A Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, sigla em inglês) se desculpou, na sexta-feira (26/10), por ter feito seus funcionários se passarem por repórteres em uma coletiva de imprensa sobre o incêndio na Califórnia, realizada alguns dias antes. Não havia nenhum jornalista de verdade presente. ‘Nós pedimos desculpas por este erro’, declarou o diretor da agência Harvey Johnson, que conduziu a coletiva. ‘Nosso objetivo era fornecer informações úteis e responder a muitas questões que temos recebido’.
O pedido de desculpas foi divulgado depois que o jornal Washington Post publicou detalhes da coletiva. Laura Keehner, porta-voz do secretário de Segurança Nacional, Michael Chertoff, que tem autoridade sobre a Fema, classificou o incidente de ‘imperdoável’. ‘Nós deixamos claro que truques deste tipo não serão tolerados ou repetidos’, afirmou.
Teatro
A agência anunciou a coletiva com 15 minutos de antecedência. Jornalistas receberam um número de telefone para escutar as respostas, mas não podiam fazer perguntas. Desta forma, sem repórteres e com algumas emissoras transmitindo ao vivo a ‘entrevista’, funcionários da secretaria de imprensa da Fema se encarregaram de fazer as perguntas a Johnson. No teatrinho, um dos falsos repórteres chegou a questionar se o diretor estava ‘satisfeito com a resposta da Fema [ao incêndio]’. A resposta de Johnson? Sim, é claro.
A Fema luta para melhorar sua imagem nos EUA depois de duras críticas sobre como lidou com o furacão Katrina, em 2005. Na ocasião, o diretor da agência, Michael Brown, pediu demissão. Johnson afirmou que a Fema irá revisar os procedimentos ligados à imprensa para garantir sua ‘transparência’. Informações de Randall Mikkelsen [Reuters, 26/10/07].