Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Libération busca sócio capitalista

O jornal francês Libération admitiu ontem [30/6] que está em busca de um acionista capaz de financiar até 10 milhões de euros em projetos, de acordo com a imprensa francesa, citando a diretora-executiva do jornal, Nathalie Collin. Ex-presidente da EMI France, ela deixou a gravadora para assumir a direção do Libé em 2009, quando promoveu uma reforma no jornal. Na segunda-feira (28/6), ela participou do seminário Buzz Média Orange-Le Figaro. A informação é divulgada após a assembleia do rival Le Monde ter escolhido o consórcio que vai aderir ao grupo de acionistas com um aporte de 110 milhões de euros.

Claude Perdriel, dono da revista Nouvel Observateur e ex-candidato a salvador do Monde, poderia investir no Libé, de acordo com Nathalie. ‘Nosso resultado líquido será ligeiramente positivo este ano, mas precisamos financiar nossos novos projetos’, afirmou Nathalie, segundo o Monde. Ela disse ainda que Edouard de Rothschild, que recapitalizou o jornal em 2007, continuará como acionista.

Com tiragem média de 111.719 exemplares por dia de janeiro a abril, de acordo com o OJD, órgão que calcula a circulação de jornais na França, o Libé tem um bom desempenho num mercado difícil. E as projeções para o período entre maio e junho indicam que a circulação ultrapassará os 112 mil exemplares, segundo Nathalie. ‘É preciso ficar claro: Edouard de Rothschild salvou o jornal no verão de 2007 com a recapitalização’, disse Nathalie ao jornal Le Figaro.

‘Direitos de acionista’

‘Viemos agora de dois anos de reestruturação e de mudança de administração. Mas, desde 2009, conseguimos um resultado operacional positivo de 1 milhão de euros. Estamos com todos os parafusos apertados e os contratos negociados. Por fim, uma nova fórmula foi lançada em setembro de 2009, que se tornou um elemento importante para dinamizar a equipe e a produção. Para 2010, podemos então prever um novo começo.’

Ela cita como exemplo do dinamismo, a edição especial de 22 de junho, comandada pelo estilista Karl Lagerfeld, que vendeu nas bancas mais de 80 mil exemplares, cerca de 20 mil acima da média. O próximo passo, explica Nathalie, é buscar nova capitalização. ‘Este ano está sendo estratégico.’

Já o grupo espanhol Prisa, que edita o jornal El País, reagiu à decisão da assembleia do Le Monde que preteriu sua oferta, optando por um consórcio formado por três empresários franceses. De acordo com Juan Luís Cebrián, diretor-geral do Prisa, o grupo ‘vai fazer valer seus direitos de acionista’ do Monde, no qual possui participação de 15%, informou a agência France Presse. Ele disse ainda que a participação do Prisa no Monde se deve a razões profissionais e estratégicas, não financeiras, ‘porque o futuro da imprensa de qualidade e sua influência nos preocupam’.