Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Inquérito acusa ex-conselheiro de violar leis

Relatório entregue ao Congresso americano na terça-feira (15/11) acusa o ex-presidente do conselho da Corporation for Public Broadcasting Kenneth Y. Tomlinson de violar leis federais e regulações da organização em sua campanha para combater o que classificava como parcialidade liberal. O período de Tomlinson como presidente terminou há dois meses, mas ele deixou o conselho há duas semanas, quando as acusações foram apresentadas em uma reunião interna.


A investigação teve início a pedido de dois deputados democratas. Eles se basearam em artigo do New York Times, publicado em maio deste ano, que criticava algumas ações de Tomlinson.


A CPB é uma companhia privada sem fins lucrativos que administra o financiamento anual do Congresso para as emissoras públicas de rádio e TV dos EUA. Seus diretores são escolhidos pelo presidente e aprovados pelo Senado.


Apesar do conselho ser proibido de se envolver em decisões de programação, o relatório afirma que Tomlinson o fez. Nesta primeira conclusão oficial da investigação, é dito que há evidências de que o ex-presidente violou leis federais ao se envolver de perto na captação de US$ 4 milhões para um programa apresentado por escritores da conservadora página editorial do Wall Street Journal. Tomlinson também é acusado de fazer uma espécie de ‘teste político’ para a escolha do novo presidente da organização, cargo tradicionalmente reservado a um especialista em transmissão pública sem ligações com partidos políticos. A mais recente escolhida para o cargo, entretanto, foi Patricia Harrison, que dirigia o Comitê Nacional Republicano. A investigação também critica o fato de Tomlinson ter contratado, sem informar o conselho, um pesquisador para monitorar as inclinações políticas dos convidados do programa Now, apresentado até o fim do ano passado pelo jornalista Bill Moyers na PBS.


Em uma declaração entregue junto ao relatório, Tomlinson rejeita suas conclusões. Segundo ele, qualquer sugestão de que tenha violado suas obrigações ou a lei é ‘maliciosa e irresponsável’. Além de defender repetidamente suas ações e decisões na CPB como parte de um esforço para restaurar o equilíbrio na programação pública, ele acusa a investigação de ter optado pela ‘política em vez de fazer um bom julgamento’.


Tomlinson não sofrerá nenhum tipo de punição direta pelas conclusões apresentadas no relatório. Executivos do setor afirmam temer que o resultado da investigação seja usado como meio de ataque ao orçamento da companhia – que já se encontra ameaçado enquanto legisladores buscam dinheiro para a reconstrução dos estados atingidos este ano pelos furacões e para dar início a um programa de vacinação contra a gripe aviária. Informações de Stephen Labaton [The New York Times, 16/11/05].