A grande imprensa não participou da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), cobriu o evento com evidente má vontade e agora não poupa munição para combater algumas de suas propostas.
Este comportamento está longe de ser considerado modelar, mas algumas das propostas aprovadas pelo plenário estão sendo visivelmente deturpadas. É o caso da criação do Conselho Nacional de Jornalistas, uma espécie de Ordem de Jornalistas, proposta pela Fenaj e assemelhada à Ordem dos Advogados. Os jornais de quinta-feira (17/12), reproduziram corretamente o nome que teria a nova entidade, convém repetir, Conselho Nacional de Jornalistas.
Dias depois, sobretudo no fim de semana, o nome foi deliberadamente adulterado para Conselho Federal de Jornalismo. Por quê? Para confundi-lo com o Conselho proposto pela mesma Fenaj em agosto de 2004 e logo retirado diante da veemente reação que provocou, inclusive deste Observatório da Imprensa.
Informação correta
Na ocasião, alguns de nossos observadores manifestaram a opinião de que o Jornalismo não pode ser regulamentado, regulado ou controlado, mas um Conselho de Jornalistas com rigorosos exames de acesso – como acontece com os advogados – poderia servir para contornar impasses históricos, inclusive o da precariedade do ensino de jornalismo nas universidades privadas.
A Fenaj preferiu arquivar a idéia para evitar maiores desgastes. Agora, diante da decisão do STF que não apenas acabou com a exigência do diploma de jornalismo mas até extinguiu a profissão, a idéia do Conselho de Jornalistas merece ser examinada e discutida com serenidade.
Mesmo que a maioria das entidades empresariais decida condenar a nova entidade, a sociedade brasileira merece da sua imprensa uma informação correta, não distorcida e não manipulada.
Esta grosseira confusão de nomes não foi acidental e não faz justiça a uma imprensa que se considera acima do bem e do mal.