de consciência’, disse Varela. ACM Neto também recebeu o apoio do PR, comandado pelo senador César Borges no Estado.


Também foi confirmado o nome do candidato a vice na chapa do DEM, o ex-deputado Márcio Marinho (PR), ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. ‘Fiz aliança com o povo, ninguém conhece mais os problemas de Salvador do que Raimundo Varela’, disse ACM Neto, ao lembrar que o radialista comanda um programa popular na capital baiana há 30 anos.


Pesquisa Datafolha de dezembro passado mostrava Varela na liderança em intenções de votos em todos os cenários -os índices iam de 19% a 22%.


Há quase um mês, Varela e o ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB) chegaram a anunciar um acordo. No entanto, a união foi vetada pela direção nacional do PRB. ‘Com ACM Neto não teve nenhum problema’, disse.


Em discurso, Varela afirmou que estava ‘dando passo atrás no presente, para dar dois à frente no futuro’. Lembrou a trajetória política de ACM Neto e da família Magalhães.


Com a definição do DEM, o cenário político em Salvador está praticamente montado. Já definiram suas chapas o PMDB (João Henrique Carneiro, atual prefeito, e o advogado Edvaldo Brito, do PTB, como vice) e o PSDB (o ex-prefeito Antonio Imbassahy e o ex-vereador Miguel Kertzman como vice).


Pelo PT, o candidato será o deputado federal Walter Pinheiro. Também são candidatas a vereadora Olívia Santana (PC do B) e a deputada federal Lídice da Mata (PSB).’


 




MÍDIA NA JUSTIÇA
Folha de S. Paulo


Juíza julga improcedente pedido de indenização contra a Folha


‘A juíza leiga Vânia dos Santos Rocha, do Juizado Especial Cível de São Borja (RS), julgou improcedente pedido de indenização feito por Edgar José de Sá Torres contra a Folha e a jornalista Elvira Lobato, numa ação definida como ‘escancarada aventura jurídica’.


‘A já tão assoberbada Justiça não pode dar guarida a pedidos estapafúrdios, descabidos de fundamento, sob pena de fugir aos princípios que a regem’, afirmou a juíza na sentença que foi homologada pelo juiz de direito Maurício Ramires.


O juizado considerou a ação ‘uma repetição das que tramitam no país, objetivando ganho fácil, sem ônus qualquer, pois tramitam nos Juizados Especiais nos quais não há, em primeiro grau, pagamento de custas’ [despesas no processo].


O autor alegou que passou a ser ‘motivo de chacota por suas convicções religiosas’, após a publicação da reportagem ‘Igreja Universal chega aos 30 anos com império empresarial’, publicada em 15 de dezembro de 2007.


Ela deixou de condenar o seguidor da Universal por litigância de má-fé [uso da Justiça para fins ilícitos], por julgar que ele ‘apenas acatou ordem superior’, como os demais autores de ações em todo o país (são 35 sentenças favoráveis à Folha de 89 ações movidas), ‘levando à conclusão de que foram, por assim dizer, orquestradas’.’


 




TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Invasão russa


‘No topo das buscas de Brasil por Yahoo News e Google, o despacho da Associated Press acreditando que o ‘Brasil vai reprimir a invasão da Amazônia por gado’. Diz que Carlos Minc relacionou a carne em alta no exterior com o desmatamento. A Bloomberg saudou a ‘barreira verde’ a ser erguida em torno da Amazônia.


Ontem mesmo, no entanto, a Efe destacava que a ‘Rússia suspendeu o embargo à carne do Estado com o maior rebanho do Brasil’. Ele mesmo, Mato Grosso.


O PROTAGONISTA


Lula, dado como ‘um dos protagonistas’ em Roma, onde o país ‘joga seu futuro na batalha’ do etanol, segundo o espanhol ‘El País’, aperta mão de Cristina Kirchner, ontem no site do ‘Washington Post’


‘SUJOS DE ÓLEO’


Exaltado em Roma, Lula falou meia hora, levando o primeiro-ministro Silvio Berlusconi a reclamar do tempo que tomou, segundo a BBC Brasil.


No que mais ecoou, até nos telejornais daqui, bradou que ‘os dedos apontados contra a energia limpa dos biocombustíveis estão sujos de óleo e carvão’. Segundo Lauro Jardim, a oratória ‘é da lavra de Franklin Martins’ -ele mesmo, o autor do manifesto do seqüestro do embaixador, em 1969.


SOBRA PARA OS EUA


Os engajados jornais ingleses destacam a ‘batalha’ de Roma, em torno dos biocombustíveis, e indicam que o Brasil conseguiu tirar o etanol de cana, em parte, do foco.


No enunciado do ‘Guardian’, ‘Subsídios dos EUA aos biocombustíveis estão sob ataque em cúpula sobre alimentos’. No ‘Telegraph’, sem distinguir entre cana e milho, ‘ONU ataca os subsídios aos biocombustíveis que deixam milhões com fome’.


‘EXPERT’


Em sua série ‘pergunte ao especialista’, o ‘Financial Times’ levou Marc Chandler, especialista em mercado de moedas, a responder sobre aplicação no Brasil, longamente, ontem. Ele declarou que sua ‘família’ tem ações da Petrobras; que ‘muitos exportadores já sentem a mordida da apreciação do real’; que ‘o desafio do Brasil é aproveitar o momento para financiar diversificação’, mas que os juros novamente crescentes ‘seguram os investimentos’.


AGORA, OS TELEJORNAIS


Saiu antes no blog do autor de ‘Caminhos do Coração’, da Record: seu último capítulo deu 23 de média, contra 34 da estréia da global ‘A Favorita’. Para a Folha, ‘foi o pior início de novela das oito nesta década e, provavelmente, em todos os tempos’. Para a ‘Veja’, depois, ‘a pior estréia de uma novela das oito na história da Globo’.


