Uma semana depois que o escritório do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, foi incendiado por bombas de coquetel Molotov em uma aparente retaliação ao anúncio de que o profeta Maomé seria o “editor convidado” de uma edição especial, a publicação reagiu com uma charge de um cartunista beijando um muçulmano, sob a manchete “O amor é mais forte que o ódio”.
Segundo o editor-chefe Stéphane Charbonnier, o jornal tem o direito de satirizar. “A liberdade de uma boa gargalhada é tão importante quanto a liberdade de expressão”, disse. Depois do ataque, a redação do Charlie Hebdo passou a funcionar nas dependências do Libération.
Grupos de muçulmanos franceses também condenaram o ato violento. “Sou extremamente a favor da liberdade de imprensa, mesmo se ela não for sempre tenra com muçulmanos, com o Islã ou com a Mesquita de Paris”, disse o chefe da Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur.
Em 2005, o jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou uma série de cartuns do profeta Maomé, gerando protestos violentos de muçulmanos por toda a Europa e Oriente Médio. A al-Qaeda declarou ter sido responsável pelo bombardeio, em 2008, da embaixada dinamarquesa no Paquistão, citando os cartuns como razão do ataque. Também nesta época, o Charlie Hebdo foi inocentado em um processo aberto por organizações muçulmanas por ter republicado as charges do Jyllands-Posten em fevereiro de 2006. Informações de Dylan Stableford [Yahoo!News, 8/11/11].