O Washington Post precisa de mais colunistas mulheres e que sejam integrantes de grupos minoritários, escreve em sua coluna de domingo [10/12/06] a ombudsman Deborah Howell. Segundo ela, a maioria dos colunistas do jornal é formada por homens brancos. ‘Mais diversidade faria do Post um jornal mais rico’, opina Deborah.
Igualdade numérica não é o que os leitores procuram, mas mulheres e minorias querem se ver bem representados nas notícias e nas páginas de opinião do Post. ‘Esta é uma região com diversidade, e isso deveria ser mais bem refletido no trabalho dos colunistas’, alega.
Deborah fez uma análise dos colunistas que escrevem pelo menos duas vezes por mês no Post. Para ela, falta uma voz feminina entre os colunistas da seção metropolitana, formada por Marc Fisher, John Kelly e Courtland Milloy – e defasada por Donna Britt, que se ausentou para escrever um livro. Milloy e Donna são negros. Na seção de economia, há sete homens e quatro mulheres. Destes, dois são negros. Em esportes, os homens dominam: seis homens e uma mulher – um negro apenas. A situação é inversa na seção estilo, com três homens e sete mulheres – a única do jornal com maioria feminina. Na editoria nacional, há dois colunistas do sexo masculino. Uma grande maioria dos colunistas das páginas de opinião são homens brancos: 17 homens e apenas três mulheres. Na revista, há dois homens e uma mulher. No total de todos os colunistas, há 44 homens e 17 mulheres. Em relação a minorias étnicas, há oito representantes dentre os 61 colunistas.
De acordo com dados do começo do ano, o Post tem cerca de 660 jornalistas, dos quais 41% são mulheres e 23% pertencem a minorias, informa o vice-chefe de redação Milton Coleman. ‘Como o Post poderia aumentar a diversidade se a equipe e o espaço dado às matérias ficam cada vez menores?’, provoca Deborah. ‘Nas páginas de opinião, não deveríamos publicar todos os colunistas de uma só vez. Deveríamos criar espaço para novas vozes’. A ombudsman também aconselha ter mulheres na seção metropolitana e um novo colunista hispânico. ‘Nem todos têm de ser da equipe, mas eles poderiam ser colaboradores regulares’, conclui.