O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ofir Cavalcante Filho, não pode ver um microfone e uma câmera de televisão à sua frente. Fala sobre tudo o que lhe é proposto, com ou sem autoridade sobre o tema, com ou sem competência, com ou sem razão. Mas quando provocado a se manifestar sobre a censura tentada pelo juiz Antonio Campelo, afastou microfones e câmeras: era mera ‘questão regional’, que não ia merecer a atenção do presidente nacional da outrora gloriosa OAB.
Quando presidente da seccional paraense da Ordem, Ofir Filho foi instado a dar seu parecer sobre a agressão física de Ronaldo Maiorana a mim. Nada disse por considerar que se tratava de simples ‘rixa familiar’, tese que seria adotada por todas as pessoas e instituições coniventes com a violência do então presidente da comissão da OAB encarregada justamente de tratar da liberdade de imprensa.
A frase infeliz do sucessor do pai na presidência da OAB (local e nacional) coincidiu com a referência preconceituosa do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, filho de paraense, aos nativos deste Estado, como se eles não tivessem discernimento para tomar decisões e se tivessem tornado párias.
Enquanto fala sobre tudo que acontece no Brasil, Ofir não se sente em condições de tratar de uma ‘questão regional’ do Pará. Ou o Pará não existe ou o presidente da OAB nacional é o que foi o presidente da secção estadual: uma pessoa que não está à altura da posição na qual foi posto por circunstâncias outras que não a postura altaneira e o conhecimento de quem, no passado, tanto dignificou a OAB, como Raymundo Faoro.
Deus proteja o Pará desses seus representantes.
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Jornalista, editor do Jornal Pessoal (Belém, PA)