Os diários dos EUA continuam perdendo leitores, segundo relatório do Audit Bureau of Circulations, organização que afere a circulação de 836 jornais no país. No semestre entre outubro de 2003 e março de 2004, a tiragem total média diária dessas publicações caiu de 50.827.454 para 55.075.444, uma diminuição de 0,9%. Alguns dos maiores jornais americanos foram exceção nessa tendência de queda. USA Today, The New NewYork Times, The New York Post e The New York Daily News registraram crescimentos nas circulações em dias úteis de, respectivamente, 1,4%, 0,3%, 9,3% e 1,4%. É importante notar que os três últimos são de Nova York. The Washington Post, por sua vez, perdeu 3% de seu público no mesmo período, o equivalente a 24 mil pessoas. Seu publisher, Boisfeuillet Jones Jr., acredita que os leitores possam ter passado a acessar somente o sítio do jornal na internet, ou passaram a ler o diário gratuito Express, lançado há alguns meses pela empresa. Um mercado que apresentou ganhos é o dos jornais em espanhol, que têm aproveitado o crescimento acima da média da população hispânica. Com informações do New York Times e do Wall Street Journal [4/5/04].
Murdoch paga caro para manter Times e Sunday Times
Dados financeiros dos jornais britânicos Times e Sunday Times mostram que os diários deram prejuízo de mais de US$ 50 milhões entre julho de 2002 e junho de 2003. Eles pertencem à News Corporation, do empresário Rupert Murdoch. O prejuízo este ano deve ser ainda maior, dado que o Times começou a editar uma versão tablóide paralelamente à broadsheet. O enorme prejuízo com que Murdoch vem arcando mostra que ele não mede esforços para manter os diários como fonte de prestígio e poder político. Quando os comprou, em 1981, eles já eram deficitários e os problemas financeiros foram usados, como motivo para que a aquisição fosse autorizada pelas autoridades reguladoras de mercado. O argumento foi que se os diários não fossem vendidos, estariam fadados à falência. Além do Times e do Sunday Times, Murdoch controla outros jornais no Reino Unido, como Sun e News of the World. The Guardian [4/5/04] lembra que, recentemente, houve muita especulação sobre se o poder midiático de Murdoch teria influenciado uma decisão do premiê Tony Blair com relação à proposta de referendo em que os britânicos opinarão sobre a proposta de constituição da União Européia.