Um tribunal de apelações egípcio derrubou, na segunda-feira (11/2), sentença contrária à jornalista Howaida Taha, da al-Jazira, acusada de manchar a reputação do país ao produzir um documentário sobre tortura policial. O tribunal manteve, entretanto, a condenação de Howaida por fabricar imagens de tortura – simulações, na verdade. Desta forma, ela escapou da sentença de seis meses de prisão, mas terá que pagar multa de US$ 3,600.
A jornalista foi detida pela primeira vez em janeiro de 2007. Ela ficou presa por dois dias por causa de 50 fitas de vídeo que a polícia alegou conter cenas forjadas de tortura por policiais egípcios. Na ocasião, Howaida se defendeu dizendo que as cenas faziam parte de uma ‘reconstituição’ para o documentário que produzia.
Sem base
Em maio, tribunal no Cairo a sentenciou a seis meses de prisão por colocar em risco os interesses do país e por fabricar as tais cenas. Ahmed Helmi, advogado de Howaida, afirmou que planeja levar o caso á mais alta corte do Egito para tentar anular todas as acusações contra sua cliente. ‘Por enquanto, pagaremos a multa, mas a condenação não tem base. É por isso que vamos continuar com o caso’, disse.
Howaida é conhecidamente crítica ao regime egípcio. Em janeiro deste ano ela foi presa novamente, desta vez por conduzir uma filmagem supostamente sem licença. ‘Ela está sob constante vigilância policial, eles não querem que ela trabalhe no Egito’, afirmou Helmi na ocasião. Informações de Pakinam Amer [AP, 11/2/08].