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Há 44 anos foi regulamentado o horário eleitoral gratuito para garantir um mínimo de eqüidade na propaganda política. Não se confiava na capacidade da mídia eletrônica de comportar-se com isenção e equilíbrio. Paradoxalmente, a implementação desta idéia intrinsecamente democrática aconteceu três anos depois, em 1965, na primeira fase do regime militar.
Muita coisa aconteceu nestas quatro décadas. A mais importante foi a reviravolta na atitude da mídia eletrônica, que resolveu assumir a sua responsabilidade no esclarecimento da sociedade diante dos candidatos e partidos.
A primeira novidade foi a introdução dos debates entre os postulantes à presidência da República, seguindo o modelo americano. Depois vieram as sabatinas para a mídia impressa e, neste ano, introduziu-se outra inovação: as séries de entrevistas com os candidatos nos principais telejornais noturnos.
Então, pergunta-se: o que funciona melhor, o horário eleitoral gratuito e obrigatório ou a ação espontânea das emissoras de rádio e televisão? Os dois instrumentos são suficientes? E como conseguir que as listas de candidatos aos legislativos sejam submetidas a um escrutínio mais rigoroso? A mídia teria condições de investigar a vida pregressa dos 20 mil candidatos aos diferentes cargos em todo o país? Ou isso é tarefa dos partidos? E os nossos partidos, são confiáveis?
Uma coisa é certa: de 1962 a 2006 muita coisa melhorou. Nem percebemos.