A mídia (hoje, uma telemática?) propõe-nos o desafio da autocrítica. E o programa de Alberto Dines e seus colaboradores (as) tem se mostrado à altura da hercúlea tarefa.
Provavelmente contrariando interesses de um poder que usurpa os direitos constitucional e internacional, o seu lema é ‘formar e informar’ e, a meu ver, é um modelo pioneiro entre nós, quiçá no mundo.
Com o advento da TV Pública, a imprensa progride no melhor sentido histórico ao abandonar a lógica, a ética e a estética do capital.
Mas deve prestigiar o Observatório da Imprensa como elemento formal de uma nova mídia que contempla si mesma.
Não gosto do termo ‘auto-regulamentação’ porque lembra, na economia-política, a ‘mão invisível’ de Adam Smith que hoje descamba para a anarquia de mercado. Cheguei mesmo a defender um controle externo de um 4º poder Quanto a Dines, é chevalier sans reproche no que se refere à mídia democrática e, eu diria, espontaneamente socialista…
Abandonar o pensamento único
Como se a longa experiência tornasse o biógrafo do grande Stephen Zweig sempre inclinado à esperança. Sempre voltado para o idealismo do valor positivo de um potencial tão mal empregado ainda.
Principalmente ao admitir, em meio ao corporativismo da propriedade dos meios de produção de informação, tantos desacertos e omissões. Julgo poder afirmar que o Observatório sempre foi TV Pública e, muito mais que ela, pela sua natureza especial.
Ao assistir ao programa, adquire-se a percepção necessária para abandonarmos o pensamento único pela opinião crítica.
******
Médico aposentado, Rio de Janeiro