No UOL, Ricardo Feltrin sublinhou que o horário nobre da Record avançou por inteiro. O ‘Jornal da Record’ deu 18, contra 30 do ‘Jornal Nacional’. Foi ‘a primeira vez que um concorrente ficou tão próximo do ‘JN’. Abrindo a escalada de manchetes do ‘JR’ de anteontem, o vice José Alencar, do PRB da Universal, falou de segurança no Rio.


‘A Favorita’


Nem a nudez de Taís Araújo evitou, na segunda-feira, a estréia de 34 pontos de ‘A Favorita’, da Globo, contra 23 de ‘Caminhos do Coração’, novela da Record’


 



SERVIÇO
Folha de S. Paulo


BC inaugura atendimento pela internet


‘O Banco Central lançou ontem em seu site (www.bc.gov.br) uma seção de atendimento ao público. Chamada de ‘Serviços ao Cidadão’, traz informações organizadas de forma didática, para a consulta de tarifas bancárias e cotações de moedas estrangeiras, entre outras. O site também pode ser usado para reclamações e denúncias contra bancos e cooperativas.’


 



TELES
Simone Cunha


Anatel pode votar hoje lei que permite fusão BrT-Oi


‘A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pode votar hoje as mudanças na legislação que irão permitir a compra da Brasil Telecom pela Oi, segundo o conselheiro da agência Antonio Domingos Bedran.


Na pauta da reunião de hoje do conselho diretor da agência, estão as alterações do PGO (Plano Geral de Outorga) e o PGA (Plano Geral para Atualização da Regulamentação das Telecomunicações no Brasil).


O plano de outorga impede que uma concessionária de telefonia fixa de uma região compre outra, caso de Oi e BrT.


Segundo ele, os conselheiros da Anatel se reuniriam em Brasília ontem à noite e hoje antes da sessão para buscar uma ‘solução harmoniosa’. ‘Vamos fazer um esforço para sair quatro [votos] a zero’, disse ele em relação ao placar de aprovação.


Mas ele admitiu que pode haver dificuldade. ‘O foco não é só Oi e BrT, é maior do que isso.’


Bedran havia pedido mais tempo para analisar a proposta na última reunião do conselho, na quinta -segundo ele, ‘por questões de redação ou texto’.


É o segundo pedido de vista -o anterior foi do presidente Ronaldo Sardenberg- em relação ao PGO, o que vem protelando o fechamento do negócio entre Oi e BrT. Se isso não ocorrer até 240 dias após o fato relevante que anunciou a compra da Brasil Telecom, no dia 25 de abril, a Oi terá de pagar multa de R$ 490 milhões à operadora.


Após a aprovação no conselho diretor da Anatel, a proposta tem de ficar sob consulta pública por no mínimo dez dias e voltar para nova análise. Depois, a proposta é enviada ao Ministério das Comunicações e só então ao presidente Lula.


Bedran disse que ‘é desejável’ realizar uma ‘operação casada’ e aprovar também o PGA.


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se pronunciou ontem sobre a fusão entre Oi e BrT ao dizer ter ‘um pouco de medo’ do negócio e ‘temer o bloco de poder que está se formando no Brasil, englobando governo e fundos de pensão controlados por um partido’. Segundo FHC, o governo estaria buscando criar uma nova Petrobras, estatizando o setor.


‘A Anatel está sem saber o que fazer também. É paradoxal, neste momento os interesses empresariais comandam mais do que no passado.’


Lei do Cabo


As alterações na Lei do Cabo, que restringe a operação das operadoras de telefonia em TV por assinatura, podem ser aprovadas amanhã na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, segundo o relator Jorge Bittar (PT-RJ).


A expectativa é que em uma semana o projeto esteja no plenário e seja aprovado até o fim do ano, diz o deputado Julio Semeghini (PSDB-SP). ‘Com certeza vão ocorrer outras fusões com a aprovação da nova lei.’’


 




TELEVISÃO
Daniel Castro


Canal pago venderá futebol na internet


‘Em uma experiência inédita no Brasil, o canal pago SporTV, da Globo, exibirá os jogos da Eurocopa na internet, em sistema de pay-per-view.


O telespectador que acessar o site do canal poderá assistir pelo computador a qualquer um dos 31 jogos do torneio, que começa neste sábado e vai até o dia 29. Basta pagar, pelo cartão de crédito, R$ 10 por partida. A Eurocopa é considerada uma Copa do Mundo sem Brasil e Argentina. Na TV aberta, será exibida pela Record.


A iniciativa, em tese, é predatória ao meio de transmissão do SporTV, o cabo e o satélite, porque pode tirar audiência da TV paga. Mas faz sentido porque os jogos da Eurocopa serão sempre à tarde no Brasil.


‘A transmissão pela internet é uma opção de conveniência para quem está no trabalho’, justifica Julio Damasceno, gerente de marketing do SporTV. Damasceno diz que não há previsão de quantos jogos e telespectadores a iniciativa atingirá. ‘É um produto da Uefa [União das Associações Européias de Futebol] que está no pacote dos direitos que adquirimos. Então resolvemos testar’, conta.


Os jogos pela internet terão qualidade de imagem e de som inferior à da TV. Não haverá narração, porque a transmissão será feita pela Uefa.


Além da internet e do canal convencional de TV paga, o SporTV transmitirá a Eurocopa em alta definição (HDTV), pelo canal 502 da Net.


