Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

José Paulo Lanyi

‘Não se iluda: se você é contra o famigerado QI, amanhã deverá mudar de idéia. Refiro-me ao ‘Quem indica’, uma espécie de instituição nacional, ao menos dentro dos limites da nossa profissão.

QI ruim é aquele que se esquece de nós, ou o que só dá asa para as ‘cocotinhas’ e os ‘cocotinhos’. Nada mais do que isso. Esta coluna pode até estar errada, não é especialista em recursos humanos. Mas pesa em seu favor, nesta discussão, um naco de bom senso e da experiência de quem indica, é indicado e, principalmente, é realista.

Sabe quantas vezes arranjei emprego no jornalismo com o envio de um currículo? Nenhuma. É porque não tentei? Que nada, às vezes a teimosia me leva a insistir no que já sei que não funciona. Resultado: não funciona mesmo.

Estas palavras estão calcadas no empirismo, na observação dos fatos. Não desencorajo ninguém a enviar currículos. Sei que no fórum abaixo haverá quem desminta a minha tese e assevere: ‘Comigo é diferente, arrumei 36 empregos assim; à medida que o tempo passa, fica mais fácil, por causa da experiência’.

O máximo que digo a um candidato é: ‘Mande o currículo, mas será difícil você conseguir’. Pessimista? Realista, como responderia um amigo meu, digamos, ‘negativo’.

Fato é que a indicação prepondera. O contratante é aquele que deseja mais do que experiência: vê na dica de um amigo uma forma de reduzir o risco de trabalhar com um cara pirado (demais), ou mau-caráter, ou preguiçoso, ou dono da verdade, ou qualquer adjetivo que atrapalhe.

Ah, mas isso é injusto, elimina a chance de muita gente boa que não conhece o dono da bola. Sim, é algo cruel. Mas a realidade se delineou assim, a reboque das estatísticas de desemprego progressivo (com a mãozinha anual de milhares de jovens jornalistas recém-saídos das faculdades).

Não sou contra a fórmula QI, nas situações em que o indicado é preparado. Também não sou a favor. Simplesmente é o que está aí. Um dia o Francisco Ornellas, responsável pelos ‘cursos de foca’ do Estadão, disse a um telespectador indignado da allTV: conseguir QI também é uma virtude profissional. É o que se chama de ‘rede de relações’.

Grosso modo, digo eu, é investir na carreira como quem investe na obtenção e na manutenção das fontes. Dá trabalho, mas é uma peça do motor. Tirou, o carro não anda. Não é fazer RP, nem bajular e virar tapetão. É se fazer presente, é saber se impor, com todas as suas conquistas, incipientes ou não.

Um mau exemplo: em pouco mais de um ano, no programa ‘Comunique-se’, na allTV, entrevistamos cerca de cem jornalistas, dois por semana. Profissionais excelentes, de reconhecida importância. Gente que poderia indicar, dar dica de estágio, aproximar o jovem da redação. Raro foi encontrar algum estudante no estúdio da emissora, apesar de nossas reiteradas convocações, por meio deste site e de professores nas salas de aula.

Eis, portanto, o labirinto do qual não sairemos tão cedo – se é que um dia sairemos: o da prevalência das indicações. Só sei de uma coisa. De nada adianta gemer, chorar e fingir que o Minotauro não existe.’



Edson Sardinha

‘Reforma ministerial ainda movimenta assessorias’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 4/03/04

‘Um mês depois do anúncio da reforma ministerial, apenas duas cadeiras continuam vagas no comando das assessorias de comunicação na Esplanada dos Ministérios. A maioria dos assessores de imprensa acompanhou os ministros deslocados pelo Planalto para acomodar o aliado PMDB no governo. Até agora, apenas os ministérios da Educação e das Comunicações ainda não nomearam novos chefes de comunicação.

Por enquanto estão vagos os cargos que, até um mês atrás, eram ocupados, respectivamente, por Joyce Del Frari e Francisco Barroso. Com a volta de Cristovam Buarque (PT-DF) para o Senado, Joyce seguiu para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, no lugar de Tuca Ivanicska. Ela faz companhia a Ramão Marques, remanescente da equipe da ex-ministra Emília Fernandes.

Barroso continua com Miro Teixeira (sem partido-RJ), agora na liderança do governo na Câmara. A chefia da comunicação do ministro Eunício Oliveira chegou a ser ocupada interinamente por William França, que, durante três semanas, acumulou o cargo com a assessoria da liderança do PMDB na Câmara. Há uma semana, porém, França acompanha com exclusividade o líder do partido na Casa, José Borba (PR).

Apesar de ainda não ter definido o novo chefe da comunicação, o Ministério da Educação tem gente nova na coordenação da equipe. É Vera Flores, que assessorava Tarso Genro na Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes). Ela ocupa a vaga de Luís Natal, que, ao lado de José Negreiros, cuida da assessoria de Cristovam Buarque. Ex-diretor de redação de A Crítica, de Manaus, Negreiros está de volta a Brasília, onde foi editor-executivo do Correio Braziliense.

