O ‘jornalismo de verão’ funciona no Brasil de 1º de janeiro até depois do Carnaval. É o jornalismo para quem não gosta de jornalismo.
Este ano o jornalismo de verão corre o risco de ser abolido. Abolido porque o verão será brando? Ao contrário, será abolido porque o verão está quente, seco e o risco de um apagão elétrico não pode ser descartado. Nestas condições, o jornalismo de verão voltado para abobrinhas e banalidades terá que ser desativado.
A crise é grave porque a Argentina está diante de um gravíssimo déficit energético admitido até pela nova presidente, Cristina Kirchner. Com os recursos hídricos diminuídos pela estiagem, usa-se mais gás na produção de energia. Sobe o preço do gás, sobem as tarifas elétricas, sobe tudo. Acrescentem-se as pressões inflacionárias e os imperiosos cortes orçamentários para compensar o fim da CPMF e temos um quadro que sugere atenção, vigilância e providências. A primeira delas: dar férias ao jornalismo de férias.