Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Livros escolares sauditas ainda incitam ódio, revela estudo


Livros escolares sauditas ainda mostram muçulmanos não sunitas como inimigos da vertente islâmica wahhabi, revelou um estudo feito pelo Centro pela Liberdade Religiosa do Instituto Hudson, em Nova York, divulgado na semana passada. Há dois anos, após negociações entre sauditas e americanos, o governo da Arábia Saudita prometeu ao Departamento de Estado dos EUA que removeria conteúdo de intolerância religiosa das publicações escolares.


Depois dos atentados do 11/9, o extremismo no sistema educativo saudita sofreu pressões externas. Estes livros também são usados na educação de comunidades islâmicas em países como EUA, França e Reino Unido.


Nas publicações, há exemplos que incitam ódio não apenas a judeus, cristãos e muçulmanos sunitas que não são da vertente wahhabi, mas também a homossexuais. Um trecho de um livro para alunos do ensino médio afirma ser permitido matar um homossexual e dá ainda recomendações para tal: queimado vivo, a pedradas ou jogado de um prédio alto. Já ensinamentos de Maomé que focam na tolerância a outras religiões foram ignorados.


Diálogo só na teoria


A pesquisa foi divulgada no mesmo período da conferência realizada pelo rei saudita Abdullah em Madri, com o objetivo de promover um diálogo entre religiões e melhorar a imagem do Islã, abalada pelas acusações de terrorismo. Para a diretora do instituto que realizou o estudo, Nina Shea, o Departamento de Estado dos EUA deve considerar tomar atitudes contra a Arábia Saudita. ‘É preciso analisar os livros e trabalhar com o governo saudita para que eles sejam retirados das escolas, ou então impor sanções’, opinou. Informações de Eli Lake [The Sun, 18/7/08].