Talvez não estejamos sozinhos no universo. Um exame de urina capaz de detectar o câncer pode ser realidade em um futuro não tão distante. Braços biônicos controlados por pensamento com sensores que propiciam sensação do toque já estão sendo testados por tetraplégicos. Esses e outros avanços tecnológicos que até parecem ficção científica foram apresentados no TED Talks Live NYC, na Broadway, em Nova York.
Jim Green, diretor de ciência planetária da Nasa que coordena pesquisas de astrobiologia e exploração do sistema solar, mostrou novas descobertas da agência espacial que evidenciam que há água, energia e material orgânico em Marte e algumas luas de Saturno e Júpiter, condições essenciais para a formação da vida.
Estudos de nanotecnologia no MIT que implicam as áreas de engenharia, medicina e biologia, liderados pela pesquisadora Sangeeta Bhatia, antecipam o que pode ser uma revolução no diagnóstico do câncer. Um teste que custará em torno de US$ 10 e cujo resultado sairá de imediato literalmente na urina. Isso poderia ter aplicações diversas, mas especialmente em lugares de difícil acesso e grandes extensões, como por exemplo a Amazônia, no Brasil.
Arati Prabhakar, da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (Darpa), apresentou novidades no campo militar que podem ser usadas pela sociedade civil. Uma delas, que está em fase de testes por tetraplégicos, possibilita movimentos controlados pelo pensamento. Alguns braços biônicos possuem também sensores possibilitando a sensação do toque.
Nos avanços no campo da arqueologia, Latif Nasser, diretor de pesquisa da Radiolab, da National Public Radio (NPR), contou uma descoberta surpreendente que só foi possível graças à análise do perfil do colágeno de um fóssil encontrado no norte do Canadá, indicando se tratar de um camelo gigante que viveu no Ártico há 3,5 milhões de anos. A história não é nova – foi publicado um estudo sobre os fósseis em 2013, amplamente divulgado pela mídia – mas Nasser inovou nas técnicas de storytelling ao dialogar com a voz da pesquisadora Natalia Rybczynsk, que encontrou os fósseis, e ao levar um camelo para o palco do evento.
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O conteúdo do evento de uma semana, de 1 a 6/11, será editado e exibido pela PBS no começo de 2016, em um programa especial com duração de três horas. Posteriormente os vídeos estarão disponíveis online. Na programação, foram debatidos também casos inovadores nos campos da educação e iniciativas para promoção da paz.
O TED Talks Live NYC foi uma co-produção do TED, da emissora pública PBS e dos grupos sem fins lucrativos para promover a mídia independente Corporation for Public Broadcasting (CPB) e Independent Television Service (ITVS). “A mídia pública é o lugar de conteúdo que interessa conectado ao engajamento da comunidade que faz a diferença na vida das pessoas. Contamos a história da América, uma história que está constantemente mudando e se tornando mais diversificada a cada dia. O TED dissemina ‘ideias que importam’. Juntos – meios de comunicação públicos e TED, financiados pela CPB – representam uma parceria poderosa e positiva”, afirmou ao Observatório Pat Harrison, presidente e CEO da CPB, organização criada pelo Congresso em 1967 e que apoia atualmente as operações de mais de 1.400 estações de televisão e rádio públicas nos EUA.
* Larriza Thurler é jornalista freelancer, doutoranda em Ciência da Informação e analista em Gestão do Conhecimento
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