Leia abaixo os textos de segunda-feira selecionados para a seção Entre Aspas. ************ Folha de S. Paulo
Segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
GOVERNO LULA & MÍDIA
Verba federal para Record cresce sob Lula
‘Números inéditos sobre investimentos publicitários estatais federais mostram a Rede Record como a única emissora de TV neste ano a registrar um aumento com esse tipo de faturamento -computados os dados até o final de novembro.
Esse crescimento da emissora ligada à Igreja Universal do Reino de Deus coincidiu com a reestruturação de sua grade de programação, mas também com a saída, em 2005, do jornalista Boris Casoy. À época, a demissão do âncora foi atribuída a pressões do Palácio do Planalto -algo sempre negado pelo governo e pela emissora.
De 2003 para cá, houve também uma progressiva aproximação entre o Palácio, a Igreja Universal, o PRB (sigla ligada a essa religião) e a TV Record.
No fim de 2005, o vice-presidente José Alencar se filiou ao PRB, coligado ao PT de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição. De janeiro a novembro deste ano, a Record já recebeu R$ 61,2 milhões em verbas publicitárias estatais federais das administrações direta e indireta.
A cifra equivale a um aumento de 12,1% sobre o ano de 2005.
Todas as outras grandes emissoras de TV registravam até novembro uma queda de verbas de publicidade estatal federal na comparação com o ano passado. É natural que ocorra essa queda em anos eleitorais, pois o governo fica impedido de fazer determinados tipos propaganda. Ainda assim, a restrição não afetou a Record.
A emissora é a única grande rede a avançar constantemente em volume de verbas estatais no governo Lula. Confrontada com os dados, a Record diz que a variação é natural, pois sua audiência também aumentou.
Os números sobre publicidade estatal mostram a TV Globo muito à frente das demais. A novidade fica por conta da Record, que se aproximou como nunca da sempre segunda colocada, o SBT de Silvio Santos. No primeiro ano do governo Lula, em 2003, a Record teve R$ 24,8 milhões de receita com publicidade estatal federal. O SBT abocanhou nesse mesmo ano R$ 59,8 milhões. A diferença entre ambas era de R$ 35 milhões (atualizado pelo IPCA).
Neste ano de 2006, a Record já faturou R$ 61,2 milhões do governo Lula contra R$ 71,2 milhões do SBT. A diferença caiu para R$ 10 milhões.
Chama a atenção o valor que cada emissora recebe comparado ao total que o governo entrega para todas as TVs. Em 2003, a Record só ficou com 6% dos R$ 568,5 milhões de dinheiro público gasto com emissoras televisivas. Ao SBT coube 14,5%. Agora, a Record tem 12,8% e o SBT fica com 14,8%.
Audiência X verbas
Esses percentuais atuais da Record e do SBT não são idênticos à audiência dessas emissoras, segundo dados do Ibope.
Neste ano, até novembro, a Record teve um ‘share’ de audiência nacional de 11% -isto é, de todos os televisores ligados, na média, 11% sintonizavam essa emissora. O SBT teve 17%. Como a Record fica com 12,8% da publicidade federal estatal, recebe proporcionalmente mais verbas do que oferece de audiência. Com o SBT ocorre o inverso: tem 14,8% das verbas para audiência de 17%.
Ainda donatária do maior volume de recursos, a Globo teve altos e baixos com Lula no poder, mas sempre melhor do que no final do período de Fernando Henrique Cardoso. Em 2001 e 2002, a Globo teve 49,9% e 52,6% do total das verbas, respectivamente. Sob Lula, chegou a 61,1% em 2003, e 56,5% até novembro deste ano.
Líder absoluta, a Globo recebe em publicidade mais do que atrai de telespectadores. Neste ano, o ‘share’ é de 53% -3,5 pontos percentuais abaixo da publicidade que abocanha.
