Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Informação falsa leva a debate sobre pressa jornalística

A corrida por furos jornalísticos e a pressa em noticiar os fatos são vícios do jornalismo na era da internet – onde quase tudo é instantâneo. Esta semana, a divulgação de uma notícia errada levantou questões sobre os riscos destes vícios. A agência de notícias Reuters deu – e a mídia internacional repercutiu – uma informação falsa sobre uma operação que seria feita para resgatar 21 reféns sul-coreanos no Afeganistão.


O Talibã mantém em cativeiro o grupo de reféns desde 19/7, com o objetivo de conseguir a libertação de insurgentes, incluindo alguns presos em poder dos EUA. Os seqüestradores estabeleceram um prazo para a soltura dos insurgentes até quarta-feira (1/8) passada, sem dar informações sobre o que teria acontecido com os reféns. Os sul-coreanos foram capturados na província afegã de Ghazni, no que foi transformado no maior seqüestro de um grupo estrangeiro no Afeganistão desde a queda do regime Talibã.


Ruído na comunicação


A Reuters divulgou na quarta-feira (1/8) a informação de que estaria sendo planejada uma operação para resgatar os reféns. A fonte da notícia foi identificada como Khowja Seddiqui, chefe policial da região. Posteriormente, a agência afirmou que a matéria havia sido retirada de seu sítio porque ‘a fonte citada não fez o comentário divulgado’. ‘O erro ocorreu devido a um ruído na comunicação entre correspondentes’, esclareceu o porta-voz da Reuters, Ty Trippet. ‘Quando percebemos que [o dado] não era correto, retiramos a matéria original e comunicamos o erro’.


A matéria da Reuters foi repercutida por outras empresas de comunicação. A CNN afirmou que a agência havia anunciado que uma operação de resgate começara no Afeganistão. A Fox News relatou que, ‘segundo agências de notícias, o exército avisou que uma operação seria iniciada na cidade’. ABC News e BBC News também divulgaram a notícia. Para John Daniszewski, editor internacional da Associated Press, a Reuters deveria ter esperado para anunciar a operação até estar certa de que isto não colocaria os reféns em risco. Informações de David Bauder [AP, 2/8/07].