Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

JB

O Jornal do Brasil começou a ganhar importância além do seu nome tradicional quando a condessa Pereira Carneiro chamou Odylo Costa, filho para reformar aquele bem de família.

Com Odylo chegaram estamos falando de meados para o fim da década de 50 as primeiras máquinas de escrever. E os primeiros jornalistas que conheciam a revolucionária forma de redigir notícias inventada pelos americanos: esquecer a ordem cronológica e começar uma história pelo mais importante.

Hoje, quando se fala na importância do JB para a modernização de toda a imprensa, os nomes mais citados são os de Amílcar de Castro, que mudou a cara do jornal, criando uma paginação uniforme, simples e limpa, e Alberto Dines, que introduziu a técnica do lead. Simplificando bastante, trata-se da construção do texto a partir do fato ou aspecto mais importante que atrai ou guia (daí, lead) a atenção do leitor. Mas a equipe toda era de alto nível, que era indispensável para o êxito da empresa.

Quadro na parede

Estabeleceu-se no JB, aos poucos mas sem retorno, uma mudança que produziu um padrão de qualidade, principalmente no aspecto gráfico e no texto, que hoje é comum em toda a imprensa brasileira. Na época, foi uma revolução.

O JB ainda teria mais uma lição para ensinar. Depois de dirigido por muitos anos por Nascimento Brito, genro da condessa, o jornal acabou vendido a um empresário com lucrativa experiência no ramo dos estaleiros navais.

Um homem que entendia de negócios.

Como logo se viu, não entendia que o negócio do jornalismo tem uma característica rara e vital: é negócio, mas também é serviço público.

O jornal exerce o comércio de vender espaço para anunciantes, mas tem de fazê-lo segundo normas éticas. A mais simples delas, e a mais importante, consiste em deixar claro para o leitor o que é notícia de interesse da comunidade e o que é propaganda paga. O dono do jornal leva isso em conta por dois motivos: porque é eticamente correto e porque, vejam só, sai ganhando com isso.

Toda redação de jornal deveria ter um cartaz na parede: ‘Leitor não é bobo.’

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Jornalista