A luta dos jornais para capturar leitores hispânicos nos EUA está prestes a ganhar mais um combatente, coordenado por dois experientes jornalistas que, há pouco tempo, trabalhavam no Wall Street Journal. A nova companhia, chamada Meximerica Media, deve anunciar nas próximas semanas sua intenção de criar um jornal de língua hispânica em formato de tablóide em várias cidades do Texas, entre elas Austin, Houston e San Antonio.
A iniciativa da Meximerica é apenas mais um capítulo da guerra de grandes empresas como a Tribune Company, Knight Ridder, Belo Corporation e MediaNews Group para conquistar leitores de língua hispânica. Só no ano passado, seis jornais deste tipo foram lançados em cidades como Chicago e Los Angeles. Todo esse esforço tem como objetivo aproveitar ao máximo a crescente e ativa população hispânica nos EUA – são quase 40 milhões de pessoas, de acordo com o censo feito em 2000 – e compensar o atualmente lento mercado de jornais de língua inglesa.
Algumas das maiores empresas jornalísticas dos EUA já investiram pesado no mercado de língua hispânica. A Tribune Company, dona do Los Angeles Times e do Chicago Tribune, expandiu sua franquia do Hoy de Nova York para Chicago e Los Angeles. Belo, que publica o Dallas Morning News, lançou o Al Dia em Dallas. Knight Ridder, que possui o Fort Worth Star-Telegram, passou a periodicidade do Diario La Estrella em Fort Worth de semanal para diária. E o MediaNews Group, dono dos jornais Denver Post e Los Angeles Daily News, transformou o tablóide El Economico no semanal Impacto USA.
Segundo informações do Latino Print Network, os EUA possuem mais de 650 jornais em língua hispânica. Destes, 40 são diários e 304, semanais. Estima-se que estes jornais tenham ganhado US$ 854 milhões em venda de publicidade em 2003, o que representa um crescimento de US$ 743 milhões, ou 670%, desde 1990. O número de leitores dos jornais hispânicos publicados diariamente também teve um aumento significativo, de 440 mil em 1990 – quando só existiam 14 destas publicações – para 1,4 milhão em 2000 – com 34 jornais – e, finalmente, 1,8 milhão no ano passado. Informações de Jacques Steinberg [The New York Times, 12/4/04].