Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
O nome deste mês é novembro, mas poderá entrar para a história como o mês Palocci. O ministro da Fazenda está nas primeiras páginas dos jornais e nas capas de revistas desde o início de novembro, quando apareceu a história dos dólares de Cuba. Na verdade, a imprensa está atrás de Palocci desde meados de agosto, e foi por causa disso que o ministro convocou os jornalistas para uma inédita entrevista coletiva num domingo que deixou desconcertados os jornalistas da capital [ver remissões abaixo].
A mídia tem uma relação contraditória com o czar da nossa economia. Aquele jeito de caipira, tranqüilo e firme, parece um desafio. Seus êxitos, aqui e no exterior, não convencem mesmo seus correligionários no PT e seus colegas no governo. Palocci consegue ser o sustentáculo do atual governo e, ao mesmo tempo, o saco de pancadas preferido. A oposição não esconde o orgulho de ver a política dos últimos oito anos continuada pelo antigo adversário, e mesmo assim não lhe dá trégua.
A mídia desconcerta-se com a serenidade do ministro Palocci. Parece que preferiria um ministro mais atrevido, menos didático. Para a imprensa foi fácil bombardear José Dirceu, mas está sendo difícil torpedear Palocci nas diversas esferas em que atuou: prefeitura de Ribeirão Preto, coordenação do programa de governo do candidato Lula ou Ministério da Fazenda.
A relação da imprensa com Antonio Palocci merece uma avaliação especial. É um caso de estudo. Por isso vamos examiná-lo nesta edição do Observatório da Imprensa.