Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

No meio da tempestade

Talvez o indício mais certo de que os jornais estão à beira do abismo seja o fato de que os políticos, por tantas vezes seus alvos, estejam começando a sentir pena deles. No dia 9 de maio, Barack Obama terminou um discurso, que até teve algo de cômico, com uma defesa sincera de empresas sob ataque. Comissões da Câmara dos Representantes e do Senado realizaram audiências sobre o assunto no mês passado. O senador John Kerry, de Massachusetts, chamou os jornais de ‘espécie em risco de extinção’.


E é verdade. Segundo a American Society of News Editors, o emprego nas redações caiu 15% nos dois últimos anos. Paul Zwillenberg, da OC&C, uma empresa de consultoria, avalia que quase 70 jornais locais britânicos fecharam desde o início de 2008. O Independent e o Evening Standard, de Londres, dependem da generosidade de investidores estrangeiros. O arrocho não se restringe aos países anglófonos: os jornais franceses só evitaram destino semelhante garantindo um aumento em seus já pesados subsídios governamentais.


Os noticiários das emissoras de televisão também estão se debatendo. As audiências se romperam e se desgastaram: a parcela de norte-americanos que assiste ao noticiário do final da tarde nas ‘três grandes’ redes (ABC, CBS e NBC) caiu de cerca de 30%, no início da década de 1990, para cerca de 16%. Os equipamentos para noticiários locais ficam caros, à medida que os revendedores de carros e as lojas enxugam seus anúncios. A ITV, maior emissora comercial britânica, está apelando para ser desobrigada de produzir noticiários locais.


Descoberta alarmante


Tudo isso provocou muita angústia. No entanto, as dificuldades enfrentadas pelas empresas jornalísticas não prevêem o fim das notícias. À medida que amplos setores da indústria murcham, brotam novos botões. O resultado é uma empresa menor e menos lucrativa, mas também mais eficiente e inovadora.


O quadro mais nítido de como o consumo de notícias está mudando vem de pesquisas feitas pelo Pew Research Centre. Desde 1994, o percentual de norte-americanos que diz que ouviu o noticiário pelo rádio na véspera caiu de 47% para 35%; entre os que lêem jornais, caiu 58% para 34%. Nesse mesmo período, as audiências de TV a cabo e da internet aumentaram. Em 2008, pela primeira vez, mais pessoas disseram que acompanhavam notícias internacionais e nacionais pela internet do que pelos jornais.


Não se trata apenas da pessoa trocar um tipo de mídia por outro. Quase todo mundo que obtém notícias via internet, normalmente também as vê na televisão ou lê num jornal. Apenas 5% dos norte-americanos têm o hábito de acessar notícias somente na internet. A tecnologia permitiu que pessoas bem informadas ficassem ainda mais bem informadas, mas não ampliou a audiência por notícias. A descoberta mais alarmante do Pew Centre – pelo menos, para quem é do ramo – é de que o percentual de jovens entre 18 e 24 anos que não acessaram notícia alguma na véspera subiu de 25% para 34% nos últimos dez anos.


Google News não tem editor


Aqueles que realmente procuram, obtêm notícias de outra maneira. Ao invés de se submeterem laboriosamente a um jornal matutino ou a um telejornal da noite, cada vez mais procuram o tipo de informação que querem, quando querem. Poucos pagam. Robert Thomson, editor-chefe do Wall Street Journal, diz que muitos deles acessam o noticiário online como se fosse ‘um restaurante de comida a quilo’.


A principal vítima dessa tendência não é tanto o jornal (embora esteja em evidente declínio), mas o pacote de notícias convencional. Veja qualquer jornal metropolitano importante, ou acesse sua página na internet, e encontrará as mesmas coisas. Haverá uma mistura de notícias locais, nacionais, internacionais, de economia e esportivas. Haverá a previsão do tempo. Haverá anúncios maiores e classificados. Haverá cartas de leitores e, provavelmente, uma palavra cruzada.


