Wednesday, 13 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Marcelo Coelho


A foto já diz muito por si mesma, mas não resisto a acrescentar alguns comentários. Saiu segunda-feira, na primeira página da °Folha. Há um carro incendiado, quase roxo, do lado esquerdo: bateu em cheio na vidraça da lanchonete. Pelo chão, o que se vê são os destroços, também roxos, de coisas que parecem ter caído do teto; vidros e ferragens se amontoam e se contorcem, numa cena típica de atentado.


Só que, do lado direito da foto, tudo ainda parece intacto: junto a um balcão de madeira clara, bem limpinho, alguém continua sentado, de pernas cruzadas, calçando sapatos enormes e vermelhos, com um sorriso fixo no rosto. Trata-se de Ronald McDonald, o boneco, que continua a dar as boas-vindas aos visitantes da lanchonete destruída.


A imagem ilustra os tumultos na periferia de Paris, onde jovens desempregados vão empreendendo, há vários dias, uma espécie de ‘maio de 68 dos pobres’. Trata-se de um movimento sem charme nenhum, sem palavras de ordem libertárias, sem porta-vozes intelectuais, sem filosofia, sem humor: pelo que se vê até agora, é quebra-quebra mesmo, com uma cobertura de fundamentalismo muçulmano para complicar as coisas.


À primeira vista, estamos diante de um exemplo clássico de ironia fotográfica: Ronald McDonald parece tolo e deslocado, diante da catástrofe à sua volta. Sua risada perde o sentido, sua atitude de bem-estar e hospitalidade se revela ingênua, artificial e ridícula. Incapaz de adaptar-se à nova circunstância, o boneco poderia servir como ilustração das teses de Bergson sobre o riso. Para o filósofo, tudo o que desperta hilaridade (o tropeço de alguém na rua, um sotaque extremado, a burrice de um personagem de anedota) nasce do contraste súbito entre a rigidez e a flexibilidade, entre o mecânico e o orgânico.


O mundo se agita, as paixões nascem e morrem, a conjuntura política é tempestuosa ao extremo, a vida dos muçulmanos numa periferia européia não se equivale a uma infância de consumo na Costa Oeste dos Estados Unidos, um hambúrguer com milkshake não resolve os rancores de uma gangue de desempregados, mas Ronald McDonald tudo ignora: insiste na sua mensagem infantil e descabida.


Isso, numa primeira interpretação da foto. Mas, sem dúvida, o significado inverso é o mais pertinente. Ronald McDonald não é o pólo frágil, inocente e ridículo da situação: é ele quem ri do atentado, quem resiste, incólume, às investidas do carro incendiário e despreza os que tentam destruí-lo.


Sem entrar no mérito, tantas vezes discutido, da lanchonete, fiquei pensando: na figura de Ronald McDonald está o retrato do poder. Hesito em usar letra maiúscula, como gostam de fazer os franceses, aliás, mas lá vai: é o retrato do Poder.


Em outros tempos, o Poder tinha um ar sinistro, carregado, cheio de solenidade e pompa. Basta pensar naqueles quadros de papas e cardeais renascentistas (o Leão 10 de Rafael, o Inocêncio 10 de Velázquez) para ver que aquela gente não fazia questão de ser simpática. Passou-se à grandeza, ao luxo, à irradiação formidável dos monarcas do século 18 e, depois, ao rigor depressivo e fúnebre dos estadistas vitorianos, dos homenzinhos de cartola na Terceira República francesa. Mais tarde, os ditadores se cobriram de uniformes e honrarias militares: cumpria que se mostrassem de fato ameaçadores, implacáveis, sanguinários.


Hoje, o poder constituído é simpático, sorridente, humano e ostenta o maior jeito de bobão. Na visita de George W. Bush ao Brasil, não houve quem não tenha se encantado com a simplicidade espontânea e bem-humorada do presidente americano; mas seus antecessores eram assim também. Lula, por sua vez, ficou felicíssimo com o encontro diplomático, e, no fim das contas, todos os presidentes do mundo -como Ronald McDonald- não param nunca de rir.


Sabem que, a cada encontro de lideranças mundiais, os protestos de sempre serão organizados pelos grupos que sempre protestam; nada disso os abala. A ordem é mostrar-se invariavelmente feliz. Movido a publicidade, guloseimas e brinquedos eletrônicos, o sistema dominante funciona como um parque de diversões, que iguala na mesma mentalidade o cidadão comum e as pessoas mais poderosas do planeta. A única coisa que não se admite é o descontentamento.