O troca-troca não pára por aí. Sônia Carneiro deixou o Ministério do Trabalho e seguiu com o ministro Jaques Wagner para a Sedes, onde trabalha ao lado de Juciara Santos, que assessorou Tarso Genro no início do ano passado e estava na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Ela ocupa o lugar de Flávia Néri, que também seguiu para o MEC.

No lugar de Sônia, assumiu Miriam Luiz Alves, que assessorava o ministro Ricardo Berzoini na Previdência. O assessor especial do ministro Amir Lando é o jornalista Ricardo Hollanda, que trabalhava com o peemedebista no Senado. O segundo cargo na hierarquia da pasta é ocupado por Cid Furtado Filho, que trocou o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) pela Previdência e assumiu o lugar de Marcelo Antunes, na chefia da comunicação.

Mudanças também no Ministério de Ciência e Tecnologia. Vera Canfran, que por quatro anos foi assessora da liderança do PSB de Eduardo Campos na Câmara, assumiu a chefia da equipe, no lugar de Mônica Gil.

Contraste

Os dois mais novos ministérios criados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva vivem situações distintas. Na pasta da Coordenação Política, o jornalista Alon Feuerwerker foi deslocado interinamente para a Subchefia de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, no lugar de Waldomiro Diniz. A assessoria está sob o comando de Jaqueline Paiva, que, por dez anos, trabalhou na produção da TV Record.

O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome aproveitou a estrutura das pastas que lhe deram origem. Assessor da secretaria-executiva que cuidava dos programas de transferência de renda (Bolsa-Família), Guto Pires, é o coordenador de comunicação social da equipe do ministro Patrus Ananias. O assessor direto do ex-prefeito de Belo Horizonte é Roberto Baraldi. Também fazem parte do núcleo jornalistas que integravam os Ministérios da Assistência Social e da Segurança Alimentar. Entre os demais profissionais, jornalistas de três agências privadas de comunicação que prestam serviço voluntário ao programa Fome Zero.’



MERCADO EDITORIAL
MM Online

‘Grupo Abril compra totalidade da Ática e Scipione’, copyright MM Online (www.MMonline.com.br), 3/03/04

‘O Grupo Abril acertou a aquisição do controle acionário integral das editoras Ática e Scipione, das quais possuía 50% das ações. O acordo foi fechado nesta semana com a Vivendi Universal Publishing, subsidiária da Vivendi Universal que detinha, ao lado da Abril, o controle da empresa desde 1999. Na ocasião o negócio foi fechado por US$ 100 milhões. Segundo nota da Gazeta, quando Abril e Vivendi se uniram na sociedade, os controladores das empresas afirmaram que o objetivo era manter intactas as culturas, unidades operacionais, produtos e marcas das empresas adquiridas.’



C-SE ESCLARECE
Comunique-se

‘Nota de esclarecimento ao Mercado de Comunicação’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 5/03/04

‘Fomos informados por amigos e parceiros que está sendo enviado, por correio, para assessorias e outras empresas do mercado de comunicação, um documento com o seguinte conteúdo:

‘Cuidado: com a Comunique-se!!! Veja o quadro societário na receita. Você está contratando seu concorrente.’

Mais abaixo, uma impressão de tela de algum tipo de sistema de computador, com a lista de sócios do Comunique-se, dentre os quais constam dois sócios da FSB Comunicações.

O documento é uma insinuação de que as assessorias de imprensa que nos contratarem estão, na verdade, contratando indiretamente, um concorrente.

Importante dizer que o documento enviado é de 28/06/2001, ano em que o Comunique-se foi fundado. Nesta época, de fato, dois sócios da FSB Comunicações faziam parte de nosso quadro acionário, algo que nunca foi escondido e que, inclusive, era divulgado em nossos releases e presskits.

No entanto, a parte desses sócios foi comprada conforme comprova o contrato de compra e venda de ações, assinado em setembro de 2002, pelo livro de registro de ações nominativas, arquivado na companhia e, posteriormente, retificado através da ata do dia 30/03/2003 registrada na JUCERJA sob o número 00001388748.

Desde então, os únicos sócios do Comunique-se são Rodrigo Aguiar de Azevedo, presidente da empresa, e Invent – Internet Ventures.

O Comunique-se não tem conhecimento de quem enviou essa correspondência. O remetente utilizado é falso.

Com pouco mais de dois anos de operação, acumulamos sucesso em nossas iniciativas. Nesse curto tempo, conseguimos formar a maior comunidade jornalística do Brasil, com mais de 40.000 membros. Constituímos a primeira empresa de soluções de relacionamento online com jornalistas, acumulando mais de 300 clientes fixos, dentre os quais estão algumas das maiores e mais importantes assessorias de comunicação e empresas do Brasil. Crescemos nosso faturamento em 94%, em relação a 2002. Fechamos acordos operacionais com as maiores e mais importantes assessorias de comunicação do país. Realizamos o Prêmio Comunique-se, importante acontecimento para o mercado jornalístico, dentre muitas outras conquistas.

Todo esse sucesso atrai também a inveja, uma conseqüência triste com a qual teremos que aprender a lidar.

Diretoria do Comunique-se’