Antes de chegar ao poder, o PT e o presidente Lula criticavam os altos gastos com publicidade. Ao tomar posse, Lula repetiu a política de FHC. O tucano teve seu pico de gastos em 2001 (R$ 858,8 milhões investidos). Lula o ultrapassou: R$ 978,8 milhões em 2004 e R$ 888,4 milhões em 2005. Os valores estão atualizados pelo IPCA. O governo apresenta os dados atualizados pelo IGP-M, o que distorce a evolução devido à variação do dólar.
Colaborou LAURA MATTOS, da Reportagem Local’
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Governo não divulga valor de repasses
‘As informações usadas nesta reportagem são consideradas secretas pelo governo. Os dados foram obtidos pela Folha na condição de não revelar a fonte. São números oficiais e estão disponíveis num sistema de computadores controlado pela Subsecretaria de Comunicação Institucional (antiga Secom).
As informações são reservadas sob duas alegações: porque os gastos de publicidade expõem as empresas privadas que recebem os recursos (jornais, TVs e outros) e porque parte dos investimentos são de estatais que competem no mercado.
A Folha já requisitou essas informações por meio oficial e não as obteve. A opção de buscar as informações no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal) também resulta infrutífera, pois não contém detalhes sobre a a administração pública indireta (estatais).
Não há meio de calcular o valor exato que o governo federal consome em publicidade, produção de comerciais e patrocínio. A estimativa mais modesta no mercado publicitário é que seja algo em torno de R$ 1,5 bilhão.’
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Repasse à PlayTV caiu neste ano com ‘Lulinha’
‘A Play TV, ex-Rede 21, amargou até novembro uma queda de faturamento com publicidade estatal federal de 67% em comparação com os valores de 2005.
A cifra recebida pela emissora até novembro foi de R$ 1,11 milhão. No ano passado foi de R$ 3,36 milhões -atualizados pelo IPCA e constantes no banco de dados da Secom, na Presidência da República.
A Play TV tem sido enfocada desde a sua associação com a Gamecorp, empresa de Fábio Luiz Lula da Silva, filho do presidente Lula.
Desde o início deste ano, Fábio Luiz, também conhecido como Lulinha, arrenda uma parte do horário da emissora e transmite programas sobre games. Fez parte do acerto entre ele a TV a mudança do nome de Rede 21 para Play TV, e a divisão do faturamento publicitário.
A rede é uma emissora que transmite em UHF para várias cidades no Estado de São Paulo e por cabo em outras partes do país -chega a ter seu sinal repetido por TVs de VHF em algumas cidades, como Brasília. Sua acionista majoritária é a TV Bandeirantes.
Com a entrada de Lulinha na Play TV/Rede 21, a expectativa do mercado publicitário era a de que as verbas de propaganda federal poderiam aumentar para esse canal. Ocorreu o inverso, segundo dados obtidos pela Folha. Mas a situação da empresa é melhor do que nos anos em que o presidente da República era Fernando Henrique Cardoso.
O R$ 1,1 milhão de faturamento com publicidade estatal federal neste ano representa um aumento de 208,3% sobre os R$ 360 mil recebidos em 2002, último ano de FHC no Palácio do Planalto.
Antes de Lulinha entrar para a emissora, entretanto, as verbas federais eram mais fartas. Em 2004, a emissora chegou a receber R$ 4,6 milhões pela veiculação de anúncios de organismos federais.’
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Depois de Casoy: TV abrandou tom crítico de âncora para criar sua imitação do ‘JN’
‘A TV Record rescindiu contrato com Boris Casoy em dezembro de 2005 para criar na emissora um ‘clone’ do ‘Jornal Nacional’. Era mais um passo na estratégia de, em busca de audiência, copiar a programação da Globo. Deixou para trás o tom crítico do âncora, que apresentou o ‘Jornal da Record’ durante oito anos para colocar no ar um jornal menos editorializado. O governo teria reclamado da cobertura dada a temas desgastantes para o Planalto, como o caso Celso Daniel e a CPI do Banestado. Governo e emissora negam.’
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Verba e audiência são compatíveis, afirma Secom
‘Ao ser comunicada que a Folha publicaria as informações contidas nesta reportagem, a Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria Geral da Presidência da República, a Secom, disse, por meio de sua assessoria, que ‘a distribuição dos recursos para publicidade atende a critérios técnicos compatíveis com a audiência das emissoras’.
