Pelo que li na Folha de S. Paulo na sexta-feira (16/7), não foi só o candidato Paulo Maluf (PP) à Prefeitura de São Paulo que entrou no CTI do Hospital Voluntários, na zona norte. Além de sua comitiva, entraram fotógrafos (como aliás é evidente), repórteres e repórteres cinematográficos.
Vou ser duro na avaliação: se Maluf pôs em risco a vida dos pacientes internados em tratamento intensivo, cada um desses profissionais fez o mesmo. Por mais que um diretor de Redação esperneasse ou mesmo demitisse quem se recusasse a acompanhar Maluf, cabe a cada um de nós decidir pelo ‘não’ quando se trata de algo que evidentemente atenta contra o direito de outros – e, neste caso, o direito à vida.
Sinceramente, eu acho que é assunto para o Observatório analisar. Maluf tem uma responsabilidade adicional por ter atraído toda a patota, com sua estranha prerrogativa de candidato? Sim, acho que ele tem. Mas isso não exime os demais do erro brutal que cometeram.
***
Acabo de ler que o paciente com o qual Maluf falou (e com quem foi fotografado etc.), morreu. E neste momento creio que nenhum médico diria que seguramente não morreu por conta dessa invasão, invasão por um político decadente e invasão por representantes de uma mídia cínica – que acha que nada é com ela.
******
Editor-executivo da Agência Repórter Social (www.reportersocial.com.br)