O presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, impôs restrições à mídia do país, no domingo (4/11), em uma tentativa de reafirmar sua autoridade. Segundo a agência estatal Associated Press of Pakistan, veículos de comunicação foram proibidos de transmitir ou publicar declarações ridicularizando o presidente, membros do alto escalão do governo e militares. Também não podem ser divulgadas declarações de militantes islâmicos ou suas fotos.
Desde que Musharraf chegou ao poder, através de um golpe militar em 1999, a imprensa paquistanesa prosperou. A lua de mel entre governo e jornalistas chegou ao fim no início deste ano, quando o presidente foi duramente criticado por tentar demitir o juiz Iftikhar Mohammed Chaudhry por alegações vagas de abuso de autoridade. Depois deste episódio, Musharraf passou a tomar medidas para controlar a atuação da mídia.
Prisão e multa
Em discurso em uma emissora de TV estatal, o presidente chegou a acusar canais de televisão de contribuir com a crise política no país. Pelas novas regras, ofensas ao governo podem levar a até três anos de cadeia ou multa equivalente a US$ 167 mil. ‘A ordem proíbe a divulgação de qualquer informação baseada em sectarismo, etnia ou racismo, que difame, ridicularize ou desacredite o chefe de Estado ou membros das Forças Armadas e dos órgãos Executivo, Judiciário ou Legislativo do Estado’, declarou a agência.
Logo após o anúncio, todos os canais de TV privados saíram do ar. Representante de uma das emissoras afirmou que a polícia invadiu o local para confiscar equipamentos usados em transmissões ao vivo. ‘[Os policiais] não traziam nenhuma ordem escrita mas insistiam que tinham ordem de confiscar os equipamentos’, contou Talat Hussain, diretor de notícias da emissora Aaj. Informações da Reuters [4/11/07].