Enquanto falta cobertura do conflito no Sudão, os jornais continuam inundados de notas sobre a guerra no Oriente Médio. ‘Quando foi a última vez que seu jornal diário deixou de dar alguma informação sobre o conflito entre israelenses e palestinos?’, questiona a HonestReporting [27/4/04], organização pró-Israel que defende uma cobertura mais equilibrada do conflito.
Com mais de 900 artigos diários sobre a crise nos meios de comunicação de língua inglesa, um país como Israel, do tamanho do estado americano de Nova Jersey, recebe aproximadamente 75 vezes mais cobertura que outras regiões com número de habitantes similar. Em relação a nações envolvidas em conflitos armados, que costumam atrair a atenção da mídia, Israel recebe 10 vezes mais atenção.
Para a HonestReporting, o excesso de notícias sobre o conflito entre israelenses e palestinos é um importante elemento anti-Israel por dois motivos: primeiro, o esforço consciencioso antiterror de Israel passa a ser analisado minuciosamente pela imprensa mundial, de maneira não vista em nenhuma outra nação. Por exemplo, enquanto milhões de pessoas sofrem violações de seus direitos humanos no Sudão, o excesso de matérias sobre Israel acaba enfocando a suposta insensibilidade da Força de Defesa Israelense em relação aos palestinos.
Segundo, a proeminência dada ao poder israelense acaba distorcendo a realidade geográfica de Israel, um país pequeno cercado por estados árabes que, na melhor das definições, apenas tolera friamente a existência da nação. Para o consumidor de notícias médio, essa realidade é perdida por trás de uma barreira de manchetes sobre Israel que pode dar a impressão de que o país é de grande presença física no Oriente Médio. Na realidade, pode-se fazer cooper da Cisjordânia até o Mar Mediterrâneo em pouco mais de uma hora.