E não se trata propriamente de reprimir os descontentes, os revoltosos, os excluídos: antes de mais nada, trata-se de ignorá-los. Eles são invisíveis, inexistentes. E nisso talvez se explique a violência sem palavras, o vandalismo puro e simples de muitos movimentos de protesto: mais do que reivindicar alguma mudança (o que provavelmente todos sabem ser inútil), o objetivo é apenas ser reconhecido: a periferia quer mostrar que existe -e, para afirmar-se, recorre à destruição.


Ronald McDonald recebe os revoltosos de braços abertos, sabendo que amanhã tudo volta ao normal e que eles, os seus inimigos… ora, afinal, para onde foram? Não estão mais na lanchonete, desapareceram; nem há muitas garantias de que sejam reais. Muito provavelmente não passam de simulacros, pensa Ronald; ‘Não são pessoas de verdade como eu’. Os revoltosos de Paris vão sendo reconduzidos, assim, ao mesmo limbo ontológico em que se localizam, por exemplo, as provas do ‘mensalão’ e certas contas na Suíça: ah, elas não existem. De concreto mesmo, só dois hambúrgueres, queijo derretido, alface, cebola e picles num pão com gergelim.’



O Estado de S. Paulo


‘Polícia fecha blogs que propagam o ódio ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 9/11/05


‘Na internet, jovens dizem que é preciso ‘quebrar o branco’ e aderir ‘ao movimento’


Dezenas de jovens, muitos deles menores de idade, estão utilizando a internet para estimular os atos de violência e vandalismo que ocorrem todas as noites em subúrbios da capital francesa e de outras cidades do país.


Três pessoas foram presas, acusadas de estimular a violência, e dois blogs, ligados ao sistema Skynet, foram fechados. Um deles, intitulado Nike France, lançava apelos freqüentes para se ‘quebrar o branco’, uma espécie de grito de guerra para propagar os distúrbios pelo país.


Outro blog, igualmente fechado pelas forças de segurança, exortava os moradores das chamadas ‘cités’ – os grandes edifícios onde a maioria desses garotos habita – a se mobilizar e aderir ao ‘grande movimento’ de combate à grave crise social com violência e anarquia.


Dois dos envolvidos são menores. Um tem 16 anos e mora em Noisy (subúrbio parisiense); e o segundo, de 17, reside em Aulnay (também nos arredores da capital). Nessas duas das cidades concentra-se, segundo as autoridades policiais, um grande número de ativistas. Um terceiro blog, Nique lEtat, tem por autor um garoto de apenas 14 anos de idade. Ele transmitia mensagens favoráveis à destruição de veículos, escolas, ginásios e edifícios da administração pública. Trocava informações com grupos locais e também procurava contato com outros blogs da França e do exterior.


A polícia empenha-se a fundo a identificar as mensagens, muitas vezes escrita num gíria típica dos jovens dos subúrbios, por meio de seu serviço de informática. Os responsáveis estão sujeitos a até 5 anos de reclusão.’



MUDANÇAS NO LE MONDE


Doreen Carvajal


‘Concorrência leva ‘Le Monde’ a mudar visual ‘, copyright O Estado de S. Paulo / International Herald Tribune , 9/11/05


‘Le Monde, o principal jornal diário da França, apresentou na segunda-feira um visual arejado para suas páginas com menos artigos, uma tipologia maior e mais fotografias. O Monde é o último jornal europeu a propor uma reformulação em suas páginas, depois do rival Le Figaro, que no último verão superou o primeiro em circulação.


Na segunda-feira, o Monde respondeu com um novo estilo criado pelos designers escoceses Ally Palmer e Terry Watson. O publisher do Monde, Jean-Marie Colombani, disse que a reformulação gráfica fazia parte de um esforço de ‘adaptar e renovar nosso contrato com os leitores, respondendo a suas críticas, reprovações e desejos’.


O jornal agora tem três seções divididas por notícias, comentários e análises e estilo de vida. Abandonou a fonte criada especialmente para o Le Monde pelo designer francês Jean-François Porchez, em 1994, e a substituiu pela fonte Fenway, desenhada para a revista Sports Illustrated no final dos anos 1990. ‘Claro que estou triste porque a minha fonte não vai mais ser usada, mas estou muito feliz com o novo design’, disse Porchez, que acaba de criar um novo visual para o Baltimore Sun, nos Estados Unidos.