Esse pacote, que foi primeiramente imitado pelas emissoras e, em seguida, pelos pioneiros da internet, como AOL.com ou MSN.com, funciona como um centro comercial antiquado. Oferece uma razoável seleção de informações úteis, de qualidade confiável, num único lugar. E o destino do pacote de notícias é semelhante ao daquele centro comercial. Alguns clientes foram atraídos pelos descontos; outros procuraram as butiques.


Os grandes shopping centres do mundo da mídia são portais virtuais como o Yahoo! ou o Google, que reúnem dezenas de milhares de matérias. Alguns deles, como a Reuters e a Associated Press, exigem registro. Mas a maioria consiste apenas de um título, uma frase e um link com o site de um jornal ou de uma emissora de televisão onde a matéria pode ser lida na íntegra. Os agregadores ganham dinheiro afunilando os leitores na direção dos anúncios, que podem ser talhados de acordo com seus supostos interesses. E são fáceis de operar: o Google News nem sequer tem um editor.


Custo zero, lucro considerável


Embora sejam convenientes, esses novos armazéns podem parecer impessoais. Foi aí que emergiu outro tipo de agregador, que oferece um resumo de notícias e um comentário. Alguns são ecléticos, como o Daily Beast e o Drudge Report – o avô dos agregadores de butiques. Outros são mais específicos, como Perlentaucher, um website cultural alemão. O mais bem-sucedido de todos, e que é o padrão para muitos jornalistas recém-desempregados que tentam criar seu próprio website, é o Huffington Post.


O HuffPo, como é amplamente conhecido, emprega apenas quatro repórteres numa equipe de cerca de 60 pessoas. Muitas de suas notícias são de segunda mão. Mas ostenta um exército não-pago de cerca de 3 mil blogueiros, em sua maioria de esquerda. O website parece a mistura de uma sala de universidade com um restaurante de Beverly Hills (sua atitude em relação ao HuffPo dependerá em grande parte de você achar ou não atraente um tal cenário). Ariana Huffington, que dirige o portal, chama-o de ‘comunidade em torno da notícia’. Segundo a empresa comScore, que faz pesquisas de mercado na internet o site tem atualmente 4,2 milhões de visitas únicas mensais – quase o dobro do New York Post.


Jornalistas mais antiquados queixam-se, cada vez mais, que os agregadores são ‘parasitas’ que se aproveitam de seu trabalho. De certa forma, são, mas os parasitas podem ser úteis. À medida que a qualidade do jornalismo se torna mais errática, o trabalho de peneirar matérias é cada vez mais vital. E os agregadores puxam leitores, daí a publicidade para websites com noticiários originais. A empresa Hitwise, também de pesquisas de mercado, avalia que no mês de março 22% das referências a sites de notícias veio de ferramentas de busca como o Google, enquanto 21% viria de outros sites de notícias. ‘Os repórteres enviam-nos suas matérias o tempo todo’, ressalta Tina Brown, uma veterana de revistas que dirige o Daily Beast.


O crescimento dos agregadores revela um fato desconfortável em relação ao jornalismo. O sistema padrão de reportagem, no qual um jornalista arquiva uma matéria que é levada ao ar ou impressa e, em seguida, colocada num único website do proprietário, é ineficiente. O custo marginal de distribuir a matéria mais amplamente é perto de zero, mas o lucro marginal pode ser considerável. O interesse numa matéria sobre o Iraque publicada, por exemplo, pelo Los Angeles Times, vai muito além dos limites da cidade. Antes que os agregadores aparecessem, um leitor em Sevilha, ou mesmo em San Francisco, provavelmente nem saberia de sua existência.