MANDINGA Nem apelando para a entidade Kalunga, que dizia incorporar, o médium Luiz Gasparetto conseguiu salvar seu emprego na Rede TV!. Seu ‘Encontro Marcado’ continua no ar só até meados de junho. Depois, dará lugar a desenhos (‘Pokémon’).


OS SUPLICY 1 A partir de agosto, o horário de Gasparetto, a faixa das 18h, será ocupado por um programa a ser apresentado pelos irmãos Supla e João Suplicy. Eles assinaram contrato com a Rede TV! ontem à tarde.


OS SUPLICY 2 ‘Será um programa de entretenimento diário, para jovens, chamado ‘Os Brothers’. Vai mostrar a convivência de irmãos tão diferentes’, diz Monica Pimentel, superintendente artística da Rede TV!.


HAJA AMOR Comandado por J.B. de Oliveira, o Boninho, diretor de ‘BBB’, o ‘Mais Você’ terá na semana que vem um mini reality show. A ‘Semana do Amor’, a partir de segunda, reunirá uma garota e oito rapazes em busca de uma namorada, com eliminações e até um bate-papo com a sogra.


LAMENTO Tem gente na Globo se lamentando. A emissora vacilou e o SBT comprou os direitos dos jogos da antiga ‘Olimpíada do Faustão’. As brincadeiras agora compõem o ‘novo’ ‘Programa Silvio Santos’.


VÍTIMA A disputa entre Globo (‘A Favorita’) e Record (‘Caminhos do Coração’) respingou no SBT. A mutilada ‘Lalola’ deu só 1,8 ponto anteontem.’


 




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É o fim da hegemonia das novelas globais


‘A estréia de ‘A Favorita’, anteontem, confirmou uma nova realidade na TV brasileira. Definitivamente, a hegemonia das novelas da Globo acabou. O gênero permanece líder, mas foi-se o tempo em que as novelas da Globo davam 60 (anos 90) ou 50 (início da década de 2000) pontos no Ibope. Agora, já está bom quando dão 40.


O primeiro capítulo da conservadora ‘A Favorita’ marcou 34,6 pontos na Grande SP -cada ponto equivale a cerca de 56 mil domicílios. É uma senhora audiência, mas foi a pior estréia do horário das 21h nesta década e, provavelmente, em todos os tempos. ‘Duas Caras’, pior primeiro capítulo no Ibope até então, começou com 40 pontos.


Há cada vez menos televisores ligados na Grande SP. E, anteontem, ‘só’ 49% sintonizaram ‘A Favorita’. Portanto, menos da metade dos telespectadores se interessaram pelo grande produto global. Há apenas três anos, as novelas das oito tinham mais de 70% dos aparelhos sintonizados nelas.


A estréia de João Emanuel Carneiro como autor de novela das oito foi ofuscada pelo ‘último’ capítulo de ‘Caminhos do Coração’, a ‘trash’, porém inovadora novela dos mutantes, que tem cara de série. Numa atitude ousada (e também desrespeitosa com o telespectador habitual), a Record tirou ‘Caminhos’ das 22h30 e colocou às 20h40, só para tentar prejudicar a Globo. Deu certo. ‘Caminhos’ cravou 22,6 pontos.


‘Os Mutantes’ (novo nome de ‘Caminhos’) dificilmente se manterá acima dos 20 pontos -o capítulo de segunda era excepcional e frustrou muita gente que esperava um mandante para crimes menos óbvio que a doutora Júlia (Ítala Nandi).


Mesmo que ‘A Favorita’ (já apelidada de ‘A Rejeitada’ pela Record) suba para 40 pontos (essa é a tendência), tem-se um cenário de concorrência na teledramaturgia brasileira. Copiando um pouco do ‘Q’ da Globo (mas só um pouco), a Record conseguiu oferecer uma alternativa ao telespectador que não agüentava mais a mesmice e caretice das produções do Projac. Atraiu um público mais jovem. De cada cem telespectadores de ‘Caminhos’, 39 têm menos de 24 anos. Em ‘Duas Caras’, 57 de cada cem já passavam dos 35 anos.


Para alívio da Globo, ‘A Favorita’ não aparenta problemas que possam refletir mais rejeição. Morno, seu primeiro capítulo não teve estripulias (nada de cenas ‘superproduzidas’), mas foi bem amarrado no roteiro e focado na trama central. Didático, apresentou os principais personagens. Como em ‘Dancin’ Days’ (1978), a principal história é a disputa de duas mulheres por uma filha. Sintomático do conservadorismo atual (em que um strip-tease de Taís Araújo só foi mostrado do pescoço para cima), a rebolativa discoteque foi substituída por tango. Eletrônico, mas tango.’


 




Carioquês sobressai em São Paulo


‘Presa durante inacreditáveis 18 anos por homicídio, a protagonista de ‘A Favorita’, Flora (Patrícia Pillar), deixou a prisão na zona norte de São Paulo e imediatamente tomou um ônibus no Morumbi (zona oeste). Mais tarde, disse que pretendia ir até a avenida ‘Paulichta’.’


 



Márvio dos Anjos


Baixista do Kiss volta a dar aula de rock


‘Certa vez, a banda indie americana Yo La Tengo fez um clipe que ironizava os clichês do rock colocando um clone de Gene Simmons, baixista ‘demoníaco’ do Kiss, como um dos professores de uma escola de rock poser. Numa de suas melhores cenas, eram estudadas (e declamadas!) as letras do Rush. Não lembro o nome do clipe, e isso não importa, porque o Yo La Tengo é irrelevante. Mas a idéia era tão boa que acabou se concretizando. Virou um reality show do próprio Simmons, que nunca foi bobo -segundo Ronnie James Dio, ex-vocal do Black Sabbath, o colega patenteia tudo o que pode (não por acaso, o Kiss virou uma espécie de Disney do mal, em se tratando de rendimentos gerados por merchandising).