A Folha quis saber por que algumas TVs têm proporcionalmente mais publicidade do que audiência. A Secom preferiu não comentar.
O gerente nacional de comunicação da TV Record, Ricardo Frota, disse ver com naturalidade o aumento de verbas federais de publicidade para a emissora.
‘Esse percentual de crescimento reflete o investimento da Record na área de programação e o ganho de audiência no período’, disse.
Entre os investimentos, citou três novelas de produção própria no ar, a construção de um centro de teledramaturgia no Rio e a compra de um pacote com filmes da Universal.
Segundo Frota, a Record teve um aumento de seu faturamento publicitário da ordem de 173% no período de 2004 a 2006. ‘Seria natural que todos os tipos de anunciantes aumentassem sua participação’, diz.
Sobre a saída de Boris Casoy e a aproximação entre o Palácio do Planalto e o PRB, braço político da Igreja Universal, o executivo da Record não faz comentários.
Frota disse que a publicidade estatal representa 5% no seu faturamento total com propaganda.
Esse é o mesmo número divulgado pela Rede Globo a respeito da participação de verbas estatais em seu faturamento publicitário. A emissora preferiu não comentar sobre o valor específico que recebe do governo em comparação com a audiência.’
TIME
Internauta É Eleito Destaque Do Ano
‘Exploradores, usuários, empresários e artistas da internet foram eleitos pela revista ‘Time’ como a personalidade coletiva do ano. A capa da publicação traz um teclado, um computador e um monitor no qual se lê a palavra ‘you’ -você, em inglês. Na legenda, a explicação: ‘Você que controla a idade da informação. Bem-vindo ao seu mundo’. Outras 26 personalidades foram apontadas pela revista, entre elas o papa Bento 16, o presidente norte-americano George W. Bush e o ex-chefe do Pentágono Donald Rumsfeld.’
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O Estado de S. Paulo
Segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
INTERNET
A ditadura do ‘malware’
‘Ben Edelman e Eric Howes são do tipo de gente pouco conhecida sem as quais a internet seria um lugar um quê pior. Edelman é um pesquisador da Universidade de Harvard cujo trabalho é monitorar a atividade de software nocivo à rede. Howes dirige o departamento de pesquisa em ‘malware’ de uma empresa chamada Sunbelt, que faz programas antivirais. Quer dizer, os dois fazem a mesma coisa.
O alvo mais recente de ambos é uma empresa de marketing chamada ComScore. Oficialmente, o que a ComScore faz é o seguinte: pede a permissão de uma penca de usuários para instalar um programinha que registra cada passo dado na internet. Toda essa informação é tabulada, enquadrada em planilhas e vendida para quem quer entender como são os hábitos das pessoas na rede.
Não são pequenos os clientes da ComScore. Tem Microsoft, Ford e The New York Times na lista. E o negócio é legítimo, já que quem tem seus passos vigiados na rede para produzir relatórios comportamentais consentiu.
É onde entram Edelman e Howes: isso não é verdade. Nos últimos meses, inúmeras pessoas não viram o programinha pernicioso da ComScore se instalando em seus computadores. Lá está o indivíduo num website, clica num link que não vai para canto algum, a máquina fica mais lenta e carregada durante um ou dois minutos, nada aconteceu aparentemente, tudo volta ao normal. O Windows fica mais lento e carregado às vezes por hábito, então ninguém percebe que algo escapou à normalidade.
Só que aconteceu: a partir daquele momento, há um par de olhos acompanhando cada passo do internauta.
A ComScore nega que vigie qualquer um que não tenha dado expressa autorização. Com seus sistemas, Edelman e Howes, cada um de um lado, independentemente, flagraram o delito. A explicação possível é que, diferentemente de suas concorrentes no ramo, a ComScore terceiriza parte de sua distribuição. Como não pode garantir quais os critérios usados por todos que instalam seu programa, torna-se vítima dos pecados alheios.
