A mídia não dá conta de tanta operação, de tanta denúncia e, obviamente, não dá conta de tanta corrupção. A Operação Xeque-mate parece que vai abafar o chamado ‘Escândalo Renan’ que, por sua vez, soterrou completamente a Operação Navalha que, por sua vez, arquivou a Operação Hurricane.
A situação é inédita não apenas pelo volume, mas porque todas estas operações resultaram de ações da Polícia Federal e, portanto, têm respaldo judicial – exceto o ‘Escândalo Renan’, que desde quarta-feira (6/6) passou a correr no âmbito do Senado.
Mas se a situação é inédita, a imprensa precisa encontrar maneiras inovadoras, não burocráticas, para enfrentar este ineditismo. É preciso acompanhar a enxurrada de novidades sem perder de vista o que deixou de ser novidade, mas continua sendo de suma importância.
O cidadão não é um especialista nem arquivista, a sua memória é a sua imprensa. Para evitar que os novos escândalos joguem os escândalos da semana anterior na vala comum do passado, é imperioso que a imprensa deixe de ser um arquivo morto para funcionar permanentemente como um arquivo vivo.
Não cabe à imprensa investigar, mas cabe à imprensa acompanhar o curso das investigações já que o criminoso conta sempre com a amnésia das vítimas.
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