Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas mulheres sofrem com ataques do governo

Desde o início de abril, jornalistas do sexo feminino vem sofrendo no Irã: duas foram presas e detidas por quase duas semanas, cinco foram intimadas diante da Corte Revolucionária do Irã e outra, que trabalha para a Radio Free Europe/Radio Liberty, financiada pelos EUA, foi impedida de deixar o país. ‘O regime está sendo mais duro com as mulheres jornalistas. Estas medidas são ilegais e contrárias aos padrões legais nacionais e internacionais. Pedimos às autoridades iranianas que coloquem um fim à censura à mídia’, afirmou a organização Repórteres Sem Fronteiras [16/4/07].

Tratamento abusivo

As jornalistas Mahboubeh Hosseinzadeh, que escreve o blog Kharzar, e Nahid Keshavarz, que escreve para dois sítios de internet, foram presas em Teerã no dia 2/4 enquanto cobriam uma manifestação de apoio à campanha de ‘um milhão de assinaturas’ para a anulação de leis que discriminam as mulheres. Depois de pagarem fiança de 16 mil euros, elas foram soltas da prisão de Evin, no norte da capital, em 14/4.

Cinco outras jornalistas e ativistas pelos direitos humanos – Asieh Amini, que escreve o blog Varesh; Jila Bani Yaghoub, que trabalha para o diário Sarmayeh; Jelveh Javaheri, autora do sítio we4change; e Noushine Ahmadi Khorasani e Sussan Tahmassebi, que editam as páginas em inglês do we4change – foram intimadas à Corte Revolucionária entre 14 e 16/4, acusadas de ‘atacar a segurança nacional’, de ‘publicidade contra a República Islâmica’ e de ‘participar de manifestações não autorizadas’. Elas foram presas no dia 4/3 por participar de uma manifestação pacífica e algumas ficaram detidas por mais de 10 dias.

Parnaz Azima, jornalista da Radio Farda, afiliada da Radio Free Europe/Radio Liberty em língua farsi, alegou que as autoridades ainda não devolveram seu passaporte, confiscado quando ela desembarcou no aeroporto de Teerã, em 25/1. Esta é a segunda vez que Parnaz é impedida de viajar. No ano passado, ela foi proibida de deixar o país pelo serviço de inteligência durante três semanas.