Jornalistas brasileiros têm o costume de bater nos números sem dó nem piedade. Na matéria ‘Gastos com ciência se recuperam’, na Folha de S.Paulo de terça-feira (7/3), por exemplo, se lê a seguinte enormidade:
‘O investimento total em ciência, que havia caído de 1,43% do PIB em 2000 para 0,93% em 2004, voltou a subir e foi de 1,37% do PIB em 2005.’
Essa pequena mudança de 0,93% para 1,37% – ‘mero’ 0,44% do PIB – representa a bagatela 10 bilhões de reais.
Ou seja, em apenas um ano teria havido um acréscimo equivalente a 10 vezes o orçamento de todos os fundos setoriais de desenvolvimento científico e tecnológico. Ou o equivalente a 20 orçamentos da robusta Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Onde, onde?
Naturalmente, não foi nada disso. A verdade é clara para quem se dê o trabalhinho de ir ao site do Ministério de Ciência e Tecnologia e ler a tabela ali publicada Está lá, com todos os números:
Os investimentos em ciência e tecnologia, como proporção do PIB, nos últimos seis anos, foram:
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2000: 1,43%**
2001: 1,46%**
2002: 1,44%**
2003: 1,38%**
2004: 1,37% [e não 0,93%]**
2005: 1,37% [estimativa].Onde é que o pessoal que fez/editou a matéria da Folha estava com a cabeça?