Excesso de oferta diminui preços de anúncios


O benefício característico de disseminar matérias ajuda a explicar por que alguns modelos de noticiários bem estabelecidos passaram a se parecer com agregadores. A Associated Press tem uma aplicação de um iPhone popular que combina matérias nacionais com locais a partir de outras 1.100 tomadas de parcerias de notícias. A News Corporation criou um website, Fox Nation, que mistura matérias jornalísticas com comentários direitistas. A intenção é tornar-se um Huffington Post conservador. E, sem dúvida, um dos grandes sucessos em publicações britânicas e norte-americanas é a Week, que na realidade é um agregador impresso em papel.


Com suas matérias se disseminando enormemente, os instrumentos de notícias, especificamente na língua inglesa, vêm assumindo identidades mais amplas. O website do Guardian, visitado por duas vezes mais pessoas no exterior do que na Grã-Bretanha, tem por objetivo tornar-se a voz internacional da opinião liberal. O Daily Mail construiu a fama de notícias sobre celebridades. Enfrentam-se novos desafios. A BBC, que criou um serviço por fio e vende anúncios em seus websites estrangeiros, compete agora com a Associated Press, que superou a fase de apenas fornecer matérias para jornais norte-americanos.


As notícias, de maneira geral, deverão continuar gratuitas na internet. O esmagamento de matérias semelhantes é muito grande, a tentação à pirataria é muito forte e os agregadores são ótimos para detectar reportagens decentes e gratuitas. Entretanto, tornou-se evidente que a publicidade online não consegue, por si só, manter um jornalismo bom e original.


Até recentemente, muitos executivos de jornais impressos acreditavam que a receita da publicidade acompanharia seus leitores do jornal para a internet. Entre 2004 e 2007, a receita da publicidade online duplicou, de 1,5 bilhão de dólares para 3,2 bilhões, segundo a Newspaper Association of America. Mas no segundo quadrimestre de 2008 começou a cair, à medida em que se acelerava a perda de anúncios impressos e classificados. A preocupação maior é que isso não pode ser apenas atribuído à recessão. O dinheiro da publicidade online mudou-se para ferramentas de busca – o Google, por exemplo – e o excesso de oferta diminuiu os preços dos anúncios. Conseqüentemente, os executivos procuram, esfomeados, pelas poucas ferramentas online que ousam pedir dinheiro a seus leitores.


A máxima do Wall Street Journal


Um deles é o Financial Times (co-proprietário do Economist), que exige registro de qualquer pessoa que queira ler mais de três artigos por mês e pagamento de quem queira acessar mais de dez. Cerca de 1 milhão de pessoas são registradas – e 109 mil delas pagam. Deixando de lado leitores eventuais, o Financial Times mantém sob controle aquilo que John Ridding, diretor-executivo da empresa, chama as ‘máquinas de ondas gigantes’ da internet, como o Google e o Yahoo!, que trazem tráfego para o site. Anúncios dirigidos, que são mais lucrativos, são oferecidos aos leitores registrados. Trata-se de uma tentativa de fundir um modelo de assinaturas com um modelo financiado pela publicidade.


O Wall Street Journal adota uma atitude de bom senso visando a um destino semelhante. Ao invés de cobrar de determinados tipos de usuário, cobra por certos tipos de notícias. No início desta semana, oferecia gratuitamente uma matéria sobre a gripe suína, uma resenha do novo filme Star Trek e uma reportagem sobre novos descontos nas revendedoras de automóveis. Cobrava uma bagatela pelo plano de aposentadoria da Cigna Corporation, pelas despesas do lobby quadrimestral da Lockheed Martin e pela ação movida contra uma empresa que enche garrafas – a qual alega que foi realizada uma reunião de diretoria de forma inadequada. Resumindo, os artigos de entretenimento são gratuitos. Os textos secos, obscuros, custam dinheiro.


A idéia é de que artigos amplamente chamativos atraiam leitores para o website, onde podem ser tentados pela publicidade e por anúncios mais seletivos do Journal. A maioria das pessoas não se interessa por pensões ou aposentadorias de uma empresa de seguros de saúde de Filadélfia. Mas os que se interessam estão muito interessados – provavelmente, talvez até paguem uma assinatura mensal pelo serviço. É o que faz 1 milhão de pessoas – muito embora possam ser lidos gratuitamente no Google textos especializados. E aqueles que concordarem em pagar, podem ser persuadidos a adquirir mais bônus de conteúdo. O jornal também vem explorando um modelo de ‘micro-pagamentos’ para artigos individuais.