Há muito além nesta história, evidentemente. Como é vasta e pouco conhecida, a internet. Grande parte dos usuários navegam pela rede confortavelmente sem ter idéia de quais perigos correm em cada esquina. Os vírus são óbvios, e algum antiviral quase todos que usam Windows têm. Só que há mais no mundo virtual.
Malware é o nome genérico para software malicioso e inclui vírus. Inclui também spyware, programas espiões como o produzido pela ComScore. Uns são legítimos e seu uso é consentido por quem pilota o computador; outros instalam-se sem avisar ninguém.
Fazem coisas diversas. Apresentam banners publicitários, por exemplo, intrometem-se nos resultados das buscas, reenviam para alguma central coisas que o pobre faz em sua máquina. Podem ser particularmente daninhos, como os que enviam senhas e números de cartão de crédito para máfias de estelionatários. Ou podem ser menos, e aí só a privacidade está em risco, quando os caminhos seguidos pela rede são documentados, e apenas eles.
É quando começam a entrar as nuances. Empresas como a ComScore são, teoricamente, legítimas e sentem-se profundamente ofendidas quando seus sistemas são chamados de malware.
É uma legitimidade, no entanto, que caminha na linha tênue entre o ético, o aético e o antiético. O objetivo final é produzir para grandes clientes dados sobre comportamento das pessoas que possam lhes valer para vender seus produtos.
Esses relatórios, quando confinados a dados estatísticos sem quaisquer nomes, são limpos, talvez. O diabo é que isso não existe no mundo digital: pinçar qualquer pessoa é sempre possível porque o dado está lá.
Assim como o TSE, se quiser, pode, na urna eletrônica, ligar o número do título de eleitor a cada voto dado no Brasil. Assim como o Google pode ligar sua busca ao seu perfil no Orkut. Só porque pode não quer dizer que o faça. Basta, no entanto, uma ditadura se instaurar e os dados estão todos lá para quem quiser ver.
Valha-nos os generais com esse tipo de acesso no tempo deles.’
Kátia Arima
Ele não se contenta só com a internet
‘Na internet, quase todo mundo acaba no mesmo lugar. Um artista que quer ser original precisa evitar isso, alerta o estilista Alexandre Herchcovitch. ‘A forma de pesquisar está viciada’, diz. ‘Todo mundo pensa que basta digitar uma palavra-chave no Google e pronto.’
Para buscar inspiração para suas coleções, ele prefere recorrer a livros, revistas, textos, viagens. Por meio dessas fontes,ele aguça seu olhar para encontrar novas possibilidades para suas coleções, que são sinônimo de sucesso nas passarelas. ‘Preciso ver adiante, conseguir enxergar algo diferente, pois me comunico com meu público por meio dessa originalidade.’
O estilista observa que as pessoas ainda estão aprendendo a usar a web adequadamente. Como diretor artístico do curso de graduação em moda no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), ele se cansa de ver trabalhos semelhantes de alunos que fazem buscas na internet. ‘Precisamos aprender métodos aperfeiçoados de pesquisa na web, que traga resultados interessantes.’
Se a internet ainda é dura para pesquisas, para a comunicação ela é impecável. ‘90% das minhas conversas são por e-mail ou mensageiro instantâneo, falo o mínimo por telefone’, diz. De tão acostumado a essas ferramentas, Herchcovitch se sente dependente do computador. ‘Se o notebook dá problema por um dia que seja, meu trabalho começa a atrasar’, diz. ‘Fico aleijado sem ele.’
Porém, o aviso é claro e todo mundo respeita: mensagens de texto pelo MSN ou Skype, só se for extremamente importante. ‘Meus amigos estão conectados, mas raramente falam comigo, pois sabem que sou muito ocupado.’
Ocupado não, ocupadíssimo. Em entrevista ao Link, ele enfatizou que sua vida profissional está a mil. ‘Tenho muitos afazeres durante o dia, que exigem que eu seja muito ordenado’, diz. A grife Herchcovitch extrapolou o mundo das roupas – hoje as famosas estampas de caveiras e outras criações do famoso estilista dão um toque especial a produtos muito variados como utensílios domésticos e jóias. ‘Uma pessoa que gosta das minhas idéias pode não querer comprar uma roupa que criei, mas talvez um enfeite para a casa com a minha marca.’
