Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Está difícil ler jornal

A adesão da imprensa paulistana à candidatura do PSDB é tão descarada que está difícil ler um jornal ou ouvir uma rádio de São Paulo, como muito bem frisou um leitor em edição anterior do Observatório da Imprensa. No caso específico da Folha de S. Paulo, o perfil oposicionista em relação às administrações do Partido dos Trabalhadores vem desde o início do governo Marta Suplicy, no âmbito municipal, e desde a campanha presidencial, no caso do governo federal, por ocasião do polêmico almoço em que o então candidato Lula deixou Otavio Frias Filho falando sozinho e foi embora.

Basta uma folheada em qualquer edição para constatar o óbvio que só Frias Filho não quer enxergar, talvez por não ler seu próprio jornal: editoriais, colunistas, José Serra, Boris Fausto, Antônio Ermírio de Moraes, ‘Tendências e Debates’, ‘Painel do Leitor’, ‘Painel’, ‘Tiroteio’ (neste caso, o nome deveria ser mudado para ‘Gatilho do Virgílio’), longos e maçantes artigos ou entrevistas com ex-petistas.

Conforme o ouvidor escreveu em sua coluna dominical, o universo de leitores que se manifestam tem percentual pequeno, mas as críticas são fortes e persistentes. O que estas pessoas querem, e também uma multidão que não se manifesta, é equilíbrio no noticiário.

Dentro de casa

Todos perdem com as posturas editoriais que se vêem em São Paulo. Perde o leitor, que não obtém uma informação imparcial para formar um pensamento com relação a seus governantes. Perde também o veículo de comunicação, por não transmitir informações transparentes ao leitor, o que mina sua credibilidade e redunda em perda de assinantes e compradores em banca.

Não adianta choramingar e falar em crise na mídia: os motivos estão dentro da casa, a começar pelo desrespeito ao consumidor de informações.

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Corretor de seguros, Santos, SP