Aparentemente, as notícias sobre finanças não são as únicas pelas quais as pessoas estão preparadas para pagar. O canal esportivo ESPN criou várias seções pagas em seu website. Protegem o tipo de informação que só os fãs mais apaixonados desejaria saber, aderindo, assim, à máxima do Wall Street Journal, segundo a qual a disponibilidade de alguém pagar por uma matéria é inversamente proporcional ao tamanho de sua audiência em potencial. O número de sites de notícias lucrativos pode crescer, à medida que concorrentes fecham seus escritórios ou simplesmente vão à falência.


Mercado continuará instável


É mais fácil que a recuperação de jornais e revistas resulte de uma cuidadosa combinação entre gratuito e pago do que pelas novas tecnologias. Leitores de notícias por celular, como o Kindle DX – que chegaram a ser celebrados como salvadores – apenas ajudarão na medida em que atraem leitores da internet, onde a maioria das notícias é gratuita. Ken Doctor, que trabalha na Outsell, uma empresa de pesquisas, acha que o Kindle é atraente para pessoas de meia idade que, de outra maneira, leriam uma revista ou um jornal. Os jovens preferem os iPhones e seus agregadores. A verdade é que, segundo o website da Amazon, as quatro revistas mais procuradas no Kindle são a New Yorker, o Newsweek, a Time e Reader´s Digest – o que dificilmente se poderia considerar um mercado jovem.


Na televisão a cabo, vem surgindo um novo tipo de produto. O canal direitista Fox News Channel tornou-se, de longe, o mais popular provedor de notícias comentadas. Isso não é surpreendente. Os noticiários e as mesas de opinião do canal são bem produzidos e a derrocada do Partido Republicano deixou os conservadores à procura de uma voz. Mais surpreendente é que o esquerdista MSNBC atraia agora mais telespectadores na faixa de 25 a 54 anos do que a muito mais conhecida CNN.


A Fox e o MSNBC divulgam uma mistura de notícias, entrevistas e, eventualmente, um comentário enfurecido. Phil Griffin, diretor-executivo do MSNBC, chama o canal de ‘notícias mais’. O objetivo é complementar e dar sentido à maçaroca de informações desconectadas a que os telespectadores têm acesso durante o dia. Os telespectadores sabem o que estão recebendo; na verdade, consideram os programas a cabo mais confiáveis do que os jornais. Contrapondo-se à conhecida acusação de partidarismo, Griffin oferece o que poderia ser o slogan da indústria dos noticiários a cabo: ‘Nós não tentamos ser todas as coisas para todas as pessoas’.


As discussões acaloradas podem ser populares, neste momento, porque os norte-americanos estão politicamente polarizados. A CNN, mais serena, ganhou a batalha pelos telespectadores a cabo na noite das eleições e pode muito bem fazê-lo de novo em 2012. No entanto, como tanta outra coisa na área do jornalismo, uma volta ao normal é improvável. O mercado pela notícia deverá continuar instável, dando preferência a provedores distintos em pontos distintos – na política, na economia e até no esporte.


Um jornalismo sustentado pela caridade


Veja-se o caso de Real Clear Politics, um website político norte-americano que reúne notícias, comentários e pesquisa de opinião. Tornou-se leitura obrigatória durante a corrida presidencial do ano passado. Em seu ponto de pico, atraía 1,4 milhão de visitas únicas por mês, segundo a comScore. A partir de então, sua popularidade despencou 75%. Websites concorrentes, como Fivethirtyeight.com e Talking Points Memo, também perderam muitos leitores. Para jornais, revistas e programas de televisão, com seus custos fixos muito altos, essas flutuações seriam destrutivas.


