O Ministério da Informação de Mianmar fez um apelo a jornalistas dos países vizinhos para que ajudem a conter ‘informações parciais’ divulgadas pela mídia em ‘nações poderosas’, publicaram os jornais estatais na quarta-feira (5/12). O ministro Kyaw Hsan pediu que jornalistas de países que pertencem à Associação de Nações do Sudeste Asiático trabalhem em conjunto para ‘distribuir informações verdadeiras e construtivas’ e, assim, ‘resistir à influência da mídia de nações poderosas’.
O governo militar de Mianmar acusa a imprensa estrangeira de fazer uma cobertura parcial e exagerada das manifestações pró-democracia – duramente reprimidas pelas autoridades – entre agosto e setembro deste ano. ‘Algumas nações poderosas estão usando a mídia como arma para interferir nas questões internas de pequenas nações’, afirmou Kyaw Hsan.
Segundo ele, estes grandes países estariam espalhando informações negativas para manchar a imagem de Mianmar no cenário internacional. O ministro classificou as manifestações como ‘insignificantes’.
Números incorretos
De acordo com informações oficiais passadas pelo governo para a ONU, 15 pessoas morreram em protestos no fim de setembro. Dissidentes políticos e diplomatas afirmam que o número verdadeiro é muito maior.
Vídeos, fotografias e reportagens sobre os protestos e a onda de repressão circularam por todo o mundo, o que desagradou o governo. A mídia de Mianmar é duramente controlada pela junta militar e tem pouca credibilidade pública. Desta forma, grande parte do público procura saber das notícias através de veículos estrangeiros – principalmente estações de rádio. Informações da AP [6/12/07].