A imprensa, e não apenas no Brasil, segue medida a medida as tentativas de estancar a crise financeira e recolocar nos trilhos o sistema global de negócios.
Aqui na antiga terra da inflação crônica, os jornais se dedicam a discutir os efeitos da política econômica, se o governo age bem ao acalmar os mercados ou se age mal por manter o clima de otimismo num oceano de tormentas. Enquanto isso, na vida real, as empresas celebram mais um ano de ganhos expressivos enquanto se preparam para ajustes.
No varejo do noticiário, quem quer emoções em doses diárias está bem servido com a gangorra do mercado de ações e as injeções de adrenalina financeira anunciadas quase diariamente pelos bancos centrais.
Mas para quem precisa pensar no longo prazo, como o pai ou a mãe de família que está preocupado em poupar algum dinheiro para os estudos dos filhos, não há muito material para reflexão na imprensa diária.
Na sua última edição, a revista americana Scientific American trata o mundo pós-crise financeira como o ‘Planeta Terra 3.0’, apresentando argumentos para uma reflexão sobre as mudanças profundas pelas quais a humanidade está passando por conta da globalização, da crise financeira e dos problemas ambientais que marcam este começo de século.
Mas a imprensa diária segue presa aos paradigmas do valor de hoje das ações, da taxa de juros e da opinião do Fundo Monetário Internacional.