Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalista iraniano barrado em cúpula da ONU

A Organização das Nações Unidas pediu desculpas ao jornalista iraniano Ahmad Rafat, barrado na cúpula sobre segurança alimentar em Roma, supostamente por sua oposição ao regime repressor do Irã. Rafat, que trabalha para a agência de notícias italiana ADN-Kronos, estava credenciado para a cúpula de três dias, mas quando tentou entrar no evento, na terça-feira (3/6), sua credencial foi tomada e ele foi informado de que sua presença não era bem-vinda pelas autoridades iranianas. Poucas horas depois, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, discursou no evento e concedeu uma entrevista coletiva.


‘Eu espero que Ahmad Rafat aceite as desculpas da organização e minhas por conta deste incidente’, afirmou Nick Parsons, chefe de comunicação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em declaração. Segundo a ADN-Kronos, o jornalista diz acreditar que o ‘incidente’ ocorreu porque ele criticou a ‘falta de liberdade de informação no Irã’.


Déjà vu


A Federação Internacional dos Jornalistas expressou preocupação com o ocorrido, e descreveu Rafat como um ‘jornalista altamente respeitado’ que já cobriu o Oriente Médio, os Bálcãs e reporta com freqüência sobre o Irã. A Federação ressaltou que este foi o segundo caso envolvendo profissionais de imprensa barrados em grandes reuniões da ONU.


No mês passado, jornalistas de Taiwan não puderam entrar na Assembléia Mundial da Saúde, em Genebra, depois que as Nações Unidas proibiram a presença da mídia taiwanesa a pedido da China. ‘As agências da ONU não devem servir de campo de batalha para que estados-membros prejudiquem os jornalistas de que eles não gostam’, declarou Aidan White, presidente da Federação. ‘As Nações Unidas deveriam promover modelos de pluralismo e respeito pela liberdade da mídia’. Informações da AFP [4/6/08].