Um tribunal na cidade russa de Rybinsk ordenou esta semana que o jornalista Andrei Novikov fosse libertado do hospital psiquiátrico onde passou os últimos nove meses. Novikov, que trabalhava como repórter online para a agência de notícias Chechenpress, ligada ao governo separatista checheno, está entre os diversos profissionais de imprensa e ativistas de oposição enviados a clínicas psiquiátricas nos últimos anos – prática que costumava ser usada na União Soviética.
Novikov, que já havia escrito artigos críticos à campanha militar na Chechênia, foi condenado no fim de 2006 por causa de dois e-mails que enviou a jornais. Acusado de sedição e incitação à violência, o jornalista foi sentenciado a três anos de prisão. Em janeiro, entretanto, uma comissão psiquiátrica determinou que ele demonstrava ‘comportamento anti-social’ e ordenou que fosse internado em um hospital em Rybinsk.
No mês passado, outra comissão concluiu que não há nada errado com Novikov, e na quarta-feira (5/12) desta semana um tribunal local ordenou que ele fosse liberado. Não ficou claro se o jornalista também ficou livre da sentença original.
Prática antiga
Durante a era soviética, era comum que dissidentes políticos fossem internados em hospitais psiquiátricos como punição por contrariar as políticas e propaganda do regime vigente. Esta prática foi ‘ressuscitada’ recentemente. Em julho, a ativista de oposição Larisa Arap foi enviada a uma clínica psiquiátrica na cidade de Murmansk, supostamente por suas críticas ao governo, e libertada seis semanas mais tarde. Informações da AP [6/12/07].