O novo estilo, apontou, reflete uma tendência evolutiva para os jornais ao redor da Europa: ‘O Monde parou com essa história de tentar colocar todas as notícias em destaque, pois na verdade todos temos todas as notícias. Eles são mais como uma revista, tomando fortes decisões e riscos sobre um assunto.’


Bertrand Pecquerie, diretor do Fórum Mundial de Editores da Associação Mundial de Jornais de Paris, disse que percebeu uma fraqueza no novo desenho. ‘O jornal é totalmente focado na edição impressa e não está relacionado à edição online, uma divisão que é realmente surpreendente’, disse. ‘Eles não tentam direcionar sistematicamente os leitores de suas páginas para o site.’


O jornal Le Monde, com uma circulação de 324.401 na França, pode muito bem se beneficiar do novo desenho em curto prazo, em vista do sucesso inicial de Le Figaro e The Guardian, na Grã-Bretanha. O Guardian, reformulado em setembro, teve aumento de circulação de mais de 400 mil exemplares pela primeira vez em mais de dois anos, segundo o jornal. O Figaro, que apresentou versão mais enxuta e colorida em outubro, também registrou grandes ganhos iniciais.’



PUBLICIDADE


Ronaldo D’Ercole


‘McCann: nova diretoria e ‘mea culpa’ sobre criação’, copyright O Globo, 9/11/05


‘Uma das maiores agências do mercado publicitário, a McCann Erickson sacramentou ontem a mudança no comando de sua operação no Brasil. Para o posto de presidente, que foi ocupado por mais de 30 anos pelo dinamarquês Jens Olesen, foram designados dois executivos. O americano Julio Castellanos, que já ocupara cargos na agência em cinco países, deixa o escritório carioca da McCann e vai dividir a presidência com Adriana Cury.


Castellanos cuidará principalmente da área de negócios, enquanto Adriana acumulará o cargo de diretora de criação da agência.


– A McCann é líder em tamanho na América Latina. Mas há um problema: não é líder em inovação, nem em criatividade – disse o italiano Luca Lindner, na apresentação da nova cúpula da agência, em São Paulo.


Desde julho, Lindner dirige as operações do McCann Group para América Latina e Caribe, cargo que também fora ocupado por Olesen.


Embora seja tratada pelos novos executivos como um processo natural, a sucessão de Olesen foi tensa e imposta pela matriz. Dona de contas de grandes empresas como Coca-Cola, GM, Nestlé e Microsoft, a McCann não tem destaque na área de criação, razão pela qual foi buscar a premiada Adriana Cury, que comandava a área de criação da Ogilvy no Brasil.’



INTERNET


Richard Siklos


‘Empresa está na frente na disputa pela AOL ‘, copyright O Estado de S. Paulo / The New York Times , 8/11/05


‘A Microsoft surge como a principal candidata a ficar com uma fatia da America Online (AOL), disseram duas pessoas envolvidas nas negociações. Mas, apesar da onda de interesse na empresa, já manifestado, além da Microsoft, por Google, Yahoo e outras empresas, encontrar um bom negócio tem se mostrado mais difícil do que a Time Warner, dona da AOL, esperava.


Nos bastidores, permanecem algumas questões que podem atrasar ou mesmo impedir uma possível transação. Uma delas é o efeito que uma eventual aliança poderia trazer para a Time Warner, uma companhia que tem gasto muito de sua energia nos últimos anos tentando simplificar sua estrutura.


Uma outra questão é se, cinco anos após a turbulenta fusão AOL-Time Warner, uma nova parceria poderia ajudar o amplo leque de mídias do grupo a entrar definitivamente no mundo digital. Se a Microsoft ganha essa disputa, isso poderia acontecer, com investimentos e parcerias entre o MSN e a AOL.


Enquanto as apostas na AOL estão baseadas em conceitos modernos, como o desenvolvimento de novos modelos para publicidade e softwares de entretenimento, o que está em jogo nessas negociações é o equivalente a duas das quatro maiores redes de TV americanas se unirem para dominar o horário nobre.