Ainda há pouco tempo, a atividade com noticiários era altamente lucrativa. Jornais regionais cultivavam confortáveis monopólios e muitas vezes auferiam margens de lucro de mais de 20%. Nos Estados Unidos, emissoras de televisão local chegavam a ter margens de lucro de quase 50%. Entretanto, as notícias nem sempre devem ser lucrativas para sobreviver.


Mesmo em sua situação depreciada, os grandes jornais atraem os ricos, que procuram influência política ou empresarial, ou que acreditam que, no fundo, ainda há dinheiro a ganhar. Tony O´Reilly, que dirigiu o grupo Independent News & Media até este ano, costumava descrever o jornal Independent como um cartão de visitas. Tolerava as perdas, embora os acionistas da empresa fossem menos pacientes. O apetite que Rupert Murdoch tem pela tinta de impressão, às vezes deixa desconsertados os analistas de Wall Street. No entanto, ainda no mês passado, consta que o magnata da mídia David Geffen tentou comprar ações na empresa-mãe do New York Times.


Algumas iniciativas menos deslumbrantes também atraem benfeitores. San Diego tem um pequeno e desatualizado website de notícias que, inicialmente, foi pago, e, grande parte, por empresários locais. A Voice of San Diego concentra-se em temas básicos da realidade, como a água, o crime e a saúde – o tipo de matérias que a imprensa local cobria exaustivamente. Desde há muito tempo, os Estados Unidos provaram que o noticiário radiofônico pode ser transmitido por organizações sem fins lucrativos. Na ausência de alternativas lucrativas, pode ser que um jornalismo caro e respeitável, sobre temas como a guerra no Iraque, venha a ser cada vez mais sustentado pela caridade.


As pessoas vão às compras


A expansão das câmeras digitais também permitiu que pessoas comuns enviassem diretamente fotografias e reportagens. São incentivadas a fazê-lo por grandes empresas de mídia, como a CNN, que passaram a ver o jornalista-cidadão como uma fonte, tanto do conteúdo quanto das visitas às páginas. Os cidadãos provaram ser excelentes repórteres de notícias dramáticas, ou óbvias, como ataques terroristas ou aparições de Britney Spears. Leonard Brody, diretor de NowPublic, uma grande empresa canadense coletora de notícias, acredita que os amadores eventualmente irão liberar os jornalistas das tarefas maçantes de reportar, deixando-os livres para se concentrarem em analisar. É uma opinião generosa.


No momento, os jornalistas sofrem menos concorrência por parte das multidões do que por parte dos governos. Na Grã-Bretanha, as autoridades criaram boletins com publicidade. O orçamento anual para os websites da (estatal) BBC foi recentemente elevado para 145 milhões de libras esterlinas (220 milhões de dólares). Segundo Paul Zwillenberg, o total gasto pelos jornais britânicos em suas versões online é de 100 milhões de libras.


O presidente norte-americano revelou-se um jornalista-cidadão particularmente prolífico. As pessoas que passaram seus endereços eletrônicos para a equipe da campanha de Barack Obama no ano passado recebem regularmente mensagens. A Casa Branca coloca vídeos no YouTube que muitas vezes são mais bem-acabados do que aqueles produzidos por redes de notícias. Caso a intenção de ignorar os filtros da notícia não estivesse clara, durante sua segunda entrevista coletiva, em 24 de março, o presidente não respondeu a uma única pergunta de um jornal diário importante. É óbvio que ele sabe onde está o futuro.


O declínio de ex-grandes jornais e programas de notícias não sai de graça. Significa o fim de um certo tipo de sensibilidade cívica que foi construído sobre um amplo acordo do que é importante e do que não é. Mas, antigamente, era difícil imaginar o centro das cidades sem a presença unificadora dos centros comerciais. Muitos desapareceram, mas as pessoas continuam indo às compras.

******

www.economist.com