O Sportitalia, mais novo canal da televisão italiana, estreou com um mínimo de publicidade e o conveniente apoio de dois sócios do primeiro-ministro Silvio Berlusconi em 6/2/04. Muitos italianos ainda não ouviram falar do Sportitalia, mas o canal possui aparato técnico para se tornar líder no mercado de mídia. Segundo um pronunciamento da empresa antes do lançamento, as freqüências terrestres do canal o capacitam a atingir 81% dos telespectadores do país. Ele é o nono canal aberto com alcance nacional. Dos outros oito, um é um canal de compras, três são operados pela emissora estatal RAI e três pertencem ao grupo Mediaset, de Berlusconi.
Segundo John Hooper [The Guardian, 9/3/04], existe, em teoria, um vácuo no mercado para canais de esportes, e o Sportitalia deve se aproveitar disso. Ele terá que enfrentar, porém, o magnata Rupert Murdoch, que, com seu canal por satélite Sky Italia, tem comprado os direitos de exibição de importantes eventos esportivos no país.
O empresário franco-tunisino Tarak Ben Ammar, que até julho do ano passado era membro do conselho do Mediaset, possui 51% do Sportitalia. Os restantes 49% pertencem ao grupo francês Eurosport, cujo diretor, Angelo Codignoni, criou o partido de Berlusconi, o Forza Italia.
Em fevereiro, o porta-voz da mídia de centro esquerda, Paolo Gentiloni, solicitou esclarecimento de como o Sportitalia conseguiu sua licença de funcionamento. Segundo Gentiloni, a concessão adquirida pelo Sportitalia é claramente ilícita. Segundo uma lei italiana de 1998, é proibida a troca do tipo de licença depois que a concessão é dada pela primeira vez. Para apoiar sua acusação, Gentiloni afirmou que as freqüências utilizadas pelo Sportitalia são as mesmas que haviam sido concedidas ao extinto canal de TV paga Telepiu.