No Roda-Viva de 29 de junho, relata O Estado de S.Paulo, Marta Suplicy, rindo, mas sem responder, deu as costas ao entrevistador que lhe perguntara se apoiaria outro candidato caso não chegasse ao segundo turno. Pouco depois, dirigindo-se à diretora da sucursal da Folha em Brasília, Eliane Cantanhêde, referiu-se a José Serra como ‘o seu candidato’.
É direito do entrevistado deixar de responder a perguntas, mesmo em um programa de entrevistas. Não é seu direito ofender entrevistadores, rindo de suas perguntas ou sugerindo que eles são facciosos.
Nenhum manual de jornalismo proíbe jornalistas de reagir a grosserias de quem quer que seja. Um dia a prefeita de São Paulo ainda vai ouvir de um repórter um muito merecido ‘Veja lá como fala, dona Marta’.
…e as acusações do ministro
Fez bem o colunista Clóvis Rossi, da Folha, ao não deixar barato o que chamou de ‘gravíssimas acusações’ do vice José Alencar e do ministro Ciro Gomes.
Eles sugeriram que os inimigos da política de juros, como eles, são censurados e que, segundo o ministro, ‘articulistas alugados’ debocham dos dissidentes da ortodoxia econômica.
Rossi: ‘Não sei se o ministro terá a coragem de dar nome às penas de aluguel. Mas é do interesse dos próprios colunistas (e alguns são cabeças coroadas do jornalismo tupiniquim) cobrarem a lista, sob pena de permanecerem todos sob suspeita’.
Tomara que um dia acusações desse tipo, como os modos da prefeita Marta, não fiquem por isso mesmo.