Além de cuidar das produções de sua marca (www.herchcovitchloja.com.br) e de se dedicar ao Senac, Herchcovitch é diretor de criação da loja de roupas femininas Cori. Atualmente está empenhado em inaugurar no ano que vem sua loja em Tóquio, no Japão.
No meio de tanta correria, Herchcovitch resolveu até dar uma sumida virtual. O Orkut e seu fotolog, que recebiam um pouco de sua atenção quase que diariamente, ficaram de lado neste fim de ano.
Apesar de ser prejudicado por vários perfis falsos, o estilista gosta de se manter no Orkut. ‘É um termômetro para entender o comportamento das pessoas, pois elas se sentem livres para falar o que pensam.’
Mas ele prefere o fotolog ao Orkut, apesar de ter enjoado um pouco da brincadeira. ‘Minha relação com os fotologgers é bastante intensa’, diz. ‘As imagens que eu publico têm a ver comigo.’
CAINDO NA BALADA
Famoso personagem da noite paulistana, Herchcovitch continua atuando como DJ, ao lado do parceiro inseparável, Johnny Luxo, outra conhecida figura da cena ‘clubber’. (Quem quiser dar risadas, não deve deixar de pesquisar vídeos da dupla no You Tube – www.youtube.com)
Por meio de programas de compartilhamento de arquivos como o Limewire, eles costumam se aventurar por novas experiências musicais. ‘É uma oportunidade única para encontrar raridades e conferir a popularidade de meus artistas preferidos’, diz ele, que joga as músicas que consegue na web para um iPod Mini. ‘Antes, era preciso viajar para o exterior para conseguir um novo CD.’ Esse fácil acesso às obras musicais proporciona uma revolução, na opinião de Herchcovitch. ‘Os artistas precisam criar mais, pois a competição é maior.’
Na visão do estilista, as novas gerações têm uma visão diferente da cultura, perante tantas possibilidades que a era digital proporciona. ‘Tudo demorava décadas para mudar, inclusive a moda, mas agora tudo é muito rápido’, diz. ‘Será que estamos preparados para isso?’, indaga.’
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Celular e MP3 player ajudam a compor visual
‘A internet transformou a forma como os profissionais da moda trabalham, afirma o estilista Alexandre Herchcovitch. ‘A informação do que está sendo lançado em qualquer parte do mundo chega na hora’, explica. ‘Isso influencia a produção; se houver algo muito semelhante eu desvio o caminho se puder.’
Para o consumidor, a web permite ter acesso a muitas informações sobre a moda. ‘Isso permite que cada pessoa consiga criar um visual mais pessoal, mais personalizado.’
A tecnologia proporciona roupas cada vez mais confortáveis, por causa da busca por tecidos ‘inteligentes’ e uma modelagem mais adequada. ‘Os fabricantes estão entendendo as necessidades do corpo e criando tecidos que abrigam do frio ou permitem transpiração fácil no calor.’
Por trás do conforto de uma roupa, há uma tecnologia invisível, explica o estilista. ‘A pessoa coloca a roupa e se sente bem, mas não sabe por quê’, diz. ‘Mas há muito trabalho por trás disso, na modelagem, na escolha dos materiais.’
Os equipamentos eletrônicos pessoais como o celular e o tocador de MP3 compõe o visual das pessoas e, por isso, são objetos de moda, na opinião de Herchcovitch, que já produziu uma linha especial de celulares e acessórios da Motorola com sua marca. ‘A gente é aquilo que a gente escolhe para vestir ou para comer’, exemplifica.
Com a roupa que veste, uma pessoa está se comunicando com a outra, mesmo que não perceba, afirma Herchcovitch. ‘Uma roupa tem o poder de dizer alguma coisa sobre você, mesmo que não seja intencional’, diz. ‘Pode ser que ela esteja me enganando, mas você expressa algo por meio do seu visual.’
