Um novo passo foi dado pela Direção da Folha de S.Paulo na última semana, com o objetivo de avançar nas transformações que buscam inserir o jornal numa nova dimensão editorial e de mercado, fruto da revolução tecnológica e de hábitos que atingiu de forma vigorosa a produção de conteúdo em todo o mundo.
Comunicado assinado conjuntamente pelo diretor de Redação, Otavio Frias Filho, e pela editora-executiva, Eleonora de Lucena, elenca as diretrizes básicas para a chamada mudança editorial. O documento deixa claro que, para a execução dessas diretrizes, será necessária a participação de todos os profissionais e a discussão permanente das formas de melhorar o conteúdo do produto que diariamente entregam ao leitor: “Queremos fazer um jornal que tenha informação exclusiva, que traga uma edição inteligente das notícias mais importantes das últimas 24 horas, que amplie a carga de interpretação e análise e que seja conciso e claro. Com esse projeto – que será desdobrado em várias medidas práticas -, busca-se reforçar os pilares do Projeto Editorial: praticar um jornalismo plural, crítico, apartidário e independente”.
São as seguintes as diretrizes propostas pelo comando do jornal para a mudança editorial em curso:
1. Organizar a pauta selecionando mais os assuntos e priorizando as abordagens exclusivas dos fatos de relevo. Buscar o furo como prioridade máxima. Ter um planejamento de médio e longo prazo para o desenvolvimento de pautas mais abrangentes.
2. Na produção, cuidar para ampliar o número de fontes, buscar o contraditório e sempre entender o contexto e os interesses que cercam a notícia. Não hesitar em pautar histórias que revigorem o prazer da leitura.
3. Na elaboração dos textos, trabalhar com concisão e didatismo. Observar a necessidade de a redação ter: a) frases e parágrafos curtos (máximo de 10 linhas justificadas); b) uso de aspas apenas quando houver relevância ou quando a declaração for curiosa; c) emprego de números e cifras com mais critério, lembrando sempre de relacionar a parte e o todo; d) preocupação com as nuances, os matizes de argumentos e fatos, fazendo relatos com fidelidade, sem tentar enquadrá-los em categorias preconcebidas; e) a memória do caso e suas inter-relações; f) narração clara e fácil, evitando jargões; e g) conexão com a vida prática dos leitores.
4. Na edição, ter a preocupação de oferecer um produto mais compacto e integrado, sem reduzir espaço reservado a artes e fotos. É necessário reforçar a hierarquia nas páginas. Ajuste gráfico em curso auxiliará nessa tarefa. É preciso dar visibilidade ao “outro lado” e usar com mais frequência recursos como: a) “análise”; b) “perguntas e respostas” / “para entender o caso”; c) “quem ganha e quem perde”; d) “saiba mais”; e e) “e eu com isso?”.
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O comunicado à redação da Folha
SP. 23/4/2009
Da: Direção de Redação
Para: Redação da Folha e da Folha Online
Sobre: mudança editorial
A partir das reuniões com as equipes da Redação e do trabalho da Comissão de Mudança Editorial, a Direção de Redação definiu os pontos abaixo para nortear as ações na produção e edição da Folha. Para a execução dessas diretrizes é necessária participação de todos os profissionais e a discussão permanente das formas de melhorar o conteúdo do produto que diariamente entregamos ao leitor.
Queremos fazer um jornal que tenha informação exclusiva, que traga uma edição inteligente das notícias mais importantes das últimas 24 horas, que amplie a carga de interpretação e análise e que seja conciso e claro. Com esse projeto -que será desdobrado em várias medidas práticas-, busca-se reforçar os pilares do Projeto Editorial: praticar um jornalismo plural, crítico, apartidário e independente.
DIRETRIZES PARA MUDANÇA EDITORIAL
1. Organizar a pauta selecionando mais os assuntos e priorizando as abordagens exclusivas dos fatos de relevo. Buscar o furo como prioridade máxima. Ter um planejamento de médio e longo prazo para desenvolvimento de pautas mais abrangentes;
2. Na produção, cuidar para ampliar o número de fontes, buscar o contraditório e sempre entender o contexto e os interesses que cercam a notícia. Não hesitar em pautar histórias que revigorem o prazer da leitura;
3. Na elaboração dos textos, trabalhar com concisão e didatismo. Observar a necessidade de a redação ter:
a) frases e parágrafos curtos (máximo de 10 linhas justificadas),
b) uso de aspas apenas quando houver relevância ou quando declaração for curiosa;
c) emprego de números e cifras com mais critério, lembrando sempre de relacionar a parte e o todo,
d) preocupação com as nuances, os matizes de argumentos e fatos, fazendo relatos com fidelidade, sem tentar enquadrá-los em categorias preconcebidas,
e) a memória do caso e suas inter-relações,
f) narração clara e fácil, evitando jargões;
g) conexão com a vida prática dos leitores;
4. Na edição, ter a preocupação de oferecer um produto mais compacto e integrado, sem reduzir espaço reservado a artes e fotos. É necessário reforçar a hierarquia nas páginas. Ajuste gráfico em curso auxiliará nessa tarefa. É preciso dar visibilidade ao “outro lado” e usar com mais frequência recursos como:
a) “análise”,
b) “perguntas e respostas” / “para entender o caso”,
c) “quem ganha e quem perde”,
d) “saiba mais”,
e) “e eu com isso?”.
Eleonora de Lucena, Editora-executiva
Otavio Frias Filho, Diretor de Redação