Dados do Score Media Metrix mostram que os sites da Time Warner, especialmento os relacionados à AOL, atraíram 119 milhões de usuários em setembro, ocupando a segunda posição nos Estados Unidos, atrás apenas do Yahoo, com 123 milhões de usuários.’



 


Renato Cruz


‘Microsoft está de olho nos anúncios ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 8/11/05


‘O mercado brasileiro de links patrocinados, pequenos anúncios de texto ao lado de resultados de buscas ou notícias na internet, promete esquentar no próximo ano. Depois da compra da TeRespondo, que atendia aos principais portais locais, pela Overture, do Yahoo, e da criação do escritório brasileiro do Google, o próximo movimento deve ser a entrada nesta briga da Microsoft, via MSN, seu serviço online. Os links patrocinados, que podem ser comparados aos classificados do mundo impresso, são a principal fonte de receita do Google, uma das principais do Yahoo, e movimentaram 43% dos US$ 6 bilhões do mercado de publicidade na internet em todo o mundo, no ano passado.


‘Por enquanto, estamos testando e aprendendo’, afirmou Guilherme Pita, gerente de Produtos do MSN Brasil. Não há data anunciada para o lançamento oficial. A empresa testa sua solução, chamada MSN adCenter, na França, em Cingapura e, somente para convidados, nos Estados Unidos. Mundialmente, a empresa tem um acordo com a Overture, que fornece links para o MSN. ‘A parceria, que vale para o Brasil, vai muito bem’, disse Pita.


A HotList – empresa brasileira especializada em campanhas de links patrocinados, que trabalha com a Overture e o Google – tem entre seus clientes empresas como o Banco Real ABN Amro, a Microsoft Brasil e o Ibope. Ela participa do teste do adCenter em Cingapura. ‘É mais um ‘player’ muito forte no mercado’, afirmou o presidente da HotList, Alexandre Kavinski. O executivo explicou que o MSN adCenter permite segmentar a audiência de uma forma que as outras soluções ainda não permitem, escolhendo quem verá o anúncio por variáveis como idade, horário, dia da semana e região. ‘Uma pizzaria, por exemplo, pode pagar mais pelo anúncio na hora das refeições’, afirmou Kavinski. O sistema usa as informações fornecidas pelo internauta no Passport, identificação para o Messenger, Hotmail e outros serviços da Microsoft.


‘Traremos o adCenter para cá no devido tempo’, disse Guilherme Stocco, gerente de Serviços de Informação do MSN Brasil e ex-diretor comercial da TeRespondo. ‘Nosso objetivo hoje é fortalecer o serviço de busca’, afirmou Pita. A empresa está integrando sua busca a outros serviços, como o Messenger. Com seus produtos de internet, a Microsoft consegue atingir 75% da audiência brasileira na rede mundial.


O mercado brasileiro ainda é pequeno. No ano passado, os links responderam por cerca de 10% dos R$ 223 milhões movimentados pela publicidade virtual no País. ‘Hoje, estamos em 15%, mesmo patamar em que estavam os Estados Unidos há 2 ou 3 anos’, disse o diretor de Marketing da Overture no Brasil, Agenor de Castro. ‘Temos potencial de chegar a 40%.’


A Overture está reforçando o serviço Content Match, que oferece links para páginas de notícias. Atualmente, os parceiros do serviço são os portais do Estado, da Folha, do UOL e do Globo. ‘Estamos falando com outros portais de expressão’, disse Castro. Nos EUA, a empresa também tem o Yahoo! Publisher Network, com links para pequenas publicações, como blogs. ‘Não tenho prazo para trazer o serviço ao Brasil’, disse Castro. No serviço de links patrocinados para buscas, a Overture tem 64 parceiros locais, que alcançam 58% da base de internautas.


LANÇAMENTO


A Microsoft lançou ontem novas versões de sistemas para empresas: SQL Server 2005 (banco de dados), Visual Studio 2005 (programação) e BizTalk Server 2006 (integração de aplicativos). Para atrair pequenos desenvolvedores que trabalham em outras plataformas, como Java e Linux, a empresa decidiu oferecer versões gratuitas, chamadas Express, do SQL Server e do Visual Studio.’



