Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas do Quênia fazem protesto silencioso contra lei

Centenas de jornalistas quenianos realizaram um protesto silencioso na quarta-feira (15/8), nas ruas da capital Nairóbi, contra uma proposta de lei que os obriga a revelar suas fontes em processos judiciais. Os profissionais de imprensa taparam as bocas com esparadrapo e carregaram cartazes até o escritório do procurador-geral do Quênia, Amos Wako, pedindo ao presidente Mwai Kibaki que rejeite a medida. Um memorando foi entregue a seu representante.


Wako prometeu, na terça-feira (14/8), aconselhar o presidente a não aprovar a proposta. No ano passado, em um brutal ataque à liberdade de imprensa, o jornal Standard e a emissora de TV KTN foram invadidos por homens mascarados que se identificaram como policiais; funcionários foram presos. ‘Por anos, jornalistas no Quênia vêm sendo ameaçados pelo governo; queremos provar que este período chegou ao fim e que o presidente entendeu a mensagem’, diz Frank Ojiambo, editor do jornal Daily Nation.


Os jornalistas também levaram um memorando ao assistente do ministro da Informação, Koigi Wamwere. Eles alegam que a proposta não é representativa da maioria do parlamento, pois só foi aprovada por 29 dos 222 deputados.


Censura


O deputado Muriuki Karue, que propôs a nova medida, argumentou que jornalistas difamam freqüentemente pessoas conhecidas e a cláusula seria ideal para proteger estes indivíduos. Já os repórteres alegam que usaram, no passado, fontes anônimas para expor alguns dos maiores escândalos nacionais. Informações da BBC News [15/8/07].