Morreu na segunda-feira (2/6), aos 79 anos, o jornalista americano Thomas A. Johnson, primeiro repórter negro do Newsday. No New York Times, Johnson foi um dos primeiros jornalistas negros a trabalhar como correspondente estrangeiro para um grande jornal diário. Sua filha, Sondi Johnson, disse que não foi determinada a causa específica da morte.
Johnson foi membro fundador da organização de repórteres negros Black Perspective e fundador da revista Black Enterprise. Entre 1969 e 1972, o jornalista foi professor na Universidade de Nova York, ministrando o curso ‘Raça e a Mídia’. Na década de 60, época em que sua carreira ganhou destaque, repórteres e editores negros eram uma raridade nas redações dos grandes jornais americanos. Em seu livro de memórias, Arthur Gelb, ex-chefe de redação do NYTimes, afirma que Johnson era o único repórter negro quando entrou no jornal, em fevereiro de 1966. Da cobertura dos protestos pelos direitos civis aos distúrbios raciais e o crescimento do ‘black power‘, ele acabou por exercer um papel de intérprete dos conflitos raciais e das mudanças no período.
Questões raciais
Johnson ganhou diversos prêmios por sua cobertura de militares negros no Vietnã e na Europa e foi incumbido de diversas matérias sobre temas envolvendo negros – entre elas um artigo que tratava de uma organização recém-nascida: ‘Quem são os Panteras Negras e o que eles querem?’, questionava, no início do texto, o jornalista. Trabalhando para o NYTimes, ele morou de 1972 a 75 em Lagos, na Nigéria.
Johnson nasceu na Flórida, em outubro de 1928, e se mudou para Nova York ainda garoto. Ele serviu por três anos no Exército no Japão, durante a Guerra da Coréia. Formou-se em jornalismo pela Universidade de Long Island, em 1954, e trabalhou como relações públicas e freelance até ser contratado pelo Newsday, em 1963. Em uma autobiografia, Johnson conta que o então editor William McIlwain disse a ele que o jornal nunca havia tido um repórter negro e precisava de um para cobrir questões de direitos civis. No fim da década de 70, Johnson trabalhou como editor no NYTimes, mas pediu para voltar à reportagem. Ele saiu do diário em 1982, e mais tarde abriu sua própria firma de relações públicas. Informações de Douglas Martin [The New York Times, 5/6/08].