Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O terrorismo e a cobertura da guerra

A guerra no Iraque e o terrorismo foram temas da coluna de domingo [8/7/07] da ombudsman do Washington Post, Deborah Howell. Segundo ela, muitos leitores reclamaram que o Post não colocou uma suíte na capa do diário após o atentado terrorista frustrado no Reino Unido, ocorrido no final de junho. Segundo Jill Dutt, subchefe de redação nos fins de semana, ‘não havia muita informação nova sobre o caso para que a matéria estivesse na capa de domingo. Não tínhamos dados suficientes sobre os suspeitos. Nossos repórteres entrevistaram policiais informando que o caso estava sendo resolvido rapidamente, mas tínhamos apenas especialistas teorizando sobre os possíveis motivos que levaram os suspeitos a agir’.

Na avaliação de Deborah, os leitores que escrevem para reclamar do que estava ou não na primeira página são muito mais tradicionais que os próprios editores do Post na escolha das matérias de capa. Os editores tendem a fazer um mix de assuntos; os leitores querem as últimas notícias e informações ‘quentes’.

Discurso atrasado

Alguns leitores escreveram para reclamar de uma pequena nota sobre um discurso crítico à guerra do Iraque, feito pelo senador republicano pelo estado de Indiana Richard Lugar. Dan LeDuc, editor da seção sobre o Congresso, informou que nem o Post nem outros jornais obtiveram com antecedência o discurso de Lugar.

O secretário de imprensa do senador afirmou que enviou o discurso a uma lista padrão de veículos de comunicação, que incluía o Post, mas só pôde fazê-lo tarde da noite, já que Lugar conseguiu o direito à palavra perto das oito horas da noite. ‘Não importa o que tenha acontecido’, disse o editor da seção nacional, Scott Vance, ‘o assunto merecia mais linhas’. Por isso, no dia seguinte, trechos do discurso ganharam destaque em artigos de opinião e colunas.

Voz ao Hamas

A maior parte das reclamações recebidas pela ombudsman nas últimas semanas, entretanto, foi destinada a um artigo de opinião escrito por Ahmed Yousef, conselheiro político do Hamas, e publicado no dia 20/6. Muitos leitores não gostaram de ver um espaço do jornal dedicado a – como opinou um deles, G.H. Rausch, da Flórida – ‘um membro de uma organização dedicada ao terrorismo, à destruição do Estado de Israel e, por fim, à destruição do pensamento e modo de vida ocidentais’.

No mesmo dia, o New York Times também publicou um artigo de opinião de Yousef, sobre assunto diferente. David Shipley, editor de opinião do Times, e Autumn Brewington, editor de opinião do Post, informaram que não sabiam que os dois diários publicariam artigos do mesmo autor, no mesmo dia.