Clarissa Oliveira


‘Lucro do Submarino cresce mais de quatro vezes ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 8/11/05


‘O varejista virtual Submarino fechou o terceiro trimestre do ano com um lucro líquido de R$ 8,6 milhões, resultado 316% superior ao do mesmo período de 2004, de R$ 2,06 milhões. A receita líquida no período ficou em R$ 114,55 milhões, um crescimento de 63,7%. Para o presidente da companhia, Flavio Jansen, os bons números no trimestre são resultado principalmente do aumento da base de clientes – fruto da combinação entre esforços de marketing e crescimento do varejo online como um todo.


A base de clientes ativos da empresa avançou 54%, encerrando o período em 1,2 milhão de pessoas. ‘Nosso crescimento continua sendo impulsionado pelo avanço da nossa base’, disse Jansen. Segundo ele, os números do trimestre refletem uma disposição maior dos brasileiros de comprar pela internet, incluindo produtos mais caros. Além disso, a empresa disse ter começado a colher os frutos de sua estratégia de marketing fora da internet, criada para permitir a captação de clientes por outros meios de comunicação. ‘Os resultados iniciais foram bem animadores’, disse Jansen.’



Folha de S. Paulo


‘Microsoft é favorita para comprar participação na America Online ‘, copyright Folha de S. Paulo, 8/11/05


‘A Microsoft é a favorita para comprar uma participação na America Online, divisão da gigante de mídia Time Warner, segundo pessoas próximas à negociação ouvidas pelo jornal americano ‘The New York Times’.


O plano da fabricante de software Microsoft é fundir o seu serviço MSN à AOL, mas ainda não foi decidido como a parceria seria gerida. A Time Warner não quer ceder controle da AOL a não ser que receba ‘uma oferta muito boa’, segundo as pessoas ouvidas pelo jornal americano.


O anúncio oficial da compra de uma participação da AOL ainda deve demorar algumas semanas. Várias empresas de internet e mídia estão interessadas na AOL, como os sites de busca Google e Yahoo!, a operadora de TV a cabo Comcast e a News Corp.


A AOL, que começou como um provedor de internet e portal pago, vem perdendo clientes de internet dial-up, mas ainda atrai milhões de usuários por dia a seu portal gratuito e a seu conteúdo só para assinantes. As interessadas em comprar uma participação na AOL buscam principalmente o potencial do portal para geração de receita com a venda de publicidade on-line.


O presidente da Microsoft, Bill Gates, disse em encontro com repórteres do ‘New York Times’ na semana passada que o interesse de sua empresa na AOL tem a ver com a pretensão da Microsoft de ter, no futuro, um papel maior em publicidade on-line.


A parceria com a AOL ajudaria a aumentar o tráfego do portal MSN.com e a promover o novo serviço de buscas on-line da Microsoft, disse Gates.


Além disso, a parceria aumentaria a presença da AOL em mercados nos quais o MSN tem maior penetração, como Japão e Canadá. Outra possibilidade seria interligar o sistema de mensagens instantâneas da AOL, popular nos Estados Unidos, com o da MSN e do Yahoo!, de acordo com o presidente da Microsoft.


Microsoft x Google


Três pessoas ouvidas pelo ‘New York Times’ disseram que o interesse da Microsoft na AOL vem em parte da determinação de Gates de reduzir o crescimento do Google.


O site de buscas tem um acordo com a AOL, renovado anualmente, sob o qual opera as buscas no portal e gerencia a publicidade ligada a essas buscas. A publicidade veiculada em sites da AOL foi responsável por 11% da receita do Google neste ano.


‘A AOL tem sido nosso parceiro mais antigo e, de várias formas, mais próximo por muitos, muitos anos. Esperamos que isso seja verdade para sempre’, disse recentemente Eric Schmidt, presidente do Google, a acionistas da empresa.


De acordo com as pessoas ouvidas pelo ‘New York Times’, uma possível parceria da AOL com o Google não envolveria a compra direta de participação no portal, mas sim um envolvimento maior da AOL na venda de publicidade.


Outra possibilidade é que a Comcast participe dessa parceria entre AOL e Google. A operadora de TV a cabo ofereceria acesso ao conteúdo da AOL a seus assinantes de banda larga, que por sua vez aumentariam a receita do portal com publicidade.


Além disso, a Comcast poderia fazer a migração de milhares de assinantes da AOL para a banda larga nas regiões dos Estados Unidos em que a operadora provê o serviço. Em outras regiões do país, a AOL já testa parcerias de banda larga com as operadoras Verizon, SBC e BellSouth.


Com o ‘New York Times’’