Jornalistas que trabalham em Gaza têm sofrido ameaças de extremistas políticos. A violência contra a mídia na região criou um clima de intimidação intolerável, afirmou em protesto a Federação Internacional de Jornalistas [26/1/07], em parceria com grupos árabes que representam profissionais de imprensa. ‘Tornou-se impossível, em Gaza, reportar livremente com extremistas ameaçando equipes de mídia’, disse Aidan White, secretário geral da FIJ, durante encontro com líderes das afiliadas da Federação e grupos de jornalistas de 10 países do Oriente Médio na Argélia, na semana passada.
No encontro, foi pedido que o governo palestino e os líderes do Hamas tomem providências para fornecer proteção a jornalistas e para punir os extremistas que os molestam. No início da semana passada, centenas de profissionais de imprensa palestinos protestaram pelo atentado a bomba no escritório da emissora al-Arabiya em Gaza. Segundo White, estes profissionais estão em uma ‘armadilha política’, já que sofrem pressões do governo e de outros grupos para que não façam um jornalismo crítico e independente.
O ataque à emissora foi motivado, aparentemente, pela transmissão de uma gravação que mostrava o primeiro-ministro palestino Ismail Haniyeh afirmando que ‘mesmo se Alá nos ordenasse, nós nunca faríamos concessões’ aos israelenses. O Hamas acusou o canal de tirar as palavras do premiê de contexto e ameaçou entrar com uma ação legal – mas negou que tenha sido responsável pela bomba. A emissora, entretanto, acusa o governo palestino de omissão, já que a companhia havia avisado a autoridades sobre ameaças recebidas por seus funcionários.