Jornais concorrem através do noticiário, furos, lances dramáticos, análises profundas, opinião corajosa. A batalha das manchetes é a mais salutar, benfazeja e legítima das competições em todo o mundo democrático há cerca de 150 anos.
Mas no cabeçalho das suas edições de quinta-feira (12/5), os dois jornalões paulistanos, Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo, deixaram as suas obrigações de lado e disputaram algo que nada tem a ver com jornalismo – comida.
Não ofereciam cupões para cestas básicas nem sugestões de sopão para os famintos. Em vez de brigar para ver quem defende melhor o cidadão, assumiram-se como vitrines de quitutes.
Homenagem
Para enfrentar o caderno ‘Paladar’ do Estadão (que dominava há anos o segmento gastronômico), a Folha lançou, na quinta-feira (12), o caderno ‘Comida’ com 16 páginas de seduções gustativas. Um show de dar água na boca.
Enquanto o noticiário local fica cada vez mais mirrado e o internacional cada vez mais comprimido, os dois jornalões imaginaram-se em Paris ou Nova York e partiram em busca de novos prazeres e sabores.
Cada vez mais frívola, cansada de ser o quarto poder, nossa imprensa encontrou uma maneira muito criativa de oferecer sua contribuição ao Fome Zero e, além disso, prestar uma justa homenagem à infeliz Maria Antonieta que sugeriu aos pobres comer brioches.
Bom apetite!