A segunda temporada começa amanhã no VH1. O primeiro episódio é divertido, com Simmons sendo apresentando à classe e montando a banda com 12 adolescentes. Se na primeira temporada o baixista lidava com estudantes de música clássica, desta vez ele se vê diante de alguns alunos que, realmente, não dão a mínima para o rock, como o baterista Sammy.


Com dicas hilárias e algum desafio, Simmons vai moldando a banda que, ao longo dos episódios, receberá ‘master classes’ de algumas lendas do rock -como Black Sabbath e Suzi Quatro.


A ESCOLA DO ROCK DE GENE SIMMONS


Quando: amanhã, às 23h


Onde: no VH1′


 



INTERNET
Folha de S. Paulo


‘New York Times’ vai liberar código de site


‘O ‘New York Times’ vai liberar o acesso à sua API (interface de programação do site) ainda neste ano, segundo Aron Pilhofer, editor de interatividade do jornal. Com o acesso à API, usuários comuns poderão criar ferramentas que tenham como base o conteúdo do jornal. Também será possível cruzar informações. A intenção, segundo Pilhofer, é tornar o jornal programável: ‘Tudo o que a gente produz deve ser informação organizada’.’


 



Henrique Martin


Futuro requer a integração de serviços


‘A análise de crimes em seriados policiais sempre é rápida e exata, certo? Também, com computadores ultrapoderosos e inúmeros bancos de dados interconectados, a resposta para os crimes sai em instantes.


A realidade é outra, mas a integração cada vez maior de aplicativos na web aponta para um futuro parecido, ainda que não tão inovador como o mostrado na TV.


E os roteiristas podem também pegar carona em tecnologias que já existem, mesmo que em versão beta, ainda não comercial.


É o caso do seriado ‘CSI:Nova York’, que mostrou, em um episódio recentemente exibido nos Estados Unidos, seus policiais usando algumas tecnologias em teste pela Microsoft.


Reconstrução


O produto que apareceu na série foi o Photosynth (labs.live.com/photosynth), um projeto que usa inúmeras fotos para reconstruir paisagens ao redor do mundo.


No seriado, a equipe de investigadores forenses usou imagens tiradas em câmeras de estudantes (convencionais ou de celulares) para criar um ambiente similar ao da cena do crime, um assassinato durante um evento escolar.


O Photosynth permite navegar por diversas fotos de um local, e, em sua versão de preview disponível na web, mostra cinco paisagens diferentes.


‘O que o ‘CSI:NY’ mostrou foi uma versão adaptada do Photosynth, com um formato rápido e sem atrasos. Na vida real, a tecnologia ainda está no início, mas nada impede que vá acontecer do mesmo modo no futuro’, afirma Guilherme Stocco, gerente de produto de busca do grupo de serviços on-line da Microsoft Brasil.


Serviços on-line como o Photosynth podem, em alguns anos, ser integrados a outros serviços, como mapas e buscas. Hoje já temos mapas com vista de satélite e terreno, e inúmeras empresas -o Google e a Microsoft entre elas- trabalham em mapeamentos cada vez mais detalhados de cidades em todo o mundo.


Velocidade nas buscas


Já a questão das buscas rápidas é mais fácil de resolver, pelo menos na teoria.


A velocidade com que um detetive encontra os resultados de DNA ou os antecedentes criminais na base de dados ou na lista depende muito do número de servidores dedicados ou não a que o distrito policial ou a sua casa têm acesso.


‘Se apenas um local usa o servidor, como a polícia no seriado, o resultado sempre vai ser rápido. Coloque mil usuários na rede e a velocidade cairá’, explica Stocco.


Como filmes e seriados mostram um mundo quase sempre sem limites de gastos, fica óbvio que eles terão sua própria infra-estrutura de tecnologia dedicada e sempre rápida.


‘Além do servidor dedicado, discos rígidos e bancos de dados exclusivos também fazem diferença na velocidade’, conclui o executivo.’


 


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Edição de imagens ainda aguarda a era do gigapixel


‘Nos filmes e seriados, é comum ver cenas em que os personagens clicam em imagens e dão superzoom, preservando ao máximo a qualidade em fotos tiradas de celulares ou de câmeras de segurança.


Na vida real, não é assim ainda. Para ver como o software de edição de imagens vai se desenvolver, a reportagem da Folha conversou por e-mail com Bryan O’Neil Hughes, gerente de produto do Photoshop na Adobe, que trabalha com uma equipe de engenheiros que desenvolvem e testam os recursos a serem incorporados em próximas versões.


FOLHA – Filmes como ‘Blade Runner’ e séries como ‘CSI’ usam softwares que recuperam informações de pequenos pontos na foto tirada com o celular ou a placa do carro vista pela câmera de vídeo da segurança do prédio. Até que ponto isso é possível?


BRIAN HUGHES – Embora esses fatos sejam puramente ficcionais, a maior limitação hoje são os dados. O Photoshop usa tecnologias avançadas para modificar e tornar dados mais nítidos em uma imagem e dar zoom até 3.200% na versão original. Maior profundidade de zoom pode ser atingida ao focar em uma parte da imagem. A criação de imagens em gigapixel mostra as primeiras pistas para onde os dados podem chegar.


FOLHA – Se esse tipo de software mostrado nos filmes vier a existir, que tipo de impacto vai causar nas nossas vidas?


