Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Governo quer restringir críticas à mídia

O governo do Irã pediu ao judiciário nesta segunda-feira (21/8) que controle os jornais que espalham ‘mentiras’, mas legisladores da oposição afirmaram que as autoridades não devem temer críticas, conforme noticia a Reuters [21/8/06]. A imprensa vem sendo o principal campo de batalha político desde o final dos anos 90. O judiciário, controlado por conservadores, já fechou mais de 100 publicações reformistas liberais desde então, apesar de algumas terem conseguido sobreviver. ‘Aqueles que espalham mentiras contra o governo devem ser condenados’, afirmou o porta-voz do governo Gholamhossein Elham em carta ao promotor-público do Teerã Saeed Mortazavi. ‘Eles devem dar os documentos [para provar as acusações] ao judiciário e o judiciário deve acompanhar o caso’, acrescentou.


Ao contrário do que muitos analistas previam, o número de processos contra a mídia não aumentou desde que o presidente Mahmoud Ahmadinejad assumiu o poder há um ano. ‘A carta do porta-voz do governo mostra que o governo prefere o silêncio dos seus oponentes, que já dura um ano, para que suas falhas não sejam reveladas à população’, observou o reformista Valiollah Shojapourian. ‘A recente carta do porta-voz do governo foi escrita para restringir o campo de atividade destes jornais que criticam o governo e ameaça a liberdade de imprensa’, avaliou Darioush Ghanbari, membro do comitê de políticas exteriores do Parlamento.


Elham informou que a administração de Ahmadinejad não tem intenção de censurar a mídia. ‘O governo está aberto a críticas e ao trabalho da mídia. Ele defende a livre circulação da informação e é contra à censura, autocensura e pressão governamental à mídia’, observou Elham. Recentemente, autoridades começaram a impor uma proibição de antenas parabólicas, acusadas de divulgar as imagens ocidentais ‘decadentes’ para a República Islâmica.