Depois de extinguir o Jornal da Tarde (JT), em outubro passado, o Grupo Estado anunciou ontem [sexta-feira, 5/4] uma reestruturação do jornal O Estado de S. Paulo. Suplementos como “Link” e “Sabático” deixarão de circular e o noticiário diário passará a ser agrupado em três cadernos fixos. No primeiro, estarão as editorias de Política, Internacional, Metrópole e Esportes. O segundo trará o noticiário de Economia, Negócios e Tecnologia. No terceiro estará o “Caderno 2”, com cobertura sobre entretenimento. As mudanças passam a valer no próximo dia 22.
Ainda devido à reestruturação, não haverá mais a distinção de conteúdo entre as edições Brasil (que era concluída mais cedo) e São Paulo (com noticiário atualizado). O fechamento será único, às 21h30m, com trocas programadas no decorrer do processo de impressão.
Também no dia 22, estreia o novo aplicativo do Estadão para celulares e tablets, que funcionará em todos os sistemas disponíveis.
O presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita Neto, disse que as mudanças estavam sendo estudadas há seis meses por um grupo de trabalho multidisciplinar e se basearam em pesquisas qualitativas e entrevistas. Segundo ele, essas sondagens “mostraram que os leitores querem mais conveniência e eficiência de leitura, sem perder o aprofundamento e o poder de análise”. Ele disse ainda que não teme descaracterizar o jornal ou perder leitores.
– Muito pelo contrário. Este é mais um dos ajustes necessários para a adequação às demandas do mercado. É resultado de nossa visão de futuro e do nosso compromisso em focar os negócios de forma a manter uma situação financeira sempre saudável – afirmou Mesquita Neto.
Campanha publicitária
As alterações provocaram corte de funcionários do jornal. O número de dispensas não foi anunciado oficialmente pela empresa. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo estima entre 25 e 30 o número de profissionais demitidos da publicação.
Desde quinta-feira (4/3), o sindicato havia pedido esclarecimentos à direção do jornal sobre possíveis mudanças. Mas, segundo André Freire, secretário-geral do sindicato, não houve resposta por parte da empresa.
– Queríamos diminuir a ansiedade na redação, fazendo uma interlocução entre jornalistas e diretoria. Mas, como no caso do JT, não houve essa preocupação com os jornalistas nem respeito com o sindicato – afirmou Freire.
Uma campanha publicitária, criada pela agência W/McCann, será veiculada a partir do dia 14 para explicar as mudanças para mercado publicitário e leitores.