Um grupo formado por jornais, revistas e editoras acusa o Google e outras ferramentas de busca de notícias online de roubo de conteúdo. A campanha une a Associação Mundial de Jornais, a Associação Internacional de Editoras, a Federação Européia de Editoras de Revistas e a Agência France Presse, entre outras organizações, e acusa os serviços de busca na internet de explorarem injustamente seu conteúdo de notícias. ‘Nós precisamos das ferramentas de busca, e elas ajudam os consumidores e navegarem em um meio cada vez mais complicado, mas elas estão construindo [seu negócio] em cima de cleptomania’, afirma Gavin O´Reilly, presidente da Associação Mundial de Jornais e um dos coordenadores do protesto.
O grupo afirma que pretende marcar reuniões com Charlie McGreevy, comissário de mercado interno da União Européia, e Viviane Reding, comissária responsável pela área de mídia, mas não tem como objetivo entrar com uma ação legal diretamente contra as companhias online.
O problema
Serviços como o Google News estampam apenas o título e um parágrafo das notícias em sua página e fornecem links para os artigos nas páginas dos jornais ou revistas. Segundo O´Reilly, isso é o bastante para que os leitores se contentem em apenas passar os olhos nas histórias principais agrupadas nos sítios de busca. Com a diminuição no número de leitores de jornais impressos e a migração dos anunciantes para a rede, a reclamação é que estes sistemas acabam lucrando às custas dos fornecedores originais das notícias. No ano passado, em iniciativa parecida, a Associação Americana de Editoras tentou barrar o projeto do Google para a criação de um arquivo digital de milhões de livros em inglês.
A Associação Mundial de Jornais, que representa 18 mil jornais e 73 associações nacionais, afirmou que examinaria a possibilidade da criação de novas regras e políticas para implementar a relação comercial entre editoras, ferramentas de busca e agregadores de conteúdo. Informações de Andrew Edgecliffe-Johnson [The Financial Times, 31/1/06].