A polícia mexicana encontrou, na segunda-feira (23/4), o corpo do jornalista Saul Martinez, seqüestrado na semana passada em frente a uma delegacia na cidade de Agua Prieta, no estado de Sonora. Martinez, que era repórter do jornal Interdiario, foi encontrado no estado vizinho de Chihuahua.
O jornalista, que tinha 36 anos, foi levado em 16/4 por homens armados que o obrigaram a entrar em um carro. Segundo nota da AP [23/4/07], um policial que não quis se identificar afirmou que Martinez estava morto há pelo menos seis dias quando foi encontrado. A família teria identificado o corpo por uma tatuagem no ombro direito.
Guerra do tráfico
Pelo menos sete jornalistas foram mortos no México nos últimos seis meses por ordem de gangues de narcotraficantes. Outros dois profissionais de imprensa estão desaparecidos e oito afirmaram ter recebido ameaças, segundo informações da Sociedade Interamericana de Imprensa.
A guerra entre os cartéis de drogas mexicanos deixou mais de dois mil mortos apenas em 2006. Repórteres que cobrem o tema sempre correram riscos, mas a situação piorou depois que o presidente Felipe Calderón deu início a uma ofensiva para desmantelar as gangues.
O irmão de Martinez, Edgar, contou que o jornalista havia se queixado, uma semana antes do seqüestro, de estar sendo seguido. Repórter policial, ele apurava outra abdução quando foi levado. Poucos dias depois do desaparecimento do irmão, Edgar desabafou: tinha certeza que Martinez estava morto.