A TV Globo saiu-se bem do incidente como presidenciável Plínio Arruda Sampaio ocorrido na quinta-feira (12) pela manhã.
O Jornal Nacional divulgou corretamente a reclamação do candidato do PSOL, a quem foram oferecidos apenas três minutos, em seguida colocou no ar a íntegra da sua entrevista e, logo depois, a explicação do editor-chefe do programa, William Bonner (ver aqui a matéria do JN).
O portal UOL revelou, porém, que a reclamação gravada e transmitida no JN foi a segunda versão. A primeira não foi aceita pela emissora (aqui, a matéria da Folha, para assinantes). Plínio teria sido convencido a refazer o protesto pelo deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) que o acompanhava.
Um exemplo
De qualquer forma, fica claro que a mídia brasileira está aprendendo – muito lentamente, diga-se – a tolerar as críticas e reclamações. Evidentemente, trata-se de um caso excepcional, já que o primeiro debate entre os candidatos à Presidência (na Rede Bandeirantes) deu a Plínio uma razoável exposição e a série de entrevistas do Jornal Nacional estão chamando muita atenção.
O pleito presidencial goza hoje de um status especial porque transcorre na classe executiva (para usar a metáfora utilizada por Plínio), enquanto na classe econômica e no andar de baixo ainda impera a lei da selva – o reclamante não é apedrejado como no Irã, simplesmente some para sempre do noticiário como em Cuba ou na antiga União Soviética.
A TV Cultura, por exemplo, teoricamente uma TV pública e teoricamente democrática, ainda na era Paulo Markun-Gabriel Priolli (2008), tirou o programa Observatório da Imprensa da grade porque este site reclamou por meio de uma nota de 10 linhas contra a transferência do horário do programa para a meia-noite, sem qualquer aviso prévio, justamente na noite em que seria apresentado um especial sobre o seu 10º aniversário.