O estilista exemplifica: ‘Se você anda com o iPod pendurado no pescoço, vai expressar para os outros alguma coisa, queira ou não’, diz. ‘Pode ser que você tenha a intenção de mostrar que tem condições de comprar ou então que é ligado em tecnologia.’’
TELEVISÃO
Mais uma chance
‘A RedeTV! acaba de comprar a segunda temporada de Desperate Housewives.
A nova fornada de episódios alimenta as esperanças do canal de produzir a versão brasileira da série. O projeto, que iria estrear este ano, foi adiado pela emissora para o primeiro semestre de 2007.
‘Fechamos o negócio e depois percebemos que não teríamos tempo para produzi-lo direito. Principalmente para selecionar casting, que está mais complicado agora com todas as redes investindo em dramaturgia’, fala a diretora artística da RedeTV!, Mônica Pimentel.
‘Se fizéssemos este ano, não daria para exibir o Desperate original primeiro, para criar o hábito no público. Muita gente nem sabia o que era a série, e a versão brasileira estaria correndo o risco de não dar certo’, explica ela. ‘Em janeiro vamos a Las Vegas acertar os detalhes de produção e começamos a gravar em maio. Queremos estrear até agosto.’
O casting será praticamente todo brasileiro e as gravações, na Argentina, que produziu com muito sucesso sua versão da série, chegando a liderar a audiência no horário. ‘Lá os estúdios já estão montados’, diz Mônica.
Bush vira desenho animado
Sucesso na internet pelo portal de vídeos Youtube, o cartoon que é uma sátira do presidente George Bush deve ganhar espaço na TV americana no próximo ano. Com textos de Donick Cary – roteirista de Os Simpsons – Lil’Bush deve estrear em 2007 no canal americano Comedy Central. O desenho, que surgiu como esquete de animação para celular, já tem pelo menos três episódios disponíveis no Youtube e está entre os vídeos mais acessados. Nele, Bush e integrantes do governo americano aparecem como crianças mimadas e inconseqüentes.
entre-linhas
A partir de hoje, a Fox coloca no ar a Megasemana CineFox, com duas sessões diárias de filmes, às 22 horas e às 23h30. O título que inaugura o especial é A Liga Extraordinária. A maratona terminará no dia 22. As séries do canal foram remanejadas para a próxima semana, a partir do dia 26.
A TNT começa o ano com boa música. Já na segunda-feira, no dia 1.° de janeiro, às 20 horas, o canal apresenta U2 em Vertigo 2005: Live from Chicago. E no mesmo mês, traz o 3.° ano de The Closer, com Kyra Sedwick. Veronica Mars é outra série que será renovada no ano que vem.’
Rede de TV alemã tem novos controladores
‘Os fundos de investimentos Kohlberg Kravis Roberts e Permira acertaram a compra da maior rede de TV privada da Alemanha, a ProSiebenSat.1, em um negócio de cerca de US$ 7,6 bilhões. A ProSiebenSat.1 opera cinco canais de TV e recebe 42% de todos os investimentos publicitários em televisão na Alemanha. O Kohlberg Kravis Roberts e o Permira já controlam a SBS Broadcasting, uma rede de 16 estações de rádio, 19 canais de TV aberta e 20 canais de TV paga, com cerca de 100 milhões de espectadores em nove países europeus.’
COMUNICAÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO
O Estado de S. Paulo
O diferencial da comunicação pública
‘A difusão de informações por meio de ferramentas como a internet e os telefones celulares mudou a perspectiva da comunicação. O cidadão passou a ter um papel bem mais ativo. É nesse contexto que o organizador do livro Comunicação de Interesse Público (160 págs, R$ 34,00, da Editora Jaboticaba), João Roberto Vieira da Costa,discute experiências desenvolvidas para esse novo ambiente. Para o autor, o principal diferencial da comunicação de interesse público é seu foco, que não objetiva apenas exaltar os feitos sociais de uma empresa ou governo.’
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