HUGHES – A capacidade de lidar com mais dados que podemos hoje, vindos de uma imagem ou de uma captura de vídeo, tem benefícios tanto para o consumidor quanto para o profissional. Os benefícios vão de cortar áreas selecionadas a arquivar cenas históricas ou selecionar fragmentos para análise. A capacidade de usos é praticamente ilimitada.


FOLHA – Os usuários não-profissionais pedem a inserção de mais recursos de superzoom e recuperação de imagem nas próximas versões do Photoshop?


HUGHES – Alguns usuários pedem sempre mais quando se fala em resolução, mas a maioria parece estar feliz com o que pode fazer hoje com o programa -câmeras D-SLR modernas capturam no máximo 20 Mpixels. Eu creio que a principal limitação atual é a resolução dos dispositivos de captura. Uma área que continuamos a desenvolver no Photoshop é a de lidar com mais informação vinda de menos dados disponíveis. Um exemplo é o ato de aumentar imagens com resolução menor. Dito isso, as câmeras fotográficas e filmadoras de hoje são capazes de realizar coisas incríveis, então a limitação existe apenas para uma pequena parte dos usuários ou com usos particulares.


FOLHA – Com a tecnologia que existe hoje, o gigapixel é o máximo tamanho de imagem que um supereditor precisaria lidar?


HUGHES – Como eu disse antes, o céu é o limite. Vemos que hoje esse valor é de um gigapixel, mas não tenho dúvida de que uma resolução maior está no horizonte. Uma coisa que percebemos que continua a melhorar, além da maior resolução, é a melhor resolução.


Câmeras modernas lidam melhor com nitidez e geram fotos com menos ruído. E isso vai continuar a melhorar com os avanços da tecnologia.’


 


Emerson Kimura


Veja cinco absurdos do cinema


‘Quanto mais os computadores se fazem presentes em nossas vidas, mais erros aparecem em filmes.


‘INDEPENDENCE DAY’ (1996) – David Levinson (Jeff Goldblum) conecta seu notebook à nave-mãe dos alienígenas invasores e transfere um vírus que atinge o sistema deles. Para isso funcionar, os extraterrestres precisam utilizar padrões conhecidos pelos humanos -ou por Levinson. Seria Levinson um alien disfarçado?


‘A REDE’ (1995) – Angela (Sandra Bullock) usa um vírus inteligente até demais: é executado automaticamente quando o usuário pressiona a tecla Esc (como ele detecta isso sem estar residente na memória?) e ataca tanto sistemas Macintosh locais quanto mainframes remotos do FBI (‘multicompatibilidade’ muito difícil).


‘A SENHA: SWORDFISH’ (2001) – Coleção de clichês: endereços de IP (propositalmente) falsos, interfaces 3D pouco intuitivas, operadores que não utilizam o mouse -apenas o teclado, furiosamente- e transações eletrônicas bancárias em que os números crescem progressivamente -como se o dinheiro fosse movido dólar a dólar, e não de forma instantânea.


‘JOGOS DE GUERRA’ (1983) – O computador WOPR tenta descobrir um código militar caractere por caractere, individualmente -não é necessário ‘chutar’ a senha inteira a cada tentativa, já que o sistema revela quando se acerta um caractere. Somente um sistema muito inseguro permitiria que códigos fossem quebrados dessa maneira.


‘NÚCLEO – MISSÃO AO CENTRO DA TERRA’ (2003) – Rat (DJ Qualls) tenta entrar na intranet do departamento de energia dos EUA e recebe a informação de erro ‘404 – Access Denied’ (acesso negado). Normalmente, o erro 404 refere-se a ‘não encontrado’. Acesso negado geralmente tem código 401 ou 403.’


 




Théo Azevedo


Games vão além de trama do filme


‘Nos dias de hoje, é comum sair do cinema e, ainda com as principais cenas na cabeça, deparar-se com o game do filme nas prateleiras de alguma loja do shopping center. Em alguns casos o jogo chega antes, como Kung Fu Panda e The Incredible Hulk, que por enquanto só estrearam nas telas do PC e dos videogames.


E não se trata mais apenas de reviver, em forma de game, o que se viu no cinema: a DreamWorks, por exemplo, trabalhou em conjunto com a Activision para fornecer conteúdo exclusivo ao jogo de Kung Fu Panda, incluindo cenários e personagens inéditos.


The Incredible Hulk segue estratégia semelhante, retratando não apenas o enredo do longa metragem, mas também elementos do HQ do Gigante Esmeralda. Claro que, em se tratando de Hulk, o jogador não deve esperar nada muito além de destruição em massa.


Mas é divertido, especialmente pela realista recriação de Nova York. Na cidade, além de enfrentar inimigos enormes entre arranha-céus, o jogador pode demolir qualquer coisa ao seu redor -os destroços são utilizados como arma.


Hulk consegue desferir golpes ainda mais arrasadores caso a barra Rage esteja cheia -o que é feito, claro, causando devastação.


Bourne


Há games, no entanto, que seguem o caminho inverso, ou seja, chegam às prateleiras tempos após a estréia nas telonas. É o caso de The Bourne Conspiracy, para PlayStation 3 e Xbox 360, que traz uma história paralela aos filmes estrelados por Matt Damon.


Para os fãs -mesmo aqueles que não são muito chegados à jogatina eletrônica-, o título é atraente, pois revela, por exemplo, a identidade real de Jason Bourne, além de responder outras questões que não ficaram claras no longa. É também a oportunidade de ver, em primeira mão, como o protagonista se torna um homem procurado pela Justiça.


The Bourne Conspiracy, que está sob responsabilidade da High Moon Studios, subsidiária da Sierra, tem muitas informações vindas diretamente do legado deixado por Robert Ludlum, autor do livro no qual o filme é baseado.


Os golpes empregados por Bourne no game foram coreografados por Jeff Imada, que coordenou lutas e momentos de ação no cinema. É possível utilizar diversos objetos do cenário como arma. Nas cenas de tiroteio, os obstáculos passam a ser úteis como proteção.


Em certas situações, quando é necessário escapar de perigos mortais em cerca de segundos, a perspectiva de visão muda para dar à cena um tom mais cinematográfico.


Como nenhum dos três jogos, por enquanto, foi lançado no Brasil, ainda não receberam classificação por faixa etária. Nos EUA, Kung Fu Panda é recomendado para todas as idades; The Incredible Hulk e The Bourne Conspiracy, para pessoas a partir de 13 anos.’


 




Bruno Romani


Google avança na publicidade tradicional


‘A existência, em Redwood City, pequena cidade ao sul de San Francisco perto da sede do Google, de cursos noturnos que ensinam a negociar mídia, não é uma coincidência. Ao treinar funcionários em como comprar espaço em canais de TV, estações de rádio e revistas e jornais, o Google prepara sua entrada em território tradicionalmente ocupado por agências de publicidade.


Oficialmente, a empresa diz que os seus serviços de propaganda off-line estão ainda em fase de testes, e ela tem pouco a falar a respeito.


No mundo da propaganda, no entanto, rumores dão conta de que o Google espera comandar campanhas inteiras no mercado publicitário off-line. A estratégia da empresa será oferecer pacotes que incluem diferentes mídias através do AdWords, serviço do Google já usado para fazer propaganda on-line.


O serviço permitiria que os departamentos de marketing de anunciantes fizessem suas próprias campanhas sem depender de agencias publicitárias. Ao fazer a compra e o planejamento de mídia, a empresa entraria em um dos territórios mais lucrativos do mundo publicitário.


Por enquanto, extensões do AdWords (Google TV Ads, Google Audio Ads e Google Print Ads) oferecem espaço em TV, rádio e jornal. Com eles, o anunciante pode escolher o dia e a hora em que seu produto é anunciado na TV ou no rádio, ou o dia da semana e a seção do jornal.


Esses serviços, no entanto, não permitem grande interação entre campanhas em mídias diferentes.


Integração e harmonia


O plano do Google é que exista mais harmonia no comando das campanhas, com programas que facilitem o gerenciamento.


Existe, porém, ceticismo e algumas reclamações em relação à qualidade dos serviços que o Google pode oferecer.


Antes de ser lançado para o público americano em geral no começo de maio, o Google TV Ads atraiu pouco mais de 200 clientes, enquanto o Google Audio Ads servia 1.600 anunciantes.


A Folha ouviu Beau Bennet, dono de um site que vende acessórios eletrônicos. Ele anunciou seus serviços on-line no Google TV Ads e chamou a ação de ‘um erro de mais de US$ 12 mil’.


Somada a isso, a baixa repercussão do Audio Ads e do Print Ads coloca em dúvida a capacidade do Google para se tornar um gigante da propaganda off-line.’



 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 4 de junho de 2008


 


ÍNDIOS
O Estado de S. Paulo


PF desmonta 4 rádios clandestinas em aldeias


‘A Polícia Federal apreendeu quadro estações clandestinas de rádio operadas por índios em aldeias de Mato Grosso do Sul. A Operação Cidadão Índio, concluída ontem, investigava consumo e venda de bebidas alcoólicas, posse ilegal de armas e rádios piratas. Foram apreendidas também dezenas de garrafas de cerveja e aguardente. Ninguém foi preso.’


 



RÚSSIA
Clifford J. Levy, The New York Times, Moscou


Kremlin cala divergências com controle de redes de TV


‘No fim do ano passado, num programa de entrevistas, Mikhail Delyagin, um conhecido analista político, usou palavras ásperas a respeito do então presidente Vladimir Putin. Quando o programa foi transmitido, porém, Delyagin não apareceu na tela. Não só seus comentários foram cortados, como ele também foi retirado digitalmente do programa, como um camarada caído em desgraça apagado de uma velha foto da era soviética (mais informações nesta página). Talvez, no caso de Delyagin, os técnicos tenham trabalhado depressa demais, porque deixaram suas pernas sem corpo em uma das tomadas.


Mais tarde, soube-se que o analista foi posto por algum tempo na chamada ‘lista dos censurados’ – que reúne os adversários políticos e críticos do governo que foram barrados dos programas de TV pelo Kremlin. A lista é mais uma indicação de que Putin conta cada vez mais com as redes de televisão controladas pelo Kremlin para consolidar seu poder.


Os aliados de outrora de Putin, como Mikhail Kasyanov, seu ex-primeiro-ministro, e Andrei Illarionov, seu ex-principal assessor econômico, sumiram. Garry Kasparov, o ex-campeão de xadrez e líder da oposição, foi banido. E não se trata apenas dos políticos. Em abril, o grupo de rock Televizor foi impedido de se apresentar em uma emissora depois que seus integrantes participaram de uma manifestação da oposição.


Altos funcionários do governo desmentem a existência de uma lista deste tipo, afirmando que pessoas hostis ao Kremlin não aparecem na TV simplesmente porque suas opiniões não são notícia. Em entrevista, alguns jornalistas afirmaram que não acreditavam que o Kremlin tivesse uma lista de pessoas barradas, mas que as redes operam de acordo com uma lista informal deste teor que atende às preferências do Kremlin.


Embora o governo vise principalmente a TV porque a sua audiência é maior, muitas estações de rádio e jornais também se conformam à lista, ignorando ou diminuindo a importância da oposição. Há exceções: alguns jornais publicam regularmente comentários críticos sobre Putin e também as opiniões dos que estão na lista. Além disso, a internet não é censurada, e contém muitas críticas ao governo. Aparentemente, o Kremlin tolera as críticas nestes veículos porque eles têm um alcance limitado em comparação com as grandes redes de televisão no país.’


 



INTERNET
O Estado de S. Paulo


Presidente do Yahoo é pressionado a deixar o cargo


‘O investidor Carl Icahn está aumentando sua pressão contra o Yahoo. Agora, ele acusa o presidente, Jerry Yang, e o conselho da empresa de serem falsos a respeito de sua disposição para levar em conta a oferta de compra feita pela Microsoft. Icahn também acusa Yang e o conselho de tomar medidas custosas para deter o acordo.


Icahn – que recentemente abriu uma batalha para substituir todo o conselho do Yahoo e para trazer ambos os lados de volta à mesa de negociação – afirmou ao Wall Street Journal que vai tentar depôr Yang e o conselho.


Icahn também afirmou que planeja fazer um comunicado público destacando suas preocupações sobre as ações de Yang e do conselho.


ACIONISTAS


A notícia vem um dia depois de um processo de acionistas contra o Yahoo ser aberto, revelando mais detalhes sobre as negociações entre o Yahoo e a Microsoft, que resultaram na retirada formal da oferta pela Microsoft, em 3 de maio.


Entre os detalhes revelados está um plano de indenização para os funcionários da empresa. Icahn estimou que o plano de indenização poderia custar à Microsoft US$ 2,5 bilhões ou mais para manter os funcionários do Yahoo se a transação fosse concluída – um custo bastante alto, que efetivamente deteve a oferta.


O Yahoo, no entanto, estimava que o custo do plano acrescentaria entre US$ 462 milhões e US$ 2,1 bilhões para a Microsoft, baseado na oferta inicial de US$ 31 por ação, ou US$ 44,6 bilhões no total.


DOW JONES NEWSWIRES’


 



TELES
Renato Cruz


Empresas criticam projeto que abre mercado de TV paga a teles


‘O Projeto de Lei 29, que abre o mercado de TV paga para as concessionárias de telecomunicações, recebeu muitas críticas ontem durante evento no Instituto Fernando Henrique Cardoso. O relator do projeto, deputado Jorge Bittar (PT-RJ), disse que ele deve ser votado hoje na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara. A expectativa de Bittar é que o projeto vá a plenário na próxima semana.


‘A TV por assinatura é praticamente um monopólio’, afirmou Bittar. ‘Um grupo domina o cabo e outro, o satélite.’ Hoje, as concessionárias de telefonia local – Telefônica, Oi e Brasil Telecom – são proibidas de controlar empresas de cabo na sua área de concessão. Além disso, existe um limite de 49% ao capital estrangeiro no cabo. Ao mesmo tempo, não existe limite para a participação de investidores internacionais em outras tecnologias de TV paga – como o satélite e o MMDS (microondas).


O PL 29 acaba com a proibição da participação das concessionárias no setor e com o limite ao capital estrangeiro. O ponto polêmico da proposta, no entanto, é que ela também trata da produção de conteúdo, impondo regras complexas que prevêem cotas obrigatórias para a produção nacional. ‘Acreditamos que uma política de fomento seja mais eficaz que as cotas’, disse o presidente-executivo da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), Alexandre Annenberg.


Existe uma lei que trata da TV a cabo, enquanto o satélite e o MMDS são regulamentados por portarias do Ministério das Comunicações. A Lei do Cabo é de 1995, anterior à Lei Geral de Telecomunicações (LGT), de 1997, e, portanto, está desatualizada. Não existe, por exemplo, limite ao capital estrangeiro na telefonia.


O PL 29 teve origem numa tentativa de atualizar essa legislação e de reduzir os conflitos entre radiodifusores e operadoras de telecomunicações. As emissoras de TV temem a entrada das teles na produção de conteúdo e, por isso, o assunto acabou entrando no projeto. O texto, no entanto, passou por tantas modificações na tentativa de acomodar interesses de grupos distintos que a versão final acabou desagradando a muita gente. Uma das exigências, por exemplo, é que cada canal tenha 3 horas e 30 minutos por semana de conteúdo nacional no horário nobre.


O fim das restrições ao capital estrangeiro e às teles permitiria que a Embratel assumisse o controle da Net e a Telefônica o da TVA, por exemplo. Mas a política de cotas acabou desagradando às empresas de TV paga, que tiveram pouca participação no processo. Essas companhias acabaram se sentindo moeda de troca em um acordo entre teles e emissoras de TV.


Para o deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), autor do projeto original, a versão atual está muito detalhista. ‘Ao escrevermos demais, nos comprometemos demais’, disse. ‘O projeto abre espaço para interpretação, o que pode criar uma contenda judicial muito grande.’’


 



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‘Fusão da Oi com a BrT pode virar outra coisa’


‘O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem a ausência de políticas públicas do atual governo, durante evento em seu instituto. ‘Nós tínhamos um modelo que mostrava para onde queríamos levar o País’, disse. ‘Hoje, não se vê muito claramente para onde se quer levar o País.’ Ele comentou os planos de compra da Brasil Telecom pela Oi (antiga Telemar), que dependem de uma mudança nas regras do setor para irem em frente. ‘Tenho um pouco de medo da fusão da Oi com a outra operadora, porque pode virar outra coisa’, afirmou. ‘Está sendo montado um bloco de poder estatal e de fundos de pensão, controlados por um único partido. A situação é muito arriscada e perigosa, porque é difícil que a sociedade se aperceba do que está acontecendo.’ Segundo o ex-presidente, o Brasil avança por força do mercado, e não do Estado. ‘O Estado vai no impulso do mercado.’


FHC prestou homenagem ao ex-ministro das Comunicações Sergio Motta, morto há 10 anos. Motta conduziu o processo de abertura do mercado de telecomunicações, que resultou na privatização do Sistema Telebrás. Participantes do evento disseram que o setor precisaria agora de um novo Sergio Motta. ‘O Sergio Motta só funciona com um governo que o apóie. Sem o ministro e sem o governo, os interesses comerciais comandam muito mais’, disse o ex-presidente.’


 



TELEVISÃO
Cristina Padiglione


Parintins vira aposta


‘Cenário presente na cobertura do carnaval de Salvador, o estúdio de vidro da Bandeirantes terá lugar no Bumbódromo de Manaus, palco do Festival de Parintins. Não se trata de mera transmissão de evento: a tradicional festa servirá como pontapé inicial do que a Band batizou como ‘A Amazônia é Nossa’, um fórum de discussão permanente pela soberania do Brasil sobre a Amazônia.


Até um ‘barco da Band’ será providenciado para receber personalidades locais. A emissora reserva 15 horas de transmissão ao vivo para três noites (27, 28 e 29 de junho) e 150 profissionais envolvidos. Bote ainda na conta dos efeitos a primeira exposição em alta definição da rivalidade entre o Caprichoso e o Garantido, os bois-bumbás que fazem Parintins ferver.


COTAS A R$ 7,2 MILHÕES


Reflexo da aposta, o plano comercial para todo o projeto resultou na oferta de quatro cotas publicitárias nacionais, no valor de R$ 7,2 milhões cada uma – o Bradesco já abocanhou uma.


E, como se fosse novela da casa, o Amazonas vira personagem de todos os programas – até É o Amor garimpou romances locais.’


 



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A Favorita ousa sem desperdiçar clichês do gênero


‘Ousar sem desperdiçar clichês é a conjugação da Favorita que a Globo estreou anteontem. A nova novela das 9 (que a emissora ainda chama ‘das 8’ para não espantar o hábito do público) é sobretudo honesta, daí inusitada, ao anunciar que mocinha e vilã não têm vaga definida no enredo do autor João Emanuel Carneiro, estreante no horário. Assim, ninguém há de ficar estarrecido com aquele bando de canalhas que se transformam em heróis no capítulo final. Dessa feita, não se sabe quem fala a verdade, a despeito de todo o estereótipo da coitadinha versus dasluzete, digo, da ex-detenta Patrícia Pillar e da abastada Cláudia Raia. É um contexto que leva a platéia a crer mais na interpretação de Pillar do que na de Raia.


O texto expõe vertentes raras de se ouvir na TV comercial, e mais ainda em telenovela. ‘Na juventude, todo mundo é de esquerda’, justifica o ricaço da história, Mauro Mendonça, para a neta, Mariana Ximenez.


Corta para o embate cênico entre Mendonça e Tarcísio Meira. Câmera lenta. Amigos de juventude, amam odiar-se um ao outro pelo atual distanciamento ideológico. Claro, Mendonça, como acabara de dizer à neta, mudou de lado. E Meira agora lidera piquete de greve na fábrica do outro. ‘O Muro de Berlim já caiu há mais de dez anos, você está ultrapassado’, diz o patrão. ‘Lutar por um mundo melhor nunca é estar ultrapassado’, responde o empregado.


Obrigatoriamente didático para apresentar a história, o primeiro capítulo de A Favorita cumpriu essa missão sem perder a chance de entreter. Diálogos breves encerraram a essência de cada personagem: o político corrupto (Milton Gonçalves), a filha chantagista (Taís Araújo), o jornalista pegador (Carmo Dalla Vecchia), o marido suspeito – e no caso dele, Murilo Benício, nem foi preciso diálogo, bastou a cena em que ele apanha a mala cheia de dólares. E tem Glória Menezes com um tipo que é um afago na alma. É ela, a mãe do assassinado que motivou a prisão de Pillar, quem suscita as dúvidas em torno da verdadeira assassina.


Dalla Vecchia, o jornalista, trabalha num grande jornal, mas é funcionário multiuso: fotografa, escreve e dirige o próprio carro! Na vida real, e fala-se aqui com conhecimento de causa, não é bem assim. Vá lá, isso é novela, salve a ficção.


Ao fim do primeiro capítulo, o encontro entre Raia e Pillar em pleno Viaduto do Chá despertou na memória a fúria por vingança carregada por aquela Uma Thurman de Kill Bill. A lembrança latente por Tarantino talvez se reforce pelo tango eletrônico do Bajofondo que embala uma das aberturas de mais bom gosto já vistas na Globo.


Oxalá a emissora não ceda à tentação de dispensar a ousadia para buscar mais audiência. O capítulo de estréia bateu nos 35 pontos de média. É o mais baixo alcançado por uma novela dita das 8, mas que se explica pelo insucesso do final de Duas Caras.’


 


Shaonny Takaiama


Record tira público da Globo


‘Deu certo a estratégia da Record de colocar o final da novela Caminhos do Coração no mesmo horário de estréia do folhetim A Favorita para tirar pontos da Globo. Exibida na segunda-feira, das 20h53 às 22h15, A Favorita estreou com média de 35 pontos, a pior audiência de estréia de uma novela das 9 na emissora, perdendo inclusive para Duas Caras, que estreou com 40 pontos e Paraíso Tropical, com 41. O final de Caminhos do Coração, por sua vez, foi ao ar das 20h50 às 22h20, e rendeu à Record 23 pontos de média.’



 


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