Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Emissoras de TV competem no mundo virtual

Na TV a cabo americana, a Fox vence a CNN em audiência, mas na internet a história é diferente. Os sítios da CNN e da MSNBC deixam o FoxNews.com no chinelo em número de visitantes. Isto significa mais dinheiro com publicidade para a CNN, comemora o vice-presidente e gerente geral do sítio da emissora, David Payne. ‘Você tem de mostrar crescimento. E agora, tudo o que é desenvolvido tem que ter interatividade’, afirma. Na MSNBC, o sítio chega a lucrar mais por mês do que o canal a cabo, segundo o vice-presidente de vendas Kyoo Kim.

A edição de 3/2 da BusinessWeek publicou que, segundo dados do centro de pesquisas Nielsen, a MSNBC e a CNN tem batido a Fox na internet. De acordo com informações da CNN, em janeiro deste ano o sítio da emissora teve mais de um bilhão de page views (páginas vistas) – o dobro do reportado pelo Nielsen. Os executivos da CNN.com alegam que conseguem saber exatamente quantos hits (downloads de informação) o sítio recebe.

Segundo a pesquisa do Nielsen, a MSNBC tem o número de page views equivalente ao da CNN. Já a FoxNews.com teria apenas 200 milhões de page views mensais. O presidente do sítio da Fox, Bert Solivan, estima que o número seja o dobro disto.

A preocupação das empresas em aumentar estes números é compreensível: eles são sinônimo de dinheiro. Embora as emissoras evitem discutir quanto lucram com anúncios online, estima-se que a CNN.com receba no mínimo US$ 12 milhões por mês com publicidade – sem incluir os anúncios em vídeo, que acrescentariam US$ 1 milhão à renda da rede. Em 2005, a receita total da CNN foi de US$ 794 milhões; a Fox lucrou US$ 574 milhões e a MSNBC, US$ 258 milhões.

‘Não temos dúvidas de que o meio online vai dominar no futuro, seja daqui a 20 ou cinco anos’, opina Payne. A Fox demorou a migrar para rede e, sem um portal como o MSN.com para direcionar os internautas para seu sítio, tem lutado para correr atrás do prejuízo. ‘A News Corp. está investindo pesado na FoxNews.com, com [Rupert] Murdoch decidido a entrar fundo na internet’, ressalta Bert Solivan, gerente geral da FoxNews.com.

Perfil dos usuários

A maior parte dos internautas que acessa os sítios das emissoras o faz no horário de trabalho – o tráfego online é maior de nove da manhã às cinco da tarde. Há mais homens que mulheres, eles têm alta escolaridade e ganham mais de US$ 75 mil por ano. Mesmo que passem o dia conectados, à noite muitos ainda assistem à televisão em casa. ‘A quantidade de pessoas que acessam os sítios de notícias ainda não se equivale à das que assistem à TV’, informa Charlie Tillinghast, presidente e publisher da MSNBC.com.

Já os anunciantes estão migrando para a rede em um ritmo mais lento. De acordo com a Associação de Editores Online americana, apenas 6% do dinheiro gasto com publicidade vai para anúncios online, enquanto 40% é gasto em comerciais de TV e 30% em anúncios impressos em jornais. No entanto, 34% das pessoas citaram a internet como fonte primária de notícias – índice maior do que a televisão (32%), rádio (20%) e jornais (8%).

De olho na rede

Atentas à mudança, as redes de televisão começaram a investir nos seus sítios, expandindo a equipe online e pedindo aos correspondentes para produzir também conteúdo para a rede. A CNN.com tem 250 funcionários e a MSNBC.com tem 175 empregados destinados exclusivamente ao sítio.

As emissoras abertas também entraram na competição. Em janeiro, a ABC lançou um boletim atualizado do World News Tonight em seu sítio, às três da tarde. Em julho do ano passado, a CBS relançou o CBSNews.com e possibilitou aos internautas criarem seus próprios webcasts (vídeos online), usando segmentos do noticiário noturno e outros produzidos especialmente para o sítio. Informações de Rebecca Dana [The New